quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Doutor Lula

Lula é doutor em saber o que povo sente

Benfica, fique bem

Eu nem morava ainda em Fortaleza e já frequentava o Benfica, bairro por onde entrei na Universidade Federal do Ceará (UFC); virei militante, até hoje, do Partido Comunista do Brasil; atuei no Movimento Estudantil (aqui poderia tantos mais que nem sei); conheci uma quantidade e uma diversidade enorme de gente; frequentei bares que fizeram história na cidade e frequento, bem menos hoje alguns bem legais; morei por dois anos e trabalho há mais de dez. O Benfica hoje anda assustando seus benquerentes. Há uma sensação grande de insegurança entre as pessoas e não é por menos. O escritor Pedro Salgueiro escreveu sobre isso, externando o sentimento de muitos que se relacionam com o bairro, que ele chama de Gentilândia, que também é nome que fica bem  pro lugar.


Pracinha da Gentilândia, ao fundo a Residência Universitária
Gentilândia sitiada
Faz três anos que voltei a morar na Gentilândia (capital do Benfica), já havia residido por sete anos aqui na época em que eu era estudante. Peguei nestes dez anos um amor pelo bairro, principalmente pelo charme de ser um reduto boêmio, de muita diversidade cultural. Um recanto da cidade que cheira a juventude, a movimento estudantil, a futebol, devido principalmente à presença da Universidade Federal do Ceará (e seus vários equipamentos, como Museu e Rádio Universitários, Casas de Cultura, além dos inúmeros cursos de humanidades), Escola Técnica Federal (que todo ano muda de nome e sigla), Ginásio de Esportes Aécio de Borba e Estádio Presidente Vargas (o charmoso e querido PV).

A pracinha da Gentilândia é o coração do Benfica, o local para onde tudo (de bom e de ruim) do bairro conflui... Tudo mais cedo ou mais tarde acaba sempre na pracinha: manifestações culturais e políticas e (naturalmente) seus diversificados lazeres.

Acontece que diferentemente de outros bairros, a população deste essencial reduto de Fortaleza é, em sua maior parte, flutuante. São os milhares de estudantes (professores e funcionários) da universidade, da escola técnica e de inúmeros colégios públicos e particulares, são ainda outros milhares de desportistas que em pelo menos duas vezes por semana invadem suas ruas, são centenas de boêmios que se espalham diariamente pelos infinitos bares.

Então a população do bairro não é somente a que reside (como eu e quase toda a minha família) nele, e sim uma multidão de moradores de outros sítios, que frequentam suas ruas de madrugada a madrugada nos sete dias da semana.

Outro fator fundamental para entender a quantidade de problemas que assolam o bairro e que o fazem ser hoje um dos mais violentos (em assassinatos e assaltos e distribuição de drogas) de nossa capital. Ele fica entre duas áreas pobres da cidade: o Jardim América (e suas diversas favelas) e os inúmeros becos da Marechal Deodoro (ambos redutos de muitos trabalhadores pobres, mas também de bandidos, traficantes, assassinos etc. etc.).

Pois bem, juntemos os pacatos moradores deste aprazível bairro, a enorme população flutuante de boêmios, estudantes, trabalhadores e desportistas que o frequentam, e temos o prato suculento e ideal para os (também) muitos que querem roubar, assassinar e distribuir drogas.

Em resumo: as autoridades não podem tratar um bairro com estas características como se fosse um bairro qualquer, não podem deslocar seus muitos agentes (de trânsito e de repressão) levando em conta apenas os números de seus moradores (e principais vítimas de tudo de ruim que acontece atualmente aqui).

Resumindo mais ainda (suas burras autoridades): este bairro não é somente este bairro, 90% dos frequentadores deste sítio são de outros locais, então a violência é também multiplicada por mil.

Cuidar do Benfica é cuidar de quase toda a nossa capital, a nossa querida loirinha desmiolada pelo sol.

domingo, 25 de setembro de 2011

Jô Soares mudou, a Globo não

Em 1986 a Globo decidiu vetar a exibição em sua programação de comerciais em que atuassem atores que tivessem optado por trabalhar em outras emissoras. A decisão era generalizada, mas tinha uma razão específica: a mudança de Jô Soares para o SBT onde foi fazer "Jô Soares - Onze e Meia", um programa que fez tanto sucesso que, anos depois o Gordo seria perdoado em nome da audiência que a Globo precisava recuperar. Um indignado Jô Soares reagiu ao veto com um texto publicado na coluna que mantinha no finado Jornal do Brasil. O texto faz uma critica muito vigorosa ao monopólio da tv dos Marinho, critica o uso indevido de uma concessão pública para favorecer interesses menores da emissora e ainda senta a pua no Boni, então manda chuva da Globo, que teria sido o responsável pelo veto e é chamado de rancoroso pelo recém contratado de Silvio Santos. Eu assinaria esse artigo, já o Jô, nem pensar. Isso não desmerece o texto, que continua verdadeiro vinte e cinco anos depois, mas mostra o que move certas estrelas da TV brasileira, sempre servis a interesses menores que, dependendo do cachê, podem ser maiores que a dignidade delas. Veja o que disse o senhor José Eugênio Soares sobre a verdade que ele hoje nega.

Travessia

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

#UJS27ANOS


"Toda noite tem auroras,
Raios toda a escuridão.
Moços, creiamos, não tarda
A aurora da redenção"

Versos do poeta Castro Alves,
inspirador de Aldo Rebelo
na redação do Manifesto da UJS

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dilma: mulher corajosa e sincera




Publico, emocionado, a íntegra do discurso, em texto e vídeo, da Presidenta Dilma Rousseff na abertura da 66ª Assembleia Geral da ONU.

Senhor presidente da Assembleia Geral, Nassir Abdulaziz Al-Nasser,

Senhor secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon,
Senhoras e senhores chefes de Estado e de Governo,
Senhoras e senhores,

Pela primeira vez, na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o Debate Geral. É a voz da democracia e da igualdade se ampliando nesta tribuna que tem o compromisso de ser a mais representativa do mundo.

É com humildade pessoal, mas com justificado orgulho de mulher, que vivo este momento histórico.

Divido esta emoção com mais da metade dos seres humanos deste Planeta, que, como eu, nasceram mulher, e que, com tenacidade, estão ocupando o lugar que merecem no mundo. Tenho certeza, senhoras e senhores, de que este será o século das mulheres.

Na língua portuguesa, palavras como vida, alma e esperança pertencem ao gênero feminino. E são também femininas duas outras palavras muito especiais para mim: coragem e sinceridade. Pois é com coragem e sinceridade que quero lhes falar no dia de hoje.


Senhor Presidente,

O mundo vive um momento extremamente delicado e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade histórica. Enfrentamos uma crise econômica que, se não debelada, pode se transformar em uma grave ruptura política e social. Uma ruptura sem precedentes, capaz de provocar sérios desequilíbrios na convivência entre as pessoas e as nações.

Mais que nunca, o destino do mundo está nas mãos de todos os seus governantes, sem exceção. Ou nos unimos todos e saímos, juntos, vencedores ou sairemos todos derrotados.

Agora, menos importante é saber quais foram os causadores da situação que enfrentamos, até porque isto já está suficientemente claro. Importa, sim, encontrarmos soluções coletivas, rápidas e verdadeiras.

Essa crise é séria demais para que seja administrada apenas por uns poucos países. Seus governos e bancos centrais continuam com a responsabilidade maior na condução do processo, mas como todos os países sofrem as conseqüências da crise, todos têm o direito de participar das soluções.

Não é por falta de recursos financeiros que os líderes dos países desenvolvidos ainda não encontraram uma solução para a crise. É, permitam-me dizer, por falta de recursos políticos e algumas vezes, de clareza de ideias.

Uma parte do mundo não encontrou ainda o equilíbrio entre ajustes fiscais apropriados e estímulos fiscais corretos e precisos para a demanda e o crescimento. Ficam presos na armadilha que não separa interesses partidários daqueles interesses legítimos da sociedade.

O desafio colocado pela crise é substituir teorias defasadas, de um mundo velho, por novas formulações para um mundo novo. Enquanto muitos governos se encolhem, a face mais amarga da crise – a do desemprego – se amplia. Já temos 205 milhões de desempregados no mundo. 44 milhões na Europa. 14 milhões nos Estados Unidos. É vital combater essa praga e impedir que se alastre para outras regiões do Planeta.

Nós, mulheres, sabemos, mais que ninguém, que o desemprego não é apenas uma estatística. Golpeia as famílias, nossos filhos e nossos maridos. Tira a esperança e deixa a violência e a dor.

América Latina insubmissa


"Por sorte, a reserva determinante da América Latina e do Caribe é uma energia capaz de mover o mundo: a perigosa memória de nossos povos. É um imensao patrimônio cultural anterior a toda matéria prima, uma matéria primária de caráter múltiplo que acompanha cada passo de nossas vidas. É uma cultura de resistência que se expressa no esconderijo das linguagens, nas virgens mulatas - nossas padroeiras artezanais -, verdadeiros milagres do povo conyra o poder clerical colonizador. É uma cultura de solidariedade, que se expressa diante dos excessos criminosos de nossa natureza indômita, ou na insurgência dos povos pela lsua identidade e pela sua soberania. É uma cultura de protestonos rostos indígenas dos anjos artezanais de nossos templos, ou na música das neves perpétuas que trata de conjurar com a nostalgia os surdos poderes da morte. É uma cultura da vida cotidiana que se expressa na imaginação da cosinha, do modo de vestir, da superstição craitiva, das liturgias íntimas do amor. É uma cultura de festa, de transgressão, de mistério que rompe a camisa de força da realidade e reconcilia, enfim, o raciocínio e a imaginação, a palavra e o gesto, e demonstra de fato que não há conceito que cedo ou tarde não seja ultrapassado pelo vida. Uma energia de novidade e beleza que nos pertence por completo, e com a qual nos bastarmos nós mesmos, que não poderá ser domesticada pela voracidade imperial, nem pela brutalidade do opressor interno, nem mesmo por nossos próprios medos imemoriais de traduzir em palavras os sonhosmais recônditos. Até a própria revolução é uma obra cultural, a expressão total de uma vocação e de uma capacidade criadoras que justificam e exigem de todos nós uma profunda confiança no porvir"

Gabriel Garcia Marquez, 

Música nos une




Guilherme curtindo "Stand By Me" pela 1ª vez
Eu tava quieto no meu canto, fazendo um trabalho extra em casa quando memória me cutucou lembrando desse vídeo em que músicos várias partes do mundo interpretam "Stand By Me". Chamei o Guilherme pra escutar e ele só dizia: "Legal, pai. Muito legal, pai". Acabou de escutar e saiu dizendo que ia pesquisar sobre a música. Depois podem perguntar que ele conta a história todinha desse clássico que um monte de gente já cantou. O gostoso foi sentir que, cada vez mais, nós dois curtimos mais coisas em comum, e a música fica em primeiro lugar.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Cultura, viva Ariano!

"Defenderei a cultura brasileira até que eles morram! 
Eles! Não eu, que a morte não está nos meus planos".
Ariano Suassuna

Palestina, já!




A Palestina, rumo a uma grande vitória moral
Angel Guerra Cabrera

Sabendo que este desenlace é inevitável, Obama e a senhora Clinton têm feito tudo quanto tem estado a seu alcance para dissuadir a Autoridade Nacional Palestina (ANP) de apresentar a proposta, incluindo a ameaça de exercer o veto se o tema for transferido ao Conselho de Segurança (CS). Mas altos funcionários estadunidenses confessam em privado que a Casa Branca quer “evitar fazer campanha a favor do veto pois os Estados Unidos poderiam ficar isolados nesse intento”.

Em todo caso, a superpotência e seu afilhado sionista vão ficar numa inocultável posição de isolamento internacional quando o tema for discutido na AG. É muito ilustrativa disso uma mensagem enviada a Tel Aviv por Ron Prosor, embaixador de Israel na ONU: “O máximo que podemos esperar conseguir é um grupo de Estados que se absterão ou que estarão ausentes durante a votação”. “Somente uns poucos países votarão contra a iniciativa palestina”, acrescenta.

Versos pra cachaça

Numa exposição sobre cachaça fui flagrado identificando as já conhecidas 

O Dia Nacional da Cachaça foi ontem, eu nem pude fazer um registro e apenas comemorei em casa, com uma "Douradinha" deliciosa. Mas nunca é tarde pra se falar dum produto nacional tão genuíno e com tantas histórias boas. A data é comemorada pela primeira vez e tem a ver com a Revolta da Cachaça, ocorrida no século 17, quando produtores da bebida nacional lutavam contra a Coroa Portuguesa, que tentava impor a bagaceira, produto feito do bagaço da uva. A data faz parte do esforço de fazer da cachaça a bebida nacional. Nada mais justo!

História e versos sobre cachaça é o que não faltam em nossa Pátria Amada. Em homenagem à nossa bebida nacional, reproduzo um texto do Leonardo Mota falando de cantadores e cachaças.

CANTADORES E CACHAÇA
Leonardo Mota


Um humorista português afirma que o que distingue o homem do bruto é o seu amor ao álcool e ao fumo. Acrescenta que beber água engarrafada é uma inversão da natureza, pois nem a água se fez para as garrafas, nem as garrafas para a água.

Também o poeta paulista Martins Fontes, em conferência sobre "A alegria", disse não haver nada de mais triste, de mais fúnebre entre duas criaturas sentadas a uma mesa do que uma garrafa de água de Caxambu... E Martins Fontes indagava:

— Mas, lealmente, sinceramente, onde entre homens de inteligência, conhecedores da tortura da vida, grandes tristes por serem grandes lúcidos, já houve alegria sem bebida? Não pode haver. Quando a sabedoria popular diz que alguém está alegre, é porque, na certa, esse alguém bebeu alguma coisa.

Do meu convívio com os cantadores me resta suficiente autoridade para garantir que os cantadores, que são também "homens de inteligência e grandes lúcidos", não gostam de água mineral. Entre os mortos tenho notícia de muitos que iam à perfeição de não abusar, sequer, da água do pote, embora não repetissem a velhaca escusa daquele boêmio que se abstinha do uso da água, para não roubar o pão às pobres lavadeiras... Zé de Matos, Rita Medêro, Chica Barrosa... Esta última, a Barrosa, foi assassinada a cacete e faca, durante uma cantoria, na qual andou, embriagada, a dizer rebarbativas inconveniências.

São inumeráveis os versos populares em que, com ingenuidade ou cinismo, se celebra a cotréia:

Aguardente é jiribita
Feita de pau de capucho...
Bate comigo no chão,
Bato com ela no bucho!

Aguardente é jiribita,
Não há bebida tão boa!
Quanto os padres gostam dela,
Que dirá quem não tem c’roa!

Aguardente é jiribita,
Feita de cana crioula...
Quem beber em demasia
Quebra o botão da ceroula.

Meu amo, meu camarada,
Agora vou lhe dizer:
Carro não anda sem boi
E eu não canto sem beber.

Eu fui aquele que disse
Que aguardente não bebia,
Porém já estou debicando
Canada e meia por dia.

Minha mãe teve dois filhos,
Fui eu só que dei pra gente:
Vendi tudo o que era nosso,
Bebi tudo de aguardente.


No sertão, a verdade, dolorosa embora, é a que está expressa na quadrinha:

Não há função
Ou brincadeira
Que não acabe
Por bebedeira.


São populares na Paraíba umas décimas rematadas com o mote "Não é defeito beber". Um exemplo:

Para quem bebe aguardente,
Se mete num grande porre,
Dá, apanha, mata ou morre
O beber não é decente...
Porém dando pra contente
Ou mesmo pra entristecer,
Podendo a cana fazer
Tornar-se franco um sovino,
Direi sempre que combino:
Não é defeito o beber!



(Mota, Leonardo. Sertão alegre; poesia e linguagem do sertão nordestino. 2ª ed. Fortaleza, Universidade do Ceará, 1965, p.134-136)

Leia também um texto de Câmara Cascudo e saiba porque o Santo também "bebe no pé do balcão".

domingo, 11 de setembro de 2011

Carta de um chileno aos familiares das vítimas do atentado ao World Trade Center

O 11 de setembro entrou na história há muito mais de 10 anos. Há muitos fatos marcantes no Brasil e no mundo, mas dois deles marcaram muito mais: o golpe militar no Chile e o atentado que fez ruir o World Trade Center. Ambos provocaram danos irreparáveis, milhares de vítmas e consequências com repercussões até hoje. No vídeo abaixo, um dos episódios de um filme que reuniu vários cineastas de diferentes nacionalidades, há uma importante relato sobre a entre esses dois fatos históricos cuja relação é muito maior do que uma simples data. Peço-lhe que dedique menos de 11 minutos para assistir. Asseguro-lhe que não desperdiçara um segundo sequer.

sábado, 10 de setembro de 2011

Canto Livre

Com este Canto Livre, homenageio o próprio Victor Jara, como também o bravo Salvador Allende e todos os chilenos, vítimas do 11 de setembro que há 38 anos fez chover sobre Santiago e sobre todo o país o obscurantismo, o sufocamento da liberdade, da democracia, dos direitos do povo. Dezenas de milhares de vidas foram ceifadas, as consequências ainda se refletem nas lutas atuais do povo chileno, em especial do jovens estudantes liderado por Camilla Vallejo, dentre outros. Neste 11 de setembro pranteio os que tombaram, mas também saúdo os que jamais arriaram suas bandeiras e, por isso, são imprescindíveis ao seu Chile amado.



El verso es una paloma
que busca donde anidar.
Estalla y abre sus alas
para volar y volar.

Mi canto es un canto libre
que se quiere regalar
a quien le estreche su mano
a quien quiera disparar.

Mi canto es una cadena
sin comienzo ni final
y en cada eslabón se encuentra
el canto de los demás.

Sigamos cantando juntos
a toda la humanidad.
Que el canto es una paloma
que vuela para encontrar.
Estalla y abre sus alas
para volar y volar.
Mi canto es un canto libre.

Chilenos



"E aqui não era a pedra 
convertida em milagre, nem a luz 
procriadora, nem o benefício azul da pintura, 
nem todas as vozes do rio, 
os que me deram a cidadania 
da velha cidade de pedra e prata, 
mas um operário, um homem.
Por isso creio 
cada noite no dia, 
e quando tenho sede creio na água, 
porque creio no homem.
Creio que vamos subindo 
o último degrau.
Dali veremos 
a verdade repartida, 
a simplicidade implantada na Terra, 
o pão e o vinho para todos".
Neruda






Registro a sempre atenta e culta contribuição do poeta amigo Joan Edessom