terça-feira, 30 de novembro de 2010

De onde vem a favela?

A origem da favela é Os Sertões
Favela agora virou comunidade? O morro, tão decantado pelos sambistas do Rio também mudou de nome pra comunidade? A primeira vez que vi essa nova nomenclartura foi na transmissão dos desfiles das escolas de samba do lá do Rio de Janeiro, quando a minha agora camarada deputada Leci Brandão passou a usar a expressão comunidade. Acho que a mudança tem um pouco a ver com certa ideia de que favela é denominação pejorativa, principalmente por conta da violência e talvez da precariedade das moradias. Aqui mesmo em Fortaleza já tem lugares que também não querem mais ser chamados de favela. Exemplo mais conhecido é a Comunidade Maravilha, onde o povo saiu da lama e hoje tem morada digna e uma urbanização de respeito.

Mas e o nome favela, de onde veio? Do sertão nordestino. Ou melhor, de Os Sertões, obra épica de Euclides da Cunha, que tem como pano a experiência de organização social e política comandada pelo cearense Antônio Vicente Mendes Maciel, o Antonio Conselheiro. No site Favela tem Memória encontrei um relato de como foi essa história e baixo transcrevo parte dele.

Tanto a origem do nome Favela quanto Providência remetem à Guerra de Canudos, travada entre tropas republicanas e seguidores de Antônio Conselheiro no sertão baiano. Favela era o nome de um morro que ficava nas proximidades de Canudos e serviu de base e acampamento para os soldados republicanos. Faveleiro é também o nome de um arbusto típico do sertão nordestino. O então jornalista e escritor Euclides da Cunha descreveu assim o morro da Favela no seu livro Os Sertões, sobre a Guerra de Canudos:


Euclides da Cunha
"O monte da Favela, ao sul, empolava-se mais alto, tendo no sopé, fronteiro à praça, alguns pés de quixabeiras, agrupados em horto selvagem. À meia encosta via-se solitária, em ruínas, a antiga casa da fazenda (...). O arraial, adiante e embaixo, erigia-se no mesmo solo perturbado. Mas vistos daquele ponto, de permeio a distância suavizando-lhes as encostas e aplainando-os... davam-lhe a ilusão de uma planície ondulante e grande".


Quando os soldados desembarcaram no Rio após a sangrenta e vitoriosa campanha contra os seguidores de Antônio Conselheiro, o Morro da Favela era tomado por uma vegetação rasteira. Segundo relatos, entre os arbustos da região eles poderiam ter encontrado o mesmo faveleiro típico do sertão, daí a inspiração do nome. A pesquisadora Sônia Zylberberg, autora do livro Morro da Providência: Memórias da Favella, no entanto, não acredita nessa hipótese. Segunda ela, o solo do morro carioca é bastante diferente do encontrado no sertão baiano.


A antropóloga Alba Zaluar lembra que na virada do século já existiam barracos parecidos com os da Favela em outros morros do Rio de Janeiro. Organizadora do livro Um século de favela, junto com o historiador Marcos Alvito, ela explica o porquê do termo ter virado sinônimo de comunidade carente. "As pessoas olhavam, viam as casas de zinco parecidas com as do morro do Centro e também chamavam de favela. Resultado: favela virou substantivo", diz. 


O nome Favela continua a ser usado até hoje por moradores antigos. A primeira associação de moradores da comunidade, por exemplo, fundada nos anos 60, ainda adota em seus estatutos o nome oficial de Associação Pró-Melhoramento do Morro da Favela.

Samba, Rio!



Há muitas músicas feitas pro Rio de Janeiro, mas uma que não me sai da cabeça é Samba do Avião, nessa bela versão com Tom e Miúcha. O motivo é simples: num dos dias em que a cidade tava literalmente pegando fogo, escutei essa música no rádio do carro e me deu um baita sentimento de carinho por aquele lugar. É minha homenagem.

Rio, continue lindo

O Rio é lindo, mas meu desconhecido.
Enche só uma mão as vezes que eu fui ao Rio de Janeiro e nem posso dizer que conheço a chamada "Cidade Maravilhosa". A passeio nunca pisei o pé ali, mas congresso, encontro e reunião foi só o que fui. Numa vez que pude desfrutar da cidade, choveu nos dois dias que lá fiquei, sem poder sair do apartamento onde me hospedei de passagem pra Santa Catarina. Noutra ocasião, a última vez há quase dez anos, perdi uma carona pruma roda de samba em Vila Isabel com uma turma de compositores da Escola de Noel e fui dormir no hotel onde tava a delegação do Ceará pro 11º Congresso Nacional do PCdoB.

Temperatura acima de 40 graus não dá
Como você pode perceber, modestos interesses pessoais me fazem querer que o Rio de Janeiro continue lindo. Eu simplesmente preciso saber se é lindo mesmo, se é tudo o que vejo em videoteipes e revistas supercoloridas merece tanta homenagem em forma de música, poesia, cinema, pintura, foto e o que mais se inventou pra transmitir emoções nos sentimentos. Há muitos lugares e gente querida onde e com quem quero estar, mas se a cidade ficar a mais de 40 graus como foi na semana passada, num vai ser nada legal.

Mas também tenho razões bem mais nobres do que esses meu  interesses mundanos. Acho que ali tem um pouquinho de todo o Brasil, desse Brasil que canta e que é feliz. Ali a nossa raça se mistura ainda mais, faz samba e amor até mais tarde. É um lugar de maravilhas que todo brasileiro gosta, nem que seja só de ouvir falar e pelo olhar eletrônico, como eu.

Uma disposição de luta que poderia ser melhor usada
Nos últimos dias a beleza do Rio de Janeiro saiu de cena e o que se viu foi tiroteio, fogo, polícia de todo jeito pra tudo que é lado. Não dá pra não lembrar de outros cantos mundo a fora onde combates de rua são rotina. Fico triste de ver essas coisas, ainda mais porque a Olimpíada de 2016 vai ser na cidade e tem gente doida pra cobri-la de sangue e tragédias pra levar os atletas pras arenas de outros lugares mais ao norte do equador. Por outro lado não me entristece ver que se decidiu enfrentar essa absurda ocupação de território por bandidos que traficam drogas, agridem a população e pensam ser heróis de jovens que, sem perspectivas, arriscam sua vidas num perigoso jogo em que a morte sempre vence.

Uma ação arriscada, mas necessária
Como na natureza, "talqualmente" na política, não há espaços vazios. Os territórios estavam vazios do poder público e o tráfico tomou conta do lugar, impôs sua norma. Pra fazer isso contou com a ausência do estado, mas também com a complacência de agentes do estados que, por negligência, conveniência e/ou uma ajudinha monetária pra sobrevivência, deixaram de cumprir seu papel. Acho que tava na hora mesmo de enfrentar a bandidagem, antes que ela se tornasse mais poderosa ainda. O que está sendo feito é necessário, há muitos e graves riscos de ações em que a população acabe sendo vitimada, mas não há como enfrentar de outra maneira a reação dos criminosos à iniciativas como as UPPs e outras que sufocam o tráfico e a criminalidade.

No morro está a menor parte do problema das drogas
Não acredito que a parada esteja resolvida. Ali há muito o que ser feito e por isso não gosto de ver o Comandante Geral da PM do Rio de Janeiro falando que a ação devolveu a liberdade à população. Já falei que não conheço o Rio e muito menos como se dá a cadeia de comando do tráfico por lá, mas não sou tolo de achar que quem banca a cadeia produtiva da droga more "trepada" nos morros, favelas ou comunidades. Por ali fica a parte mais pesada do negócio, onde o cabra morre de bala ou vício. Já os grandões de verdade estão noutras alturas, onde se menos imagina. Mas é por ali que se começa, sabendo que por ali não se pode parar.
O povo quer ser feliz ...

Só que não é só de polícia que os morros, favelas e comunidades do Rio de Janeiro, assim como de muitas outras cidades brasileiras precisam. Isso é o que a população menos precisa. O povo também quer comida, diversão, arte, educação, saúde, esporte, trabalho, salário digno e outras coisas mais. Numa recente troca de emails com a minha querida amiga Neidinha, ela disse algo que resume muito bem a situação do Rio de Janeiro, o que tá sendo feito e o que deverá ser feito. Disse ela:  "Hoje no Rio, o que está em jogo é a retomada do papel do estado nos espaços dominados pelo comando do tráfico. É um conflito que enfrenta nesse momento, provavelmente a parte mais tensa e violenta, mas que deverá prosseguir por um bom tempo, até o Estado reassumir seu papel perante aquelas comunidades. E não falamos apenas de segurança, mas de todo aparato social e econômico que poderá modificar a vida daquelas comunidades. É importante lembrar, que no geral, a população do Rio apoia a ação  do governo.  Na minha opinião a questão central é a retomada do papel do estado nessas comunidades. A ação que ocorre agora é necessária". Nada mais tendo a declarar, assino embaixo.

... e de bem com a vida.
Quase todas as fotos que usei estão no site do jornal americano The Boston Globe.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

felicidade em pessoa

não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
se achar que precisa voltar, volte!
se perceber que precisa seguir, siga!
se estiver tudo errado, comece novamente.
se estiver tudo certo, continue.
se sentir saudades, mate-a.
se perder um amor, não se perca!
se o achar, segure-o!

gostei desses versos, pensei serem do fernado pessoas, mas não são. se você soube quem os lavrou, diga-nos...

Guitarras geniais



Há mais de vinte anos assisti um especial na MTV sobre grandes guitarristas.Um dos personagens do programa era Eric Clapton, que entre outras conviveu na banda inglesa Yardbirds, com outros dois gênios da guitarra: Jeff Beck e Jimmy Page. Esse convívio temperamental foi também efêmero, como não poderia ser diferente, mas ainda se veria algo igual na história desse mundo, mesmo que de forma ainda mais efêmera.

Na MTV Clapton contou uma história muito interessante em que outro guitarrista genial participou. Meados dos anos 60, ele fazia um show em Londres, onde havia as pichações "Eric is God",  e deu de cara com Hendrix na plateia, que depois foi cumprimentá-lo no camarim, onde recebeu um convite para voltar no dia seguinte e dar uma canja. Dia seguinte tava lá o convidado já no comecinho do show e, sem haver ensaiado nadinha, acompanhou todas as músicas. Eric terminou a história dizendo: "E eu é que era chamado de deus".

Divino ou não, Eric Clapton não tem limite pro seu talento musical e quando se junta com outras feras faz miséria. Um dos exemplos é suas interpretações de I Shot the Sheriff e Knockin' On Heaven's Door, dos Bobs Marley e Dylan, respectivamente. Neste vídeo de quase 30 anos atrás o efêmero volta a acontecer e reúne Clapton, Beck, Page e ainda os stones Charlie Watts e Bill Wyman, além de Mark Knopfler  bem jovem numa bela versão de Layla, de Eric. Curta, vale a pena.

Entrevista histórica do Lula

Assista a entrevista do Lula aos blogueiros progressistas e se você tiver a fim de lê-la, vá no Blog do Miro que tá todinha lá..

Cantando a paz

O cara que você vai ouvir cantar nesse vídeo ficou conhecido por Cat Stevens, mas depois que incorporou as ideias do Al Corão passou a se chamar Yusuf Slam e continua fazendo belas canções como Peace Train.

Quem ameaça a paz mundial?


No jogo de cena pra acoitar as besteiradas agressivas da Coreia do Sul contra a RPD da Coreia, conhecida como Coreia do Norte, Robert Gibbs, porta voz do Obama disse que os Estados Unidos "profundamente comprometidos com a defesa do nosso aliado, a República da Coreia (do Sul), e com a manutenção da paz e da estabilidade na região".Detalhe, a protegida do sul assumiu que fez disparos antes da retaliação vinda do norte, portanto a ameaça à paz é feita por quem se diz vítima.

Mas o que me chama atenção nessa história é a cara de pau dos Estados Unidos em falar de estão comprometidos com a paz. Acontece que só na Coreia do Sul eles têm mais de 30 mil soldados armados até os dentes, pelo menos duas bases militares, Kunsan City e Osan, além de mais de cem ogivas nucleares. Essa turminha gosta de fazer uns treinamentos juntos com milhões de soldados sul coreanos e nessas horas sempre rola uma provocacão pra cima da parte norte da nação coreana.

Mas o que tem na Coreia do Sul é só uma gota do que os Estados Unidos gastam com a guerra, ou a preparação dela. Veja o que disse, há dois anos, o site da MRA Advogados,  encarregada de dar assistência jurídica à portugueses espalhados pelo mundo, inclsuive no Brasil:

"Os Estados Unidos operam um total de 5 429 bases militares, 761 das quais em países estrangeiros, de acordo com o Base Structure Report , documento publicado anualmente pelo Pentágono. 
Em Dezembro de 2007, as forças armadas americanas empregavam 510 927 pessoas, espalhadas por mais de 151 países. Aquele número inclui cerca de 196 600 efetivos militares no Iraque e 27 500 no Afeganistão. Os orçamentos de todos os países do planeta deverão consumir, em 2008, USD 1,2 trilhões (EUR 848,3 bilhões) cabendo aos EUA uma fatia equivalente a 49% do total. 
Orçamento dos Estados Unidos privilegia gastos militares
O orçamento militar americano para o exercício fiscal de 2008, após vários reforços, está oficialmente contabilizado em USD 728,7bi (EUR 515,1 bi). O orçamento federal da educação para o mesmo período atinge USD 104,3 bi (EUR 73,7 bi). O orçamento da segurança social (excluindo pensões e cuidados de saúde) é de USD 271,4 bi (EUR 191,8 bi), ligeiramente acima do custo dos juros vincendos da dívida publica federal - USD 243,9 bi (EUR 172,4 bi). O orçamento federal para a pesquisa científica pura (não aplicada) é de USD 16,7 bi (EUR 11,8 bi). A quota de financiamento federal para catástrofes, emergências e seguros é de USD 12 bi (EUR 8,4 bi). A ajuda militar e económica a países estrangeiros, contabilizada na rubrica da defesa, ascende a USD 34,8 bi (EUR 24,6 mm/bi)".  

Esses dados, se mudaram alguma coisa foi muito pouco, até porque o Obama, apesar de ter ganho o Nobel da Paz em 2009, pouco fez para merecê-lo, antes ou depois. Agora me diga: quem representa de fato uma ameaça a paz?
Áreas escuras são países que sediam bases militares dos EUA

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sport fino

Ariano Suassuna, fotografado por Maria Carvalho,  usando Sport Fino

Numa das suas  aulas espetáculos Ariano Suassuna, que normalmente veste uma paletó de linho branco, contou que foi convidado pra uma solenidade que exigia dos convidados o uso de roupa no estilo esporte fino. Encafifado com aquela exigência, Ariano deu seu jeito: buscou uma camisa vermelha, vestiu junto com uma calça e um terno pretos. Com as cores do seu time de futebol preferido em Pernambuco, o criador de Chicó e João Grilo foi todo faceiro pra solenidade vestindo Sport Fino.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Haikai cotidiano

Dia veloz


Mal o sol descansa,


a lua entra na dança.


Palavras de Clarisse, no  Blog Divagarim e fotos do Carvalho.

A eleição de Tiririca e a democracia brasileira

A eleição do palhaço Tiririca para deputado federal por São Paulo tem causado muita polêmica no meio político e na elite brasileira. Primeiro, ainda durante a propaganda na TV, adversários tentaram barrar a candidatura dele, alegando que seu slogan de campanha, “pior do que está não fica,” era crime eleitoral por ofensa à imagem do Congresso Nacional. Depois disso, enquanto as pesquisas indicavam que o palhaço teria significativa votação, resolveram questionar sua declaração de bens. A alegação dessa vez era de que Tiririca teria deixado, de propósito, de declarar à Justiça bens de sua propriedade.


Nada disso adiantou. Por protesto ou por descaso, por chacota ou por descrença, o fato é que o cidadão Francisco Everardo Oliveira Silva recebeu do eleitorado de São Paulo mais de um milhão e trezentos mil votos, uma das votações mais expressivas da história da nossa República. O inconformismo de seus adversários aumentou e a batalha contra sua participação nas eleições foi reforçada com novas armas. Os motivos da resistência são vários, e não necessariamente têm relação com os argumentos usados.

Clique aqui pra ler o resto desse texto do Adilson de Carvalho, na Carta Capital.

O Almirante Negro



Em 1910 a Lei Áurea, que determinou a abolição da escravatura no Brasil já tinha mais de vinte, mas os negros ainda enfrentavam muita violência. Um dos símbolos maiores da escravidão era a chibata, instrumento de açoite usado para castigar os escravos mas que ainda ardia no lombo dos marujos da Marinha, a grande maioria negros. Aliás na força naval os oficiais eram oriundos da casa grande e a marujada vinha quase toda da senzala, o que fazia com que o ambiente da escravidão ainda fosse presente.

A inexistência completa de limites para os castigos impostos aos marujos gerou a Revolta da Chibata, deflagrada há exatos 100 anos, liderada por João Cândido,, um brasileiro que durante muito tempo a Marinha se tentou negar até a sua existência mas que a história não permitiu que isso acontecesse. O jornalista cearense, Edmar Morel, que trabalhava na imprensa do Rio de Janeiro, o localizou e revelou toda a história no livro Revolta da Chibata, onde o marujo recebeu o nome de Almirante Negro.

Na virada da noite de ontem pra hoje li a publicação em quadrinhos, "Chibata! João Cândido e a Revolta que abalou o Brasil", de outros dois cearenses Hemetério (arte) e Olinto Gadelha (roteiro), que ganhei recentemente do casal Neidinha e Osvaldo. Ela sabia que eu paquerava esse livro há muito tempo lá na Revista e Cia - um paraíso dos quadrinistas onde meu filho Guilherme se deleita e o Sylvio, dono do lugar, dá aulas sobre a arte do quadrinho - e emocionou com o presente. Pois nesta noite a emoção me pegou quando me dei conta que era 1:30h do Centenário da Revolta da Chibata e eu tinha acabado de ler aquele belo trabalho. Achei que tinha de registrar isso aqui e deixar você com outra obra maravilhosa sobre a João Cândido, que é a música Mestre Sala dos Mares, do João Bosco e Aldir Blanc, interpretada por ninguém menos que Elis Regina.

Neste centenário muito se avançou nas conquistas do povo brasileiro, dos negros em especial e é simbólico que ele aconteço no governo do Lula, uma cara que ajudou a mudar muita coisa nesse país e abriu o caminho pra muitas mudanças necessárias. João Cândido certamente ficaria feliz de viver esse momento, mais ainda se tivesse visto o grande navio brasileiro batizado com seu nome.

Veja abaixo algumas fotos não muito conhecidas deste bravo navegante negro.


O Marujo
O Líder 

O pai e o filho

O senhor polido

Com Edmar Morel

O vendedor de peixes


Muita história pra contar

Três por quatro

sábado, 20 de novembro de 2010

Do global para o universal

Ando com um bom humor danado nos últimos tempos e se tem um cara que ajudou nisso foi o ator Bemvindo Sequeira. O cabra tem uma prenseça de espírito como pouca gente e uma capaciade de fazer a gente rir muito. Hoje cedo vi esse vídeo dele em que explica que saiu da Globo pra Record. Assista e veja se num é o caso de ficar rindo pacas....

Se quiser ver outros vídeos dele clic aqui

O compromisso do Zé


Ô Zé, você voltou a ser hospitalizado, né? O Brasil torce por você e lembra que o Lula falou que subiu a rampa com você e quer descer junto no dia que a Dilma subir. Olhe lá, hein? Nada de faltar a esse compromisso!

Quede ela?

Vi essa foto da Dilma acompanhada de várias companheiras e fiquei pensando: tá faltando alguém que há menos de um mês ficou o tempo todo ao lado Presidente recém eleita. Você imagina quem é?

Pra procurar melhor clique sobre a foto e ela amplia.

Clara Consciência Negra

Hoje é um dia de exaltação à luta do povo negro brasileiro, cujo líder Zumbi é homenageado nesta data. Acordei com a ideia de fazer um destaque ao dia e a música que me embalou essa pretenção foi O Canto das Três Raças, interpretada pela incrível Clara Nunes. A luta de Zumbi e dos negros é uma das muitas lutas dos brasileiros e esse canto expressa isso.  Valeu Zumbi! Valeu Brasil!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Único


Certa vez, Felipe Mauriene, um amigo muito inspirado de Sobral, contou-me que voltava do trabalho pra casa ao final da tarde e deparou com o sol dourando o restinho do dia. Parou sua "Monareta" e rendeu-se àquele que chamou de "Único", numa espécie de reverência divina. Não é raro eu me lembrar dessa história nas ocasiões semelhantes, como esta, quando Fernanda e eu esperávamos, numa longa fila, para cruzarmos a ponte sobre o Rio Jaguaribe, em Aracati. Com certa razão os egípios adoravam Rá.

Receita do Neruda, pra viver muito

Gabo e Neruda, dois cabras vivedores

Ao meu compadre e amigo muito querido, Pedro Parente, um ano mais vivido hoje.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo
todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não arrisca
vestir uma cor nova e não fala a quem não conhece;

Morre lentamente quem faz da TV o seu Guru ou quem evita uma paixão,
quem não segue os seus impulsos e prefere tudo a preto e branco e os
pingos sobre os "is" a um remoinho de emoções, justamente os que não
resgatam o brilho de um olhar, um sorriso de um bocejo, e quem tem
medo de corações aos tropeções e de sentimentos;

Morre lentamente que não atira os papeis ao ar quando está feliz no
trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um
sonho, quem não se permite pelo menos uma vez ao dia fugir dos
conselhos sensatos;
  

Morre lentamente quem não viaja, não lê, não ouve música, quem não acha
graça de si mesmo, quem destroi o seu amor próprio, quem não se deixa
ajudar, quem passa os dias a queixar-se da sua má sorte ou da chuva
incessante, quem não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não
responde quando lhe perguntam sobre algo que sabe. Evitemos a morte em
suaves prestações recordando sempre que estar vivo exige mais que
simplesmente respirar.

Se vais enganar, que seja o teu estomago, se vais chorar que seja de
alegria, se vais mentir que seja sobre a tua idade, se vais roubar,
que seja um beijo, se vais perder, que seja o medo, se tens fome, que
seja de amor, e se é para ser feliz,... que o sejas todos os dias!

O Prata é só o ouro

Num tem nem um ano que eu conheci o Vander Prata, mas parece que temos amizade antiga. Temos amores próximos, ele ama a mãe e eu a filha. Na vez que almoçamos juntos, a única, estavam também o neto e sua amada. Sob os auspícios de São Cristóvão, mais do que comer, compartilhamos as memórias de cada um  e rimos como quem nunca foi triste. Nos anos 70 o Prata inverteu a lógica da migração brasileira e saiu de São Paulo pra Bahia, onde trabalhou, fez família e virou baiano. Pela Bahia ficou, onde ainda trabalha, e de lá, resgatou seu amor paulista, assim como eu, daqui do Ceará. Hoje é dia de abraçar o Prata por sua idade nova, mas como não posso fazer isso pessoalmente, arrumei essa prosa do Bemvindo Siqueira pra fazer meu amigo lembrar o quanto é possivel curtir a vida num lugar que tanto se ama.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Rachel, a cearense

A centenária Rachel de Queiróz no meio do sertão
"[...] tento, com a maior insistência, embora com tão precário resultado (como se tornou evidente), incorporar a linguagem que falo e escuto no meu ambiente nativo à língua com que ganho a vida nas folhas impressas.  Não que o faça por novidade, apenas por necessidade.  Meu parente José de Alencar quase um século atrás vivia brigando por isso e fez escola."


Sobre Rachel de Queiróz, leia mais aqui

Fotos da conquista do Guarany

Na entrada do Juncão pouca gente, mas dentro...

Torcida também tem seu bandeirão

Torcida faz festa pra receber seus ídolos

Até um sãopaulino veio foi dar uma força

Gui (flamenguista), Benja (amarelo) e Thallis (vermelho, mão na cintura)
Benjamin, eu e Guilherme, Thallis fez a foto

Guarany Filho, o velho amigo Nany
"Quem quer se vestir de campeão?"

Torcida orgulhosa põe faixa de campeão
Pequeno torcedor, grande expectativa

O placar final e campeão
Che, um mito no meio da torcida do campeão Guarany

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Guarany, o sobralense campeão

Uma emoção muito grande me pegou no domingo à tarde lá no estádio Juncão, em Sobral, quando participei da conquista do Guarany Sponting Club, primeiro time cearense a conquistar um título brasileiro de futebol. Nem liguei se era a Série D, ou a 4ª Divisão, mas depois que me dei conta de como é difícil a vida dos times que jogam nessa altura do campeonato, digo é que pode ter muito mais valor. Consolo? Nada disso! Nada de passagens pagas pela CBF, quase nenhum espaço na mídia, raro patrocínio porque as empresas só bancam quem tá badalado, time desmontado e remontado porque os chamados "times grandes" levam os talentos revelados na prata da casa. Dificuldade muita ser campeão da Quartona!

O domingo já ia pra mais da metade quando me larguei de Fortaleza pra Sobral junto com três estrangeiros em relação à  Metrópole: Benjamin, nascido em Moçambique, criado na África do Sul, vivido em Portugal e hoje brasileiro adotado, casado e querido de todos nós; Thallis, nascido em Vassouras, RJ, criado em Volta Redonda, adotado por Fortaleza, fluminense de nascimento, flamenguista de coração, cearense de mulher, filho e amigos que lhe querem muito bem; e Guilherme, nascido em Fortaleza, desejoso de saber sobre o mundo inteiro, querido, amado e corujado por esse pai ilimitado de chamego. De todos o que menos sabe de futebol, sou eu, mas pouco como eu gostam tanto de viver grandes emoções. Fui buscá-las no meu nascedouro.

Já chegamos com o Juncão lotado. Todos ali queriam ser campeões, anfitrões e visitantes, que nem torcida trouxeram - mais dificuldades da 4ª Série. Arrumamos uma beiradinha de arquibancada, de onde víamos o jogo pelos "quadradinhos do alambrado", disse-nos Benjamin com seu jeito lusitano de falar. "Só o Guarany pra trazer o Inácio à Sobral", era o jeito carinhosos dos amigos falarem de saudade. E eu ali, feliz entre eles, com meu filho e outros amigos queridos com quem desejei compartilhar alegria.

A quase certeza que todos nós tínhamos da vitória se confirmou com quatro belos gols dos destemidos jogadores do Cacique do Vale. Dois em cada tempo, entremeados por um solitário gol visitante, que preocupou muito pouco. No final uma festa grande encheu Sobral inteira de alegria, mostrando que ali todos torcem pelo Guarany, mesmo que sejam polígamos.

Pois é, quem quiser que nos ature com nosso bairrismo, muito mais uma forma descontraída de viver com alegria do que qualquer tipo de exclusivismo. Essa ninguém nos tira, o Guarany de Sobral conquistou o primeiro título nacional pro futebol cearense, coisa que os "grandes" tão muito longe de conquistarem. Daqui pra frente novos desafios. O primeiro é não deixar o time ser desmontado e com ele tentar ganhar o Campeonato Cearense de 2011, que em 2010, esteve bem próximo. Outro desafio é se segurar na Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro ou quem sabe ousar subir um pouco mais. Pouca modéstia? Que nada! Ousadia! É assim a vida. É preciso ousar, forma mais correta de se viver e superar desafios.

Dá-lhe Guará!




Pra ver os gols do Guarany na final é só clicar aqui.

Ler um livro pra dirigir?

Depois da exigência pro Tiririca provar que estudou pra ser deputado, um tal de Luiz Carlos Prates, da Globo de Santa Catarina, quer que todo motorista leia pelo menos um livro pra poder dirigir. Nada contra os livros, muito pelo contrário, mas essa é a menor besteira que esse cara falou no horário nobre da RBS barriga verde, repetidora da TV dos Marinho, ao comentar os acidentes ocorridos no feriadão.



Diante de tanta babozeira, o Paulo Henrique Amorim, concluiu na sua Conversa Afiada:
Foi nisso que deu trazer o vaso sanitário para a sala de jantar onde, em Santa Catarina, alguns aparelhos de televisão ainda estão sintonizados na Globo.

Indecente impunidade

Um saculejo grande na cidade de Fortaleza hoje com a história do indecente garotão da altas rodas que resolveu meter chumbo, literalemente, num flanelinha que pastorava carros lá pelas bandas do Centro Cultural Dragão do Mar.

Atirador da Elite
Pra quem num soube do acontecido, fique sabendo que um sujeito de nome Marcus Venicius Araújo Silveira, foi preso ontem, junto com mais dois felas, depois de atirar contra o morador de rua Valderlon da Silva, que pastora carro pra que a fome que passa não o mate. Pois o garotão por pouco não matou o faminto, mas quase deixou o coitado aleijado do olho direito, atingido por um tiro de espingarda de chumbo. O flanelinha não foi o único alvo do atirador da elite fortalezense, já que no sábado duas outras pessoas também foram chumbadas pelo dito cujo. Depois de preso o bandido chic quis jogar a bronca pra cima do funcionário do restaurante da família dele, que curiosamente se chama "Docentes e Decentes". Só que Valderlon, num gesto corajoso, peitou seu algoz e insistiu na autoria do crime.

Esse é mais um episódio criminoso de garotões endinheirados que se acham donos do mundo e da vida das pessoas e sendo assim dão as costas pra todo mundo e tratam as pessoas da pior forma. Ficou famoso no país o caso do índio Galdino, morto em Brasília, por filhinhos de papai. Aqui mesmo um sujeito bem apossado matou a bailarina Renata Braga e até hoje tá impune. A lista de crime impunes é grande e essa é uma das razões para que continuem acontecendo. É aquela velha história do "sabe com quem tá falando?". Aí já viu...

O caso do atirador indecente preso ontem gerou uma grande indignação e tá rolando um clima de boicote ao "Docentes e Decentes", tanto a matriz como a filial. Eu acho legal isso porque mostra certa iniciativa social em gerar uma punição contra aqueles que agridem à população, ainda mais de forma tão torpe. O movimento do boicote é grande e já tem até uma comunidade orkut chamada Doente e Indecente com quase 200 membros e outras iniciativas surgirão.

Acho legal o boicote, mas não causarei nenhum dano ao lugar. Tenho minhas razões próprias pra não frequentar o recinto. A primeira é o péssimo serviço que me foi mal prestado numa vez que fui lá na matriz da Av. Santos Dumont com meu filho Guilherme, que desde então nem quer passar perto. Outra razão é que a filial, na Varjota, é o vizinho mais desagradável que tenho. Faz muito barulho quase toda noite, tem música e atrações de mau gosto e uma clientela muito mal educada, que quando vai pra casa incomoda quem quer sossego. Perto da minha morada já houve até brigas violentíssimas entre pessoas que chegaram juntas e saíram aos tapas entre si. Portanto, não boicotarei o Docentes e Decentes, apenas continuarei sem frequentá-lo. Uma pessoa falou que a dona do lugar nada tem a ver com o que seu filho faz. Digo, alto lá! Ela pelo menos deveria ter ensinado o filho a tratar as pessoas de maneira decente.

Volto a dizer que a iniciativa das pessoas, mesmo que não dure muito tempo, é válida. Mais válida ainda será a vigilância para que a investigação não se perca entre a burocracia e o "sabe com quem tá falando", que a justiça não fique cega,lenta e inerte diante de um crime deplorável como esse, para que a impunidade não prevaleça contra a sociedade.

Dignidade

Não há sentido algum em ver uma pessoa como Valderlon, largado pela vida, agredido por um criminoso bem vestido, mal tratado pelo cotidiano, circular todo sujo de sangue, segurando um tubo soro, em busca de punição ao seu algoz. Que se preserve pelo menos a dignidade das pessoas.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Trilha da bandidagem

Diante da notícia da condenação do Delegado Protógenes por  conta de sua atuação no combate à bandidagem  granfina, não tive como evitar a saudade do Mussum. Um absurdis!

Condenaram o delegado e soltaram o bandido?

Veja como o Paulo Henrique Amorim, que em dezembro em à Fortaleza pruma conversa afiada comentou a curiosa condenação do delegado e a liberdade do bandido.


Saiu no Estadão:


“Protógenes é condenado por crimes na Satiagraha”


Pela primeira vez na história do Judiciário brasileiro, o distinto público tem notícia de uma decisão da Justiça Federal, primeiro no PiG (*).
Trata-se de uma delirante decisão que condenou o ínclito delegado Protógenes Queiroz a atender à vítimas de queimaduras.
A delirante decisão condenou o ínclito delegado por forjar provas, espionar presidente da República, e assumir o controle da ABIN com o intento mediático de se eleger deputado federal.
O delírio tem um objetivo explícito de impedir que o ínclito delegado se diplome deputado federal e possa subir à tribuna para ler o que ainda não se conhece da Operação Satiagraha.
A decisão delirante foi tomada por um conhecido juiz federal que se livrou de boa por causa de uma decisão Suprema do ex Supremo Presidente Supremo do Supremo Tribunal Federal.
Aquele que maculou irremediavelmente a imagem do Judiciário brasileiro ao conceder em 48 horas dois HC’s ao passador de bola apanhado no ato de passar bola, Daniel Dantas.
Impedir que Protógenes Queiroz assuma a cadeira de deputado federal é o sonho de consumo do Daniel Dantas.
Que agora, por coincidência, é o que pretende a delirante decisão publicada no Conjur, também conhecido como Estadão.
Daniel Dantas continua solto.
E o ínclito delegado vai ter que pensar queimaduras.
Viva o Brasil !


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Fernando Haddad dá, com jeito, um jeito na Globo

Tenho visto um fuzuê danado sobre o problema ocorrido com uma pequena parcela das provas do ENEM. Aqui no Ceará um dos reluzentes representantes do ministério público federal achou luz numa ação contra a prova e brilhou junto com uma mui disposta juíza, conseguindo anular liminarmente o exame. Isso foi o suficiente pra mídia "venal e golpista", nas palavras do Messias Pontes, fazer um alarde danado e tentar, mais um vez, criar dificuldades para essa iniciativa democrática do Governo Lula que visa facilitar o ingresso na universidade. Não me lembro de ter visto nenhuma matéria explicando o que aconteceu exatamente e quais as consequências, até ver essa entrevista muito esclarecedora do Ministro da Educação,  Fernando Haddad, que com jeito e discreção deixou os apresentadores do Bom Dia Brasil gaguejando e até sem palavras pra atacar o ENEM. Sugiro que você assista, mas já vou logo lhe pedindo desculpar por lhe pedir que você assista o Alexandre Garcia, na Globo, tentando atingir as conquistas do Brasil. Mas no final você vai até me agradecer.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Chegadinha musical

Aquele gostinho meio sem gosto da chegadinha fica mais gostoso com o som do triângulo que a anuncia pelas ruas da cidade. Toda vez que escuto aquele som vou parar nas ruas Deolindo Barreto e Cel. Mont'Alverne, onde eu gostava de comprar aquele iguaria que se desfaz na boca da gente. Foi essa mesma sensação que senti com a deliciosa interpretação da Virgínia Capibaribe de Cidadadela, do seu talentoso irmão, o músico Pádua Pires. Escute com gosto e diga se não tô carregado de razão.

Dilma é a Eleita do Brasil todo

Depois de levarem uma bela surra eleitoral, os tucanos, com o apoio da chamada grande mídia, andam querendo aliviar a dor e tentar enganar alguém que não se liga direito nas coisas. Como se diz por aí, estatísticas servem de acordo com o interesse do freguês e é manipulando os número que essa gente gaiata anda querendo transformar vitória em derrota.

Andam espalhando que a aliança demotucana DEM/PSDB vai governar estados onde mora 52% da população brasileira. Isso é uma lorota sem tamanho. Quer ver porque? O que dizer de Minas Gerais, onde o govenador eleito é tucano, mas a Dilma botou quase dois milhões de votos na frente do Serra? Por outro lado quem elegeu o governador do Acre foi o PT, mas ali o Serra obteve sua maior vitória. Já no Pará o PSDB elegeu o governador e a Dilma teve maioria de quase 7%. Por esse raciocínio da mídia tucana, a Eleita do Brasil vai mandar geral no Brasil todo, onde ela ganhou de 56% a 43%, com mais 12 milhões de votos a mais e em 70% das cidades brasileiras.

Mas ao invés de ficar "estatisticando" vamos pros números mais bem distribuidos e uma certa explicação pros votos da Dilma e do Serra. O blogueiro Alexandre Porto, do Blog do Alê, fez um mapa bem legal, com uma legenda mais interessante de ser ver como foi mesmo a distribuição dos votos nos estados. Esse trabalho serve, inclusive, pra ajudar os debilóides preconceituosos saberem que a Eleita do Brasil, teve muito mais voto no Sul e Sudeste do que a imbecilidade deles permite enxergar. Abaixo o mapa e o texto integral do Alexandre Porto.


Dividir eleitoralmente o Brasil entre Norte e Sul é não entender o recado das urnas

Criei esse mapa sob demanda da jornalista e blogueira Conceição de Oliveira (@maria_fro), para mostrar como são falsas as interpretações de que o Brasil estaria dividido entre pobres e ricos, Sul e Norte. Esse falso contencioso tem gerado uma série de manifestações xenófobas, principalmente difundidas nas redes sociais. Criei com uma graduação de cores baseado nas diferenças de votos em cada estado. Vermelho e azul mais fortes, representam grandes diferenças, as cores mais suaves, ao contrário, pequenas diferenças.


Já foi bastante comentado pela imprensa o fato de que mesmo na absurda hipótese de não se computar os votos das regiões Norte Nordeste, Dilma venceria, mesmo que por pequena margem.



Repare que as duas maiores vitórias de Serra foram exatamente em estados da região Norte, Acre e Roraima. Estados com pequena população e que têm uma forte pressão entre o setor agrícola e ambiental. No Sul, sudeste e Centro-Oeste, ele vence sempre por pequena margem de votos. Em quatro deles, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Espírito Santo por diferenças menores que 3% dos votos válidos. Uma margem ligeiramente maior, Serra obteve em Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Sua maior vitória, pasmem, foi em Santa Catarina – local de recente polêmica a cerca de mudanças no Código Florestal, onde o tucano conquistou pouco mais de 56% dos votos válidos.


As vitórias de Serra, incluindo aí toda a região centro-sul do Pará, o chamado "Arco de Fogo", foram em regiões com predomínio da economia agrária. Podemos avaliar que foi em parte pelo conservadorismo dos produtores rurais e o "fantasma do MST", mas também pela forte campanha realizada nessas regiões e sobre o fator câmbio, que de fato tem prejudicado a economia desses estados, nos últimos dois anos. A verdadeira revolução no crédito rural, levada a cabo por Lula, não foi ainda capaz de vencer essa resistência contra uma candidatura de esquerda.


Ao contrário, Dilma além de ter vencido em mais estados (16 a 11), obteve vitórias bem mais contundentes, em praticamente toda a região Nordeste e no estado do Amazonas. Em três deles, Pernambuco, Maranhão e Amazonas, Dilma venceu em todos os municípios. No Ceará perdeu em apenas um; Na Bahia em 8, sendo que apenas um de médio porte, Vitória da Conquista.


Mas mesmo com todas as dificuldades, a candidata petista praticamente obteve "empate técnico" em várias regiões. Incluindo aí o já citado Pará, onde ela venceu por apenas 53,2% dos votos, sua vitória mais apertada.


O Brasil não está dividido entre norte e Sul. E o que teve de atrito, se deve mais ao nível da campanha eleitoral que às diferenças econômico e sociais. Dilma terá que governar para todos. Precisa melhorar a infraestrutura da produção agrícola, que já vai levar um choque com a inauguração de algumas obras importantes, como as ferrovias Norte-Sul e Transnordestina, a Integração das Bacias do São Francisco e mesmo as hidrelétricas do rio Madeira. São obras, acima de tudo, de integração nacional.


Para além das prioridades na saúde, educação e diminuir o abismo social, governar um país continental, com tantas realidades regionais diferentes, é sempre um exercício de acomodação política e coragem para avançar sobre os desafios, que são gigantescos. O Brasil está ao seu lado Dilma.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Vida simples



Comecinho de noite e eu achei de escutar uma música bonita como Alvorada, cantada por Cartola, só pra sentir a beleza da vida correr com simplicidade.

Humor do Emir

Finalzinho de tarde o  @emirsader soltou, via twitter,  essa conversa imaginária, revelando um fino bom humor


FHC: Malan,eu quero entender esta politica,q faz o governo ter rejeição total
Malan: Eu explico.
FHC: Não,explicar eu sei, eu quero é entender.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Com Dilma, a conversa é diferente



Segunda feira à noite fiquei meio arretado com a Dilma ao ver, na casa de uns amigos, a nossa eleita dando entrevista na bancada do Jornal Nacional. De novo não! Aqueles fila passaram o tempo todo tirando o couro da Dilma e do Lula, enchendo a bola do Serra e a mulher vai logo lá, na primeira entrevista. Pra mim não dava. Minha amiga ficou até chateada comigo porque prometi ser duro quando tratasse do assunto aqui. Fiquei com raiva à toa e queimei a língua.

Em casa, já tarde da noite, assisti à primeira entrevista da Dilma dada ao vivo pro Jornal da Record e não era na bancada do telejornal. Já aliviei minha agonia e até gostei de ver duas mulheres entrevistando uma mulher que vai ser a primeira Presidente na história desse país. Uma das jornalistas mal conseguia conter a emoção. Foi bonito de ver. Mas não fiquei muito contente com esse lance de exclusividade. Não falar primeiro na Globo é legal, mas também não acho que a Record, apesar de ter feito uma cobertura mais fiel aos fatos, seja exemplo de democracia na comunicação. Depois vieram outras entrevistas exclusivas, mas eu acho que não deveria ter começado exatamente assim. Pra mim deveria ter sido feita uma coletiva, bem organizada, com tempo necessário pra que todas as perguntas fossem feitas e as respostas dadas satisfatoriamente, como foi feito hoje pela manhã, nessa entrevista que você pode assistir no vídeo aí de cima.

Valeu a Dilma não ter começado pela bancada do Jornal Nacional. Valeu também ter começado pela Record, apesar da ressalva que fiz. Legal também deixar os jornalistas e as jornalistas bem à vontade para perguntarem o que acharem melhor. Aliás tão dizendo por aí que ela tá dando show em todas a entrevistas. Não vi todas, mas nas que vi, a mulher se garantiu.

Gostei de ver, minha eleita. Fiquei bravo, fiquei feliz, mesmo com uma ressalva na forma, mas o conteúdo tá beleza.  

Mais respeito!



Luiz Gonzaga é um desses famintos e desprovidos que o Nordeste ofereceu ao Brasil. Tão desprovido que meio mundo gosta dele e os outros não gostam porque nem conhecem. Uma das sua mais belas e emocionantes músicas é Respeita Januário, que ele sempre interpretava contando uns causos saborosos, bem nordestinos. Escute o Mestre Lua, prove um pouco mais do Nordeste, lugar de gente respeitadora e que exige respeito.

Mulher condenada à morte e executada, nos Estados Unidos

Você provavelmente nunca viu esse rosto na sua vida. Com certeza nunca esteve com esta mulher e com mais certeza ainda nunca estará. No dia 23 de setembro passado Teresa Lewis foi executada com uma injeção letal, no Estado da Virgínia, nos Estados Unidos. Foi a oitava mulher executada nos Estados Unidos desde 2000, de um total de 629 outras pessoas que os sistema penal americano executou no mesmo período.

Não me lembro de ter visto nenhuma campanha humanitária, manifesto, lista de solidariedade na internet ou pelo menos uma reportagenzinha falando sobre essa pena de morte cumprida. Eu mesmo só soube da execução uma semana depois, através de uma solitária matéria da revista Carta Capital. Certamente um fato pesou pra que Teresa fosse executada no anonimato: seu algoz é a exemplar democracia" dos Estados Unidos. A mesma democracia que as tropas americanos estão semeando no Afeganistão e no Iraque, ali do lado do Irã, onde Sakineh Mohammadie Ashtiani, também condenada à morte, recebe toda solidariedade. 

Tá justo isso?