quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Musica alma a dentro




Ontem a noite assisti Mar a Dentro e fiquei encantado com o próprio filme, com a atuação de Javier Barden (que coisa fantástica!!) e por reencontar a música do espanhol-gallego, Carlos Nuñez, que ouvi pela primeira vez numa das duas ocasiões em que fui a Espanha ( e não trouxe meu chapéu..hehe). Alguém pode estranhar ao ouvir um espanhol tocando gaita de foles já que é comum se ver escoceses tocando-a. Na verdade a gaita é celta, assim com parte do norte da Espanha, da Irlanda e da própria Escócia, além de outras regiões européias. Pois deleite-se com Bolero, de Ravel, executada por Nuñez e a Filarmônica de Galícia.

Ditabranda, é?

Eu sou desses caras que num me iludo muito com imparcialidade de jornal, tv, rádio e o que mais vier de meio de comunicação. Sinceramente não existe essa de neutralidade. Mas tem muito jornal por aí, inclusive no Ceará, que se diz imparcial, que represnta a tal de opinião pública e que não toma partido por A nem B. Tudo mentira! Tudo um bando de hipócrita! A opinião pública não é uma coisa monolítica, a sociedade é dividida, pra começar em classes sociais muito distintas, mas também tem outras segmentações e isso significa que não existe essa de uma opinião pública, há sim muitas opiniões na sociedade e sendo assim, não há um, nem dois, nem dez, nem mil representantes da opinião pública. O que há é muitos representantes, das muitas e diversificadas opiniões existentes no meio da sociedade, do povo, da população.

Com isso eu tô querendo dizer que essa última da Folha de São Paulo, que num editorial achou de rebatizar o regime militar que traumatizou o Brasil entre 1964 e 1985 chamando de "ditabranda" é mais uma prova dessa cara de pau da chamada grande imprensa brasileira. Sei que muita gente, inclusive da esquerda, é chegada a uma leiturinha fiel da "Folha" e acha que o jornal é mesmo imparcial. Pois isso me faz lembrar o que certa vez me disse o velho Dynéas Aguiar, hoje vice-prefeito de Campos do Jordão, pelo PcdoB: "Se é pra saber o que pensa a burguesia, prefiro ler o Estadão ao invés da Folha. Ele pelo menos é sincero, enquanto a Folha disfarça, dando uma de independente".

Pois é, como diz o Miro Borges, "a máscara caiu em pleno carnaval" e surgiu o lado verdadeiro da Folha que durante a ditadura chegou ao absurdo de ceder suas peruas C-14 para transportar presos políticos que iam ser torturados. Diz o Mauro Santayna que era o "jornal de maior tiragem do país" devido a quantidade de tiras (policiais) infiltrados em suas redações. Sendo assim não poderia pensar que a ditadura militar chegasse a ser um mal tão grande ao povo e ao Brasil, né?

Pois agora tem aí um manifesto circulando na internet de repúdio a esse jornal vagabundo. Minha assinatura é a 2312ª e chamo você pra também botar seu nome na lista de brasileiros que rejeita essa "releitura" da Folha. Se você quiser assinar é só clicar bem aqui e o texto do manifesto é esse aí abaixo.


REPUDIO E SOLIDARIEDADE

Ante a viva lembranca da dura e permanente violencia desencadeada pelo regime militar de 1964, os abaixo-assinados manifestam seu mais firme e veemente repudio a arbitraria e inveridica revisao historica contida no editorial da Folha de S. Paulo do dia 17 de fevereiro de 2009. Ao denominar ditabranda o regime politico vigente no Brasil de 1964 a 1985, a direcao editorial do jornal insulta e avilta a memoria dos muitos brasileiros e brasileiras que lutaram pela redemocratizacao do pais. Perseguicoes, prisoes iniquas, torturas, assassinatos, suicidios forjados e execucoes sumarias foram crimes corriqueiramente praticados pela ditadura militar no periodo mais longo e sombrio da historia política brasileira. O estelionato semantico manifesto pelo neologismo ditabranda e, a rigor, uma fraudulenta revisao historica forjada por uma minoria que se beneficiou da suspensao das liberdades e direitos democraticos no pos-1964.

Repudiamos, de forma igualmente firme e contundente, a Nota de redacao, publicada pelo jornal em 20 de fevereiro (p. 3) em resposta as cartas enviadas a Painel do Leitor pelos professores Maria Victoria de Mesquita Benevides e Fabio Konder Comparato. Sem razoes ou argumentos, a Folha de S. Paulo perpetrou ataques ignominiosos, arbitrarios e irresponsaveis a atuacao desses dois combativos academicos e intelectuais brasileiros. Assim, vimos manifestar-lhes nosso irrestrito apoio e solidariedade ante as insolitas criticas pessoais e politicas contidas na infamante nota da direcao editorial do jornal. Pela luta pertinaz e consequente em defesa dos direitos humanos, Maria Victoria Benevides e Fabio Konder Comparato merecem o reconhecimento e o respeito de todo o povo brasileiro.

Democracia meio torta

Na semana passada, por conta duma charge preconceituosa publicada pelio jornal New York Post contra o Barak Obama, eu falei que a eleição nos Estados Unidos num foi tão fácil na eleição do primeiro presidente negro daquele pais. Pois é, mas senti que minha informação tava precária, que precisava dizer mais coisa pra demonstrar o sufoco do Obama.

Lendo o artigo “Múltiplas Américas, um só Obama” da professora Cristina Pecequilo, da UNESP, na Revista Princípios, encontrei os detalhes que precisava compartilhar com você. Vamos aos números: Obama obteve 66 milhões de votos, ou seja 53%, enquanto Mccain teve 59 milhões de votos, 47%.

Agora, o curioso é que ao contrário do que todo mundo pode pensar, a eleição nos “Isteites” num tem nada de direta, é na base do Colégio Eleitoral e aí a coisa é bem diferente. Ainda mais que lá o voto é o chamado distrital puro, ou seja, os partidos não elegem seus candidatos proporcionalmente ao percentual de votos que obtiverem, quem tem a maioria dos votos, elege tudo. Quanta democracia, não?

No Colégio Eleitoral dos gringos o Obama teve 365 votos, 68%, enquanto que o Mccain teve 173, 32%. Ta eleito e empossado o Obama, mas se a opinião da população vale alguma coisa, é bom lembrar que ela ta bem dividida.

Independentes

Na postagem aí de cima, não falei que no Senado Estados Unidos há dois senadores independentes. É meio curoso isso porque todo mundo pensa que eles só têm dois partidos, o Democrata e o Republicano. Mas num é bem assim. Esses dois têm o controle quase total da cena, mas por lá tem muito mais, inclusive o Partido Comunista dos Estados Unidos (CPUSA), que atua abertamente e trabalhou pela eleição do Obama, mesmo fazendo restrições. Muito bem, pois eu vou lhe apresentar os dois senador americanos que são independentes.

Esse senhor sorridente aí da foto foi durante muito tempo o único senador realente independente nos Estados Unidos. Chama-se Bernie Sanders, é jornalista, começou a vida política lutando contra a Guerra do Vietnan, em 1971, numa organização chamada "anti-Vietnam War Liberty Union Party", hoje é senador sem filiação partidária e se define como social-democrata.

Nem tanto ...

“Estou aqui porque o país é mais importante do que os partidos, e John McCain é o homem certo para a presidência.” Essa frase é do Joe Lieberman, senador independente (como se vê, nem tanto), que não é nem do Partido Republicano, nem do Democrata, pelo qual foi eleito e de onde saiu em 2006.

Tudo se sabe....

Aqui no Ceará tem um colunista social, que quando tinha um programa de TV chamada "Sociedade", que depois de listar uam ruma de baboseira das "altas rodas" terminava com o seguinte bordão: "Em Sociedade, tudo se sabe!". Pois bem, num acredito no bordão, pelo em se tratando de coisa muito séria de se saber, mas é sempre bom ficar de olhos nesses "espaços vips" porque de vez em quando pinta uma coisas curiosas.

Lembro duma polêmica entre o ombudsman do jornal O POVO e a colunista social, Sônia Pinheiro por conta do excesso de citações que ela fazia do Tasso Jereissati. O levantamento feito pelo então ombudsman (infelizmente não lembro qual foi) era escandaloso. O galego era citado quase diariamente e, lógico, sempre com elogios. Qualquer coisa que ele fizesse, tava lá o homi na "Coluna da Sônia". E ninguém pense que isso deve ser desprezado não. É por essas colunas que se passa muito recado, mensagem cifrada ou siplesmente se gera uam pauta que depois vai ser explorada pelo resto dos meios de comunicação. Alguém aí já esqueceu quem começou o tal movimento "Cansei"? Pois foi esse cabra aí da foto, o João Dória Jr, um "dondoco", que vive às custas da elite paulista e a serviço da tucanagem.

Pois eu fiz todo esse leruaiti aí em cima pra exibir umas notas de coluna social que o jornalista Altamiro Borges, no seu Blog do Miro, que mostram como é que são as relações promíscuas de certos segmentos da mídia com a tucanagem. É coisa de deixar a gente besta mesmo e o pior é que tem gente por aí que fala demais, mas é mais sujo do que pau de galinheiro. Vamos lá, se precisar tampe o nariz.

“Para comemorar o sucesso do programa Saia Justa, Suzana Villas Boas abriu sua casa no Alto de Pinheiros para uma festança daquelas. A turma de convidados, que também era recebida por Arnaldo Jabor, marido de Suzana, reuniu políticos, artistas e jornalistas. O candidato José Serra, para quem Suzana presta assessoria, foi prestigiá-la. Ficou um pouco e trocou idéias com alguns jornalistas”. Luís Frias, presidente do Grupo Folha, também participou da festança, “que ferveu na pista até o sol raiar”. Karen Kupfer, da revista de fofocas Quem, da Globo

Perceberam aí a coisa? Agora dá pra entender tanto veneno do Jabor com o Governo Lula, né? E a cara de pau da colunista que já chama o Serra de candidato? E a turma da "Folha" também anda junto, né? Afinal a corja é a mesma.

Vamos outra:

“Elmar Moreira, irmão de Edmar Moreira [o deputado que ficou famoso pelo castelo construído no interior mineiro], é casado com Ana Leitão, irmã de Miriam Leitão”. Hildegard Angel do Jornal do Brasil

Olha só!! Será que Leide Míriam nunca andou pelo castelo do cunhado? Num vi ela dar um pio sobre a semvergonhice do deputado e olhe que a Globo bateu firma no cara, viu?

Tem mais:

O marido de Ana Maria Braga é o mais novo colaborador da administração Gilberto Kassab (DEM-SP). Candidato derrotado à Câmara Municipal, Marcelo Frisoni vai assumir um cargo de ‘coordenação’ na Secretaria de Modernização, Gestão e Desburocratização”. Mônica Bergamo, Folha de S.Paulo

O maridão da Ana Ameba Brega, como diz o Zé Simão, ficou puto da vida com a Mônica Bergamo, uam das raras execessões da Folha e soltou os cachorros: “Publica o que quiser. No dia seguinte, vou à redação dessa bosta de jornal e encho essa Mônica Bergamo de porrada na frente de todo mundo... A única pessoa que tentou ferrar comigo foi o Madrulha [ex-marido da apresentadora da TV Globo] e eu acabei com ele. Hoje ele é secretário de cachorro e não consegue mais nada”.


Pois é né, nessa sociedade se sabe de cada coisa! Imagine o que não se sabe!


terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Darwin na folia

Alguém aí seria capaz de imaginar o carnaval de Salvador há 177 anos? Pois a edição desta semana da revista Carta Capital publica uam matéria sobre a passagem de Charles Darwin pelo Brasil em 1832 - isso mesmo o autor do clássico A Origem das Espécies esteve no Brasil em sua expedição a bordo do HMS Beagle e ficou vários meses no Rio de Janeiro - e em seu diário registrou uma circulada por Salvador no no dia 4 de março, primeiro dia de carnaval daquele ano. Um detalhe, ele tava mais parecido com essa imagem aí do lado do aquele com um barbona enorme que estamos acostumados a ver, só que tava de cabelo e barba raspados. “Cruzamos o Equador”, ele anotou em seu diário no dia 17 de fevereiro de 1832, “e passei pelo desagradável ritual de ter meus cabelos e minhas barbas raspados.” Era o castigo de Netuno aos noviços em navegação."

Pois agora veja o que falou Darwin sobre o carnaval de Salvador:

"Wickman, Sullivan e eu, nada destemidos, estávamos determinados a encarar seus perigos. Esses perigos consistiam em ser alvejados sem misericórdia por bolas de cera cheias de água e sair encharcados por grandes seringas de lata. Achamos muito difícil manter nossa dignidade enquanto caminhávamos pelas ruas".


Fico aqui só imaginando o Darwin e a turma dele tentando "manter a dignidade" no Bloco dos Sujos de Sobral, ou no meio duma "pipoca" na Salvador dos dias de hoje, pra ficar só em dois exemplos.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Dicas de bom humor, e de saúde

A Samia, assessora de educação do Chico Lopes, tem uma das gargalhadas mais contagiantes que eu conheço e o melhor é que ela faz questão de compartilhar suas alegrias com a equipe. Hoje ela me mandou um email muito legal que ela recebeu. O lance é uma matéria publicada pelo Portal Terra dando "dicas de convivência" para o homem que não estiver a fim de alterar o humor de sua amada e de suas amigas. O texto é muito engraçado e vale a pena ler para dar boas gargalhadas, mas também para preservar a intergridade física, no caso dos leitores homens. Ao publicar essas dicas, poderei ter uma reação, digamos, sensual (leia e entenderá porque) de minhas amigas e desde já deixo uma provocação: publicarei a réplica, se ela chegar. Alea jacta est!


O que nunca falar para uma mulher

Ali Babá gritava "Abre-te, Sésamo" e uma porta se abria. Se você falar "Klaatu Barada Nikto" ao robô Gort, ele pára de destruir a Terra. Billy Batson gritava Shazam e virava o todo-poderoso Capitão Marvel. O mundo da ficção é recheado de frases mágicas que provocavam reações maravilhosas e efeitos indescritíveis.

Já na vida real, existem algumas que quando ditas para uma mulher tem a capacidade mágica de transformá-las de donzelas meigas para tsunamis destruidores. E como nossa falta de tato masculina é famosa, segue uma relação delas para evitar inútil e farto derramamento de gritos.

1. O que você fez com seu cabelo?

Esta frase vem acompanhada por uma expressão do homem que mistura nojo e espanto e provoca na moça a busca de um culpado. Como ela sempre corta o cabelo com o mesmo cara há anos, que além de tudo é confidente, adivinha quem vai ser escolhido como bode-expiatório? Quem mandou não ler revista feminina e não saber as tendências em cabelo para esta estação?


As outras nove você clica aqui e fica sabendo.

Direita em ação

"Eles terão de achar outra pessoa para escrever a próxima lei de estímulo à economia", é o que diz a charge do cartunista Sean Delonas, publicada ontem pelo New York Post, dos Estados Unidos. Mesmo que o editor do jornal tenha negado seu conteúdo racista, tá na cara que se trata de uam referência direta ao presidente Barak Obama, que acaba de sancionar um pacote econômico que visa estimular a economia americana para enfrentar a crise do capitalismo que desabou justamente lá.

A charge gerou polêmica. Pra se defender o editor-chefe do jornal, Col Allan saiu com essa: "O cartoon é uma paródia clara de um evento atual, ou seja, a morte a tiros de um chimpanzé violento em Connecticut. Ela amplamente goza dos esforços de Washington para reativar a economia." É muita cara de pau, né?

Mas teve reação como a de Al Sharpton, ativista dos direitos civis, pra quem a charge é "na melhor das hipóteses problemática, dado o histórico de ataques racistas de que afro-americanos são sinônimos de macacos".

No site do jornal "Huffington Post", Sam Stein, o colunista, disse que "na [hipótese] mais benigna, o cartoon sugere que o pacote de estímulo é tão ruim que macacos podem tê-lo escrito. Mais provocativo, ele compara o presidente a um macaco raivoso. De todo modo, a incorporação de violência e (em um nível mais negro) de raça na política está fadado a ser controverso."

Essa polêmica é só pra gente sentir como a direita mais reacionária dos Estados Unidos não tá morta, muito pelo contrário. Esse caso aí é o mais evidente, mas todo dia deve ter coisa parecida. Não vamos nos esquecer que, apesar de toda bandalação em torno da eleição do primeiro presidente negro, o eleitorado americano ficou bem dividido já que a diferença, no voto popular, entre o Obama e o Mccain foi de apenas 5%. Isso significa que o presidente vai ter que sua muito a camisa e vou dizer uma coisa, com a turma do Clinton dado as cartas por lá eu fico aqui com as barbas de molho. Cuidado seu Obama, quando o povo se frustra a reação pode ser inimaginável.


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Qualé a do Jarbas

Por que será que a Veja (aaah a Veja!!!) esse monte de papel sujo de tinta abriu espaço pro Jarbas Vasconcelos? E esse homem tão puro que há tanto tempo atua na cena política no PMDB, por que será que somente agora resolveu meter lenha no seu próprio partido? Aliás, poruié mesmo que ele ainda tá no partido que ele diz que tá cheio de corrupção? Vale a pena ler que diz o Luis Nassif sobre esse novo fato político e entender A Estratégia do Jarbas.

"Não é difícil entender as razões por trás da entrevista do senador Jarbas Vasconcellos à revista Veja.

Na entrevista ele acusa seu partido, o PMDB, de abrigar corruptos e lutar por cargos. Faltou explicar onde está a novidade.

No governo FHC, esse mesmo PMDB, tendo como pontas-de-lança o Ministro dos Transportes Eliseu Padilha e Gedel Vieira Lima, uma seleção enriquecida por Gilberto Miranda e outros notáveis, negociou cargos, benesses e massacrou Itamar Franco na convenção do partido. E os episódios ocorreram nos tempos em que Jarbas era dos grandes nomes do partido. É o mesmo PMDB de agora, com os mesmos personagens de antes.

O papel do PMDB e as formas de cooptá-lo fazem parte do know-how de governabilidade criado por FHC e apropriado por Lula. Então, qual a razão da indignação tardia de Jarbas? É aí que se entra na parte mais interessante da entrevista: a maneira como foi preparada.

Na semana passada Lula colocou o bloco de Dilma na rua. O fato veio acompanhado da divulgação das pesquisas de popularidade do governo, da constatação de que as medidas anticíclicas começam a dar certo, do encontro de prefeitos.

Esse início, aparentemente avassalador, assustou o PSDB. Serra ensaiou seu PAC contra a crise (cinco meses depois da crise deflagrada!). E, em reunião na casa de FHC, decidiu-se, de um lado, acirrar os ataques ao governo no Congresso, dificultando a aprovação de medidas. De outro, criar um fato político que contrabalançasse o jogo. Não havia denúncias à mão. As grandes denúncias ficaram no primeiro governo Lula. As denúncias-tapioca não pegam mais.

Decidiu-se, então, pela entrevista do Senador Jarbas Vasconcellos à revista Veja. Jarbas é ligado a Serra e, muitas vezes, pensou-se na dobradinha para as eleições presidenciais. Há tempos perdeu o ímpeto político. Na segunda metade do seu governo, praticamente passou o comando ao vice-governador e alienou-se completamente da administração. Questões existenciais compreensíveis, pelas quais passam todas as pessoas. Mas tem uma bela reputação, formada nos tempos em que era do extinto PMDB autêntico.

Foi convocado, então, para criar o fato político. O órgão escolhido foi a revista Veja – com a qual Serra mantém relações recentes, porém estreitíssimas (é ele, por exemplo, o principal avalista do tipo de jornalismo praticado por Reinaldo Azevedo).

A entrevista de Jarbas é um prato feito e óbvio. Primeiro, critica seu próprio partido, para ganhar credibilidade – e porque o partido está na base de sustentação do governo.

Depois, parte para os ataques seletivos. Ataca o presidente do Senado José Sarney, que é contra Serra, e poupa o da Câmara, Michel Temer, que é a favor. A rigor, não existe diferença de estilo entre ambos. Até pouco tempo atrás, a Codesp era loteada para Temer. Depois, atacou Renan Calheiros, que é contra Serra, e poupou o alvo preferencial dos moralistas políticos do passado, Orestes Quércia – que virou serrista.

Julgando ter passado uma visão desprendida da política, uma visão escoteira do sujeito só e com sua consciência, Jarbas ganha moral para avançar no alvo que interessa. Aponta a conivência de Lula com a corrupção – por só demitir acusados depois de comprovada a culpa -, deixa de lado pontos chatos – como o amplíssimo sistema de cooptação montado por Eliseu Padilha no DNER, no tempo de FHC. Critica a Bolsa Família e se refere assim aos possíveis candidatos de 2010"


Trote é sacanagem!

Quando passei no vestibular pra Faculdade de Direito da UFC eu usava um cabelo bem grande (podem acreditar, já fui muito cabeludo mesmo como mostra a foto aí do lado, usada no meu cartão de vestibulando) e não perdi um único fio de cabelo. Aliás, ninguém da minha turma foi vítima dessa coisa imbecil que é o trote. E olhe que eu comemorei muito, até porque fiz duas vezes o vestibulra porque o primeiro foi anulado por fraude e tive que fazer outro um mês depois. Lembro que soube do resultado no chamado "Sábado Gordo" do carnaval de 1982, em plena folia, e só fiz mesmo aumentar a festa. Já na universidade ninguém quis por abaixo minha cabeleira, nem me fez nenhum constrangimento.

Houve um avanço muito grande já que as próprias entidades estudantis resolveram fazer calouradas com eventos culturais e programações acadêmicas, entre outras. Mas infelizmente ainda acontecem muitas barbaridades como os casos recentes em que estudantes ficaram gravemente feridos e outros como o do estudante sino-brasileiro que passou pra Medicina na USp e morreu afogado numa piscina durante um trote.

Vou dizer logo aqui uma coisa, eu sou a favor de uma punição muito severa mesmo. Acho que é caso de polícia e as universidades devem cuidar de evitar essas sacanagens de trote. Aliás o deputado Flávio Dino(PCdoB-Ma), tem um projeto de lei prevendo a criminalização do trote violento e que já tá pronto pra ser votado pela Câmara dos Deputados. Pode até não resolver cem por cento, mas vai dar uma moralizada nessa bandidagem.

O trote, além de ser uma prática, é uma coisa de origem discriminatória, típica das elites, como demonstra o camarada Eron Bezerra num artigo que o Vermelho publicou e eu sugiro que você dê uma lidinha.



Pra que trote?

Todo início de ano a cena se repete, tal qual o nascer e o por do sol diário. Quando a lista dos aprovados nas universidades e faculdades isoladas é divulgada, os novos estudantes – pejorativamente chamados de calouros ou “bicho” – são submetidos a diversos tipos de “trote” pelos “veteranos” desocupados.


Leia mais a partir daqui

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

ô cabra preu dar valor

''Não tenho medo da morte, porque não sei o que é a morte. A gente não sabe se a morte é melhor ou pior, mas eu não quero viver nenhum dia que não possa ser objeto de orgulho''
José Alencar

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Somos todos iguais

"A grande variabilidade em todas as diferenças externas entre as raças humanas parece indicar que não podem ser de muita importância; pois, se importantes, elas teriam sido há muito tempo fixadas e preservadas, ou eliminadas. Nisto homens parecem com as formas chamadas, pelos naturalistas, proteúnicas ou polimórficas, as quais se mantiveram extremamente variáveis, o que leva a crer que tais diferenças externas devem ser pouco significativas e, por isso, teriam escapado da seleção natural." Charles Darwin

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Brasileiro de Moçambique

Ontem a noite, quando fui buscá-lo no colégio, o Guilherme (na foto, como pajem e atento ao casário da Lulu e do João )mninventou uma brincadeira em que tínhamos que dizer o nome de pelo menos uma pessoa de um país. Nem sei por quantos países andamos, mas a certa altura eu tava perdendop por 2 a 0 porque não consegui dizer o nome de alguém de Porto Rico e de um outro país que não lembro agora o nome (será a idade?). A parada tava dura mesmo e consegui pelo menos empatar o jogo. A certa altura, ainda atrás no placar, citei Moçambique, pensando no grande líder revolucionário Samora Machel e imaginando que ia tirar a vantagem do meu pirralho sobre mim. O cara nem vacilou e disse um nome: "Benjamim!!" E eu perguntei logo quem era pra ouvir uma resposta gozação: "Pai, o marido da Sâmia, que trabalha contigo. Esqueceu?"

Pois é, eu lá lembrava que o Benjamim num era brasileiro!

Pequeno álbum

Essa chamego com a Sonynha me fez buscar outros ângulos para os acontecimentos em que compareço. No casamento da Lulu e do João dei uma de pau de lata e me meti entre os profissionais de fotografia que fizeram a cobertura. Fiz dezenas de fotos e as dei pro casal, mas separei 12 delas pra compartilhar, por aqui, com minha família e com quem mais tiver a fim. Como título usei a primeira idéia que me veio à cabeça, mas se você tiver outra eu topo mudar, e se tiver algo mais a dizer, diga. Só digo uma coisa, nenhuma foto, filmagem ou contação vai ser suficiente pra transmitir a beleza e a emoção desse dia, por isso, vá se conformando.

Atenção e emoção


Sandália da simplicidade


A Lua viu tudo


Terra de palmeiras


Poema de mãos dadas


E o padre???


Apago ou não apago?


Em boas mãos


Só podia ser minha afilhada, né?


Tô elegante, Izolda?




Filho da turma

Esse aí é o Lucas, filho legítimo da minha inesquecível turma de amigos lá de Sobral. Ele é o primogênito da minha irmã amiga Nanpaula e do meu amigo irmão Fernando. No mesmo dia do casamento da Lulu e do João, onde ele era um dos cavalheiros, meu sobrinho completava 15 anos, mas a festa vai ser neste sábado, dia 14. Infelizmente não poderei dar um abraço nesse sobrinho muito querido, como todos os demais, porque viajarei loo mais pra participar de várias reuniões nacionais do PCdoB sobre comunicação. Tô sabendo que será uma bela curtição, mas a vida tem dessas coisas, nem sempre podemos estar onde queremos, mas o Lucas pode saber que tem muita energia positiva pra ele.

Clouseau???

Não, esse não é o Inspetor Clouseau, o detetive mais engraçado do mundo, protagonista dos filmes da Pantera Cor de Rosa, flagrado entre os convidados do casamento da Lulu e do João. Esse aí é o Rômulo, um cara muito do gente boa, casado com a minha Tia Fátima e que assumiu esse visual bem descontraído, mas que fez muita gente pensar que tinha um superdetetive no pedaço.

Lições de onde o sol nasce primeiro


Eu ainda era um pirralho enquanto o povo vietnamita lutava contra a invasão dos Estados Unidos (mais uma!!), mas já no final da guerra eu, que já era leitor de jornal, lembro muito bem das imagens da fuga dos gringos derrotados. Eu não me dava conta ainda do significado daquela guerra, mas a vida me permitiu oportunidades que me ajudaram a entender a luta do povo vietnamita e assim respeitá-lo, bem como a grandes líderes como Ho Chin Min e Vo Nguyen Giap.


Nesta semana tive a satisfação e a honra de acompanhar parte da programação da delegação do Embaixador Nguyen Thac Dinh(ao centro da foto), em sua visita ao Ceará, acompanhado de Pham Ba Uong (à minha esquerda), Conselheiro Comercial da Embaixada, e Vu Thanh Nam(à minha direita), Ministro da Embaixada. Trocamos muitas idéias sobre construção do socialismo, relações entre Brasil e Vietnã, educação, futebol, comida e mais um monte de coisa, inclusive sobre filhos. Foi a segunda que tive um contato com uam delegação oficial vietnamita. A primeira foi em 1995, durante a 8ª Conferência Nacional do PCdoB, quando eu morava em Brasília e integrei a comissão responsável pelas delegações estrangeiras. Na época tive um bom contato com um camarada chamado Lo Van Tai que, diante da minha afirmação de o centro da discussão da conferência era a elaboração de um programa socialista com características brasileiras, disse: "E só agora vocês estão debatendo isso?". Meio sem jeito respondi: "É, aprendemos observando as derrotas recentes (queda do socialismo na URSS) e das vitórias, como a de vocês".

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Lulu e João

Qualquer um que já tenha lido as coisas que escrevo por aqui sabe que sou pai coruja, filho chameguento, irmão apegado e agora vou revelar mais uma característica: tio apaixonado pela sobrinhada toda. E minha revelação, que num é segredo pra seu ninguém, é por conta do casamento da Luisa, a Lulu, e do João Wilson, o João.

Tem coisa na vida que parece que já vem do berço. A Lulu é minha primeira sobrinha a casar e ontem, na recepção que os afáveis pais do João ofereceram após o casamento civil ( que eu perdi por conta do trânsito maluco de Fortaleza), alguém comentou que a Lulu sempre foi muito prendada. Olha, eu num acho que ninguém precisa ser prendada ou prendado para casar, precisa mesmo é amar e ser capaz de construir uma convivência harmônica com alguém, mas a minha sobrinha, desde pequenina gostava de ajudar em casa. Lembro que ela chegava na casa dos meus pais, lá em Sobral, e quando menos se esperava ela tava lá na cozinha, ajudando a Mãe Teresa. A Luisa é prendada sim, mas ela é mesmo é uma criatura encantadora, uma jovem muito linda, vai ser uma psicóloga qualificada e ainda é uma militante política compromissada com um futuro melhor pra humanidade. Aliás, ela e o João se encontraram no amor e nas idéias, porque ele também sonha com um mundo melhor.

O Veveu, que é pai coruja como todos nós, fazia gaiatice anunciando o João, então namorado da Luisa, como um "amiguinho" que depois virou "paquera", mas sei que meu mano véi e a Izolda, gostam mesmo do genro. E não é pra menos. O cabra é distinto demais. Boa cabeça, sereno e uma cara também muito responsável. Com certeza, junto com a Lulu, saberá cuidar muito bem do Ernesto, que vai chegar no comecinho de maio.
Tô danado de feliz com esse casório, e já sei que o calor na festa será tão grande que vou fazer que nem o Veveu ontem, "suar pelos olhos", como disseram meus sobrinhos Alexandre e Pedro Vitor, dois curtidores de marca.


sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Bambino bobo

"O velho Francesco Matarazzo, um italiano que chegara ao Brasil em 1881 para tentar a sorte e começara trabalhando como mascate em Sorocaba, interior paulista, deixara à família meio século depois um conglomerado empresarial milionário, a sexta fortuna pessoal no mundo, segundo a revista Forbes". (trecho do livro Maysa - Só numa multidão de amores, de Lira Neto, pag. 51, Editora Globo, 1ª edição - 2007)

Comecei a ler nestes dia o livro do Lira Neto, que aliás é grudendo, entro pela madrugada lendo e pela manhã ainda misturo letras, suco, pão e o que mais vier. Ao ler o trecho acima lembrei que nem todos os imigrantes italianos, tiveram o mesmo sucesso estrondoso do Conde Matarazzo, aliás a imensa maioria foi trabalhar nas plantações de café ou noutros ramos da agricultura em São Paulo e nos estados do sul brasileiro. Mas também lembrei duma historinha que me foi relatada sobre o diálogo entre um nordestino e um paulista descendente de italianos.
Numa mesa de bar o bambino reclamava do que ele chamava de "invasão de nordestinos" a São Paulo, todos miseráveis, até famintos, com suas famílias enormes. O nordestino, um jovem jornalista considerado brilhante, editor de uma revista especializada em aviação, não deixou por menos e, cheio de ironia, soltou essa:

"Ora vejam só, quer dizer que você tá reclamando dos nordestinos? Vai ver a sua família era de nobres italianos que de repente decidiram vir morar no Brasil. Cansaram da boa vida européia e vieram viver bem aqui, né?"

Uma mulher de dignidade infinita

"Todos se lembram da imagem do rapaz chinês enfrentando os tanques na Praça Tiananmen, em 1989. A imagem correu o globo, em parte porque interessava ao mundo ocidental mostrar as (mui reais, diga-se) violações dos direitos humanos na China. Os incontáveis heróis populares palestinos -- e, muito especialmente, suas heroínas -- não têm a mesma sorte, dado o interesse das potências ocidentais em esconder sua cumplicidade com a política de limpeza étnica de Israel.

Vejam a determinação com que essa mulher enfrenta, de peito aberto, à frente de uma população desarmada, as baionetas do exército sionista de ocupação. Vejam a determinação nos seus olhos. Vejam como os soldados da ocupação evitam o contato visual, envergonhados, desumanizados pela tarefa de verdugos".

Esse vídeo e o texto acima eu recebi do meu camarada Luis Carlos Paes, presidente do PCdoB de Fortaleza e não ouso acrescentar mais nada, só peço lhe que assista.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

PT tem fé demais

"O PT bancou a eleição de Michel Temer acreditando em um acordo para continuar a aliança com o PMDB para 2010, ajudando a eleger o candidato que contar com apoio do presidente Lula e do campo popular. Resta ver se essa perspectiva vai se confirmar. Com todo o respeito ao novo presidente da Câmara, eleito democraticamente em primeiro turno, o Temer nunca escondeu a opinião dele pelo lado de lá. Portanto, ele não está enganando ninguém. Mas, se é assim que quiseram, que assim seja."
Deputado Chico Lopes (PCdoB/Ce)

Comunista não tem vergonha

"Com eleição ou sem eleição, o Partido Comunista está sempre em movimento, funciona como bica d’ água, de dia e de noite, faça chuva ou faça sol. Onde haja injustiça, sempre se encontrará um comunista em luta pelos direitos do povo. (...)

Na atualidade, o PCdoB se esforça para desenvolver e aperfeiçoar o marxismo, publica a revista Princípios ininterruptamente desde 1981, interage com expressivas parcelas da intelectualidade e comunidade acadêmica.Tudo isso faz parte da nossa luta por democracia econômica e social, pois só a democracia política não basta para resolver as agruras que o nosso povo ainda enfrenta. Defendemos o socialismo enquanto sistema mais avançado, nos aspectos social, político e econômico. E um socialismo democrático, com as características próprias da cultura e da gente brasileiras.

Essa é a cara do Partido Comunista do Brasil, que sempre esteve na luta e não tem do que se envergonhar".

Esse texto aí de cima é parte dum artigo que o Luiz Carlos Orro, cabra dos mais gente boa que eu conheço na vida e que é o presidente do PCdoB goiano, escreveu pra dar uma resposta a um fela que achou de esculhambar o nosso partido lá pelas bandas de Goiás. Pelo parte dá pra perceber que o todo é bom demais e se você quiser todinho clique bem aqui .


Tempo pra pensar

Ontem eu andei conversando com o Guilherme - aí na foto curtindo a enciclopédia Os Dinossauros e da Pré-História que acabara de ganhar - e a certa altura perguntei quais as matérias que ele mais gosta no colégio. Pela ordem: Informática, Ciências e Matemática. Disso aí eu já sabia, mas quis saber mais sobre o "porque", afinal ele vive me perguntando o "porque" das coisas e resolvi cobrar na mesma moeda.

O gosto pela Informática é muito mais pelo ludismo, já que ele gosta de brincar com os jogos como toda criança. Já pelas Ciências é porque "eu gosto de experiências". Já a Matemática, o porque é muito especial. Vejam o que ele disse:


"Ah pai, é porque eu gosto de resolver problemas num tempo estabelecido!"

Um santo!!!

Esse tal de Roberto Freire, como diz meu camarada Rubão, gosta de apontar esse dedão dele acusando meio mundo de miliuma coisa. Ele se acha o homem mais puro do mundo e quem num faz o que ele acha certo é um pecador sem chance nem de estagiar no purgatório, vai diretinho pro inferno. Pois bem, só que ele num é essa santidade que diz não. Depois que deixou de ser deputado arrumou uma boquinha pra ele na Prefeitura de São Paulo, afinal o coitado tem de sobreviver, né não? Só que nem no serviço ele aparece e ainda recebe uma bolada boa de 12 mil contos por mês. Quem também já se arrumou na Prefeitura demo-tucana do Kassab foi a ex-candidata do PPS, Sônia Francine, aquela Soninha que gostava de ser comentarista de futebol. Por essas e outras é que a gente vai entendendo porque a turma do Freire, depois de destruir aquele que já foi chamado há muito tempo de Partidão, agora tá é defendendo a incorporação do PPS ao PSDB. Seria muito mais sincero, né?


No Blog do Miro a história tá contada com mais detalhes.


Roberto Freire vira aspone de Kassab

Até Ricardo Noblat, colunista do jornal O Globo, registrou a fato curioso no seu blog, replicando um artigo de José Dirceu intitulado “Roberto Freire recebe jetons da prefeitura”. Ele informa que o “presidente nacional do PPS, que posa e gosta de se apresentar como paladino da moralidade no país, recebe jetons no valor de R$ 12 mil mensais da prefeitura de São Paulo pela participação em dois conselhos municipais – Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) e SP-Turismo... O conselheiro assina atas de reuniões a que não comparece, com o agravante de que é integrante da turma do falso moralismo, da turma dos gigolôs da ética alheia”.A denúncia apareceu primeiro no Jornal da Tarde, no final de janeiro, num texto de Fábio Leite. Ele revelou que Roberto Freire é uma das 58 pessoas beneficiadas pela política de contratação de “conselheiros”, implantada em 2005 na gestão do José Serra, atual governador e o presidenciável preferido das elites. Reeleito, o demo Gilberto Kassab, pau-mandado do tucano, manteve o jetom do chefão do PPS.

O texto do JT afirma que esta “bondade administrativa” visa acolher aliados e engordar os salários dos secretários municipais. Apesar da gravidade da denúncia, que lembra o tal “mensalão”, as emissoras de televisão e os jornalões não fizeram qualquer alarde, outra prova de que a mídia está totalmente engajada no retorno do bloco liberal-conservador ao poder.


Clique aqui pra saber mais.

Eita partidin!!!

A eleição de Sarney e Temer lá no Congresso Nacional ainda tem muito pra render. O Gustavo Alves, em seu Blog do Gustavo enumerou perdas e ganhos, que eu vou reproduzir abaixo, mas eu ainda tô encafifado com o "gesto magnânimo" do PT em ser tão fiel ao acordo com o PMDB na Câmara dos Deputados. Alguém duvida que o jogo ali é trunfo pra eleição de 2010? E uma criatura que acompanhe o mínimo da cena polítca brasileira, tem dúvida de que o Michel Temer é um ardoroso "serrista"?

Agora vamos refrescar a memória. Esse PT é mesmo um partido muito dúbio. Certamente alguém aqui se lembra da eleição de 2007 para a Mesa da Câmara dos Deputados, quando o Chinaglia - ao longo de sua "presidência" na Câmara ganhou um apelido muito parecido com o nome dele, mas muito desabonador - derrotou o Aldo Rebelo por apenas 18 votos. Pois bem, ali havia um acordo pla reeleição do Aldo, firmado com garantias do próprio Lula e o que seu viu? A mesma tropa de choque que agiu pra eleger o Temer Tucano, agiu na época para derrotar o Aldo. Um primor de fidelidade esse PT.




Quem ganha e quem perde

Os PMDBs vão dirigir o Congresso até 2010. Sarney no Senado e Temer na Câmara.Um PMDB apóia o governo Lula desde 2003. O outro é cristão-novo.Um PMDB sofreu ataques imensos da oposição, que queria atingir indiretamente o governo.O outro, até poucos dias, fazia coro com a sanha denuncista da oposição.Um PMDB ganhou a disputa contra a oposição.O outro ganhou a disputa com o apoio da oposição.Um PMDB ganhou contra o PT.O outro acabou de bater a carteira do PT.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O dono do Congresso?

Todos os jornais de jornais de hoje deram manchete para a eleição de Sarney e Temer para as mesas do Congresso Nacional. Quero tratar sobre esse assunto e dar algumas opiniões, mas por enquanto eu vou deixar aqui o editorial do Vermelho, que tem muito do que eu penso. Depois eu volto.



Sarney, Temer e o novo cacife do PMDB

Dois expoentes peemedebistas se elegeram nesta segunda-feira (2) para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. O resultado monocromático aumenta consideravelmente o cacife da legenda fundada por Ulisses Guimarães.

Os números das votações reforçam esse capital. No Senado, José Sarney (AP) sagrou-se por 49 votos a 32, desmentindo avaliações de última hora de que a disputa se equilibrara com a adesão do PSDB à candidatura do petista Tião Viana (AC). Na Câmara, Michel Temer (SP), candidato de um ''acordão'' que afinal se cumpriu, teve 304 votos, 47 a mais que o mínimo necessário para exorcisar o fantasma do segundo turno.

Somando-se as posições ja ocupadas pelo PMDB na Esplanada dos Ministérios, em governos e legislativos estaduais e municipais, este resultado projeta um novo personagem de primeira grandeza na cena política nacional, ao lado dos pólos do governo e da oposição, inclusive para 2010.

O processo eleitoral confirmou o perfil de ''partido-ônibus'', repositório de alas e grupos heterogêneos. O PMDB-Câmara e o PMDB-Senado agiram cada qual por si. O saldo porém reforça o conjunto da sigla, que daqui por diante será ainda mais disputada. Na sucessão presidencial de 2010 ela tende a ter uma função determinante fiel da balança entre o campo do presidente Lula e o de seus opositores.

Por hipótese, o PMDB poderia até ambicionar um protagonismo ainda maior, caso viesse a reunir vontades políticas e coesão em grau suficiente para apresentar um candidato presidencial próprio. Mais provavelmente, ele permanecerá desempenhando o papel de grande partido de centro com poder de desempate – muitas vezes satirizado, mas na realidade um papel clássico na história das lutas políticas da sociedade humana de dois séculos e pouco para cá.

Os processos eleitorais tanto na Câmara como no Senado escaparam da lógica governo-oposição. A base do governo Lula apresentou-se divivida. E a oposição idem. A diferença é que a base dividiu-se ao disputar as presidências das duas Casas, enquanto a oposição fez as contas e contentou-se com outros cargos nas mesas diretoras.

No caso da Câmara, o ''Blocão'' viabilizou a vitória de Temer – que teve 118 votos a menos do que a soma das bancadas de suas 14 siglas. Ainda assim Ciro Nogueira (PPS-PI) obteve 129 votos graças aos laços que cultiva com um largo espectro de deputados. E Aldo Rebelo (PCdoB-SP) reuniu 76 votos, 27 a mais que o Bloco de Esquerda que lançou sua candidatura (PSB, PCdoB, PMN, PRB).

O Bloco de Esquerda vai continuar atuando dentro e fora da Câmara. Pretende realizar neste mês uma reunião para se reafirmar como um bloco político, reaproximar o PDT, construir um projeto conjunto para o pós-Lula e lançar seus candidatos nas eleições de 2010. Ao contrário de outros blocos que a vida política brasileira tem conhecido, ele não existe em função de uma escaramuça momentânea, mas de uma visão de Brasil que julga importante defender conjuntamente.