domingo, 16 de janeiro de 2011

Pra embalar a saudade



Pra minha Fê.
Que essa semana de saudades nos aproxime mais ainda.

Papo com Madela

Mandela e Fidel, dois grandes líderes dos povos e meus ídolos vivos.
"Na vida real não lidamos com deuses, mas com humanos tão comuns quanto nós mesmos. São homens e mulheres cheios de contradições, que são instáveis e inconstantes, fortes e fracos, famosos e infames". Nelson Madela

Essa frase está na orelha do livro "Conversas que tive comigo mesmo", do grande líder do povo africano, que começarei a ler amanhã, na viagem de volta à Fortaleza.

Melhor idade

Don Juan Reyes é um catalão cujo filho músico faz a noite do piano bar Piratininga, na Vila Madalena/Sampa, ficar muito mais agradável. Ao 94 anos Don Juan mora no Brasil e frequetemente visitado pelo filho Luis Reyes Gil, que além de músico é também um talentoso jornalista e um papo agradabilíssimo. Ao visitar seu velho, Gil o convidou para dar uma voltinha junto com sua amada. A resposta foi um não categórico, emendado por uma inusitada justificativa:

- Meu filho, se eu aceito seu convite pra dar uma voltinha, vão pensar que estou velho!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Não fique aí parado

Nestes tempos de inundações e tragédias provogadas pelo descaso de poucos, vale à pena curtir esse vídeo indiano que nos faz lembrar Gandhi e a necessidade de uma postura crítica e pro-ativa quando tudo parece perdido. Diante desse video lembrei duma palavra de ordem muito usada pelo movimento social nas passeatas dos anos 80 quando caminhávamos pelas ruas de Fortaleza e buscávamos o apoio das pessoas para as nossas lutas. A palavra de ordem não tinha lá uma poesia muito boa, mas era uma saudável provocação e dizia assim: "Você aí parado, também é explorado!".


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Chuvas em SP e no RJ: quando a vida não é prioridade

Essa cena tem mais de um ano e se repetiu novamenmte este ano
Cheguei à São Paulo na madrugada da última segunda feira. Parti de avião e cheguei de ônibus. Junto com a Fernanda, minha querida, saimos de Fortaleza no final da tarde, já atrasados, num vôo da TAM, que deveria pousar no aeroporto de Guarulhos por volta das 21h.  Porém desembarcarmos no Aeroporto Viracopus, de Campinas e viajarmos de ônibus por algumas horas, via Bandeirantes/Anhanguera, e por volta das 4 da manhã, desembarcamos num posto de gasolina, perto da Terminal da Barra Funda, em São Paulo, finalmente. O coitado do motorista não sabia como chegar a Guarulhos por conta dos alagamentos e o convencemos a nos deixar próximos de casa, na Vila Madalena. Por incrível que pareça, era a primeira vez que Fernanda e eu viajávamos juntos no mesmo vôo, e ao sairmos de Fortaleza eu falei que seria uma viagem inesquecível, só não imaginava que seria tão marcante.

O que poderia ser apenas um problema causado por Deus e seu fiel Pedro, na verdade tem causas bem mundanas, como mostra o meu amigo Miro Borges, com quem molharei a palavra em breve.


Alkimin, Kassab e as mentiras deslavadas


A desculpa deslavada de que a chuva é a principal culpada pela tragédia humana vivida pela população paulista não está colando mais. Juntinhos, o tucano Geraldo Alckmin e o demo Gilberto Kassab reconheceram ontem (11), em entrevista coletiva, que há falhas na execução das obras de combate às enchentes no estado e na capital. Até a mídia demotucana, que também insistia na linha de criticar Deus pelas inundações, começa a mudar timidamente sua cobertura – para não afundar de vez sua credibilidade.


É certo que não é fácil assumir a culpa pelo criminoso descaso. Alckmin caiu no ridículo ao dizer que “não é possível fazer obras em 24 horas”. O tucano deve ter se esquecido que está iniciando o terceiro mandato como governador e que seu partido, o PSDB, comanda o estado há mais de 16 anos. Já o demo Kassab, cria do tucano José Serra, ainda repetiu a ladainha dos anos anteriores. “Estamos no 11º dia de janeiro, já choveu 93% em relação à média do mês, o que mostra que a intensidade é muito grande”.


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 O Rio de Janeiro continua lindo, 
mas as tragédias também continuam 

A tragédia no RJ se repete, assim como essa imagem do ano passado

A semana ainda tá pela metade e mais uma tragédia aconteceu por conta da incapacidade dos governantes de lidarem com os fenômenos naturais. Hoje dormi um pouco e apenas no início da tarde tomei conhecimento da tragédia na região serrana do Rio de Janeiro. Não acreditava naquelo que via, parecia uma reprise do que houve no mesmo Rio de Janeiro no ano passado. Fico aqui pensando como pode tanto descaso com a vida das pessoas, como se deixa acontecer uma tragédia evitável? Como evitar?

Alguém aí sabe que no Japão acontecem tremores de terra quase todo dia? Alguém sabe que por lá há medidas preventivas que evitam danos maiores? Há terremotos de grande proporções sempre? Não, mas os que acontecem até causam grandes prejuízos materiais, só que o número de vítimas é bem reduzido porque as construções são feitas de modo a reduzir o impacto e proteger as pessooas, que por sua vez são treinadas para enfrentarem as situaçõe graves.



Infelizmente por aqui as providências não são tomadas para salvar vidas e as tragédias continuam se repetindo. Sobre isso também busquei, mais uma vez, a afiada argumentação do camarada Miro, que mostra a relação entre a tragédia do Rio, a má conduta da maioria de muitos governantes e até os altos juros que são cobrados no Brasil. Vale a pena ler o Miro de novo.



Os adoradores do mercado e os mortos do Rio de Janeiro

As cenas na televisão são chocantes, entristecedoras, revoltantes. Corpos sendo carregados em cobertores, em pedaços de pau. Pessoas chorando os seus familiares mortos. Casas destruídas, ruas tomadas pelas águas barrentas, alojamentos precários lotados por famílias de desabrigados. A população do Rio de Janeiro, em especial da sua região serrana, está em luto.
(...)

Os ricaços sabem que o aumento dos juros e o corte dos investimentos públicos inibem o crescimento da economia. Como efeito, estas medidas ortodoxas castram os programas sociais, reduzem o consumo, afetam a produção, geram desemprego e arrocham os salários. Para eles, pouco importa. Eles querem mais grana, mais renda, tragada da criminosa especulação financeira.


A tragédia no Rio de Janeiro e a reunião do Copom se relacionam. Dependendo da opção do Banco Central, na primeira reunião no governo Dilma Rousseff, o efeito inevitável será a redução de investimentos no combate às enchentes e desmoronamentos, o aumento das residências precárias em áreas de risco e novas cenas de mortes e desespero entre as populações mais carentes.

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Justiça se faça


Quem lê o que escrevo por aqui, sabe que sou um crítico da limitada administração da Luizianne Lins como prefeita de Fortaleza, mas preciso citar a nossa capital como um exemplo onde se adota medidas preventivas contra as inundações. Há seis anos não há uma só vítima fatal neste arriscado período do ano. E não é porque chove menos ou porque os rios Cocó e Maranguapinho deixaram de sair dos seus leitos, mas sim porque um bom trabalho do conjunto da gestão, tendo à frente a Defesa Civil e a Habitafor cuidam de prevenir e dar um bom acolhimento quando há desabrigados. Este ano já houve uma grande chuva na madrugada do dia 5 de janeiro, houve muito estrago na cidade, mas nenhuma vítima fatal. Nessa a Lôra acertou!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Um bode que dá leite: só em Sobral mesmo!

Sobral é mesmo lugar de cenas fortes. Depois terremotos que agitaram a região, do patinador sobralense que integra a equipe francesa de esportes de inverno, agora me aparece um bode que dá leite. Pois é, não é uma cabra, é um bode! O danado tem, lado a lado, dois testículos e duas tetas, e de quebra mamam nele dois cabritos que nem sei se são filhos dele.

Num sei não, mas é meio difícil de explicar, pelo menos pra mim. Há pouco a Tisca, que trabalha aqui em casa, veio me perguntar, meio sem jeito, se era mesmo verdade que em Sobral tem um bode que dá leite. Pouco antes dela me perguntar eu nem sabia, mas na internet vi, meio espantado, a matéria que a TV Record veiculou ontem no Domingo Espetacular. Se você num acredita, espie esse fato curioso. Eita Sobral, você me enche de orgulho, mas tem hora que me apronta cada uma ...

sábado, 8 de janeiro de 2011

No tempo dos seriados da TV

Curta as aberturas das série de TV que curti quando era menino aqui em Sobral. Tudo muito diferente dos efeitos especiais e das computações gráficas de hoje, mas tudo pra mim guarda lembranças muito gostosas da minha infância.
































































sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Olhares

Fotografia é apenas um prazer que resolvi ter e por isso busquei a companhia da Sonynha pra me ajudar a guardar além da memória imagens que me tocam. Não há nenhuma definição pro que fotografo, apenas registro o que gosto e assim tenho feito neste dias em Sobral. Aqui algumas das que mais gostei.

Pimenta que arde, também pode ser uma imagem enigmática.

Deitado numa rede vi a sala de jantar duma casa muito acolhedora

Bem te vi num galho seco ao final da tarde

e também te vi bem no meio das flores e folhas do flamboyant.

No sertão árido, há flores meio exóticas

e flores nativas.

Borboleta e folhas se confudem

Meu filho Guilherme brinca feliz onde eu também brinquei e fui feliz.
Sorrisos e emoção de Donalurdes e Domaducarmo

Sobral me faz bem

Já fazia um certo tempo na minha vida que eu não desfrutava tanto do convívio com minha família, na minha Sobral querida, ao lado do meu filho Guilherme e da minha Fernanda. Pois desde o natal que esse meu desfrute é quase "intiriço", como diz o cabôco. Em várias ocasiões a emoção veio forte. Reencontrei muitos amigos que reclamam da minha ausência em Sobral, vivi momentos e lembranças incríveis com minha família. Anotei umas coisas e por aqui vou lhe mostrar algumas delas.

O tempo voa

Um reencontro depois de mais de 30 anos
A manhã na nossa casa é bem movimentada. Filhas e filhos, em companhia ou não, de netos e netas do Dotôluciano e da Domaria, vão chegando e se abençoando, vão na cozinha e, na mesa sempre posta, tomam café com pão, ou um suquinho de acerola caseira, colhida nos fundos de casa, do pé que minha mãe plantou e que já se reproduziu em vários outros. As notícias lidas nos jornais do dia se misturam com as novidades da família imensa ou com algum fato novo na cidade.

Naquela manhã de sexta feira pré natal a novidade foi a chegada dum sujeito baixinho, de fala pouco avolumada, mas de ritmo muito cearense. Não reconheci o distinto, mas gostei da prosa dele, mesmo que falasse da safra ruim de caju lá no sítio de meu pai, no Santo Antônio dos Melo, onde fui pela primeira e uma das poucas vezes subindo a cavalo, junto com meu pai e o Veveu, o pé da serra da Meruoca. Mas o Anastácio, filho do Seu Leôncio, caseiro do lugar, me reconheceu e lembrou que há mais de 30 anos não nos encontrávamos. Temos a mesma idade e, quando essa ainda era bem pouca, brincamos no lajeiral e nas quedas dágua do riacho que passa ao lado da casa onde sua família morava. A conversa foi curta porque seu filho o esperava lá fora. Pedi pra alguém transformar o reencontro em imagem e ficamos de um dia eu subir novamente o pé da serra pra pra rever um dos lugares da minha infância feliz. Minhas férias começaram bem.

Natal família


Juntando filhos, netos, noras, genros, amigos e simpatizantes, além do bisneto, o encontro de toda minha família juntaria algumas dúzias de gente boa. No natal deste ano exatamente 47 criaturas participaram do animado amigo secreto no alpendre da casa do Dotô e da Domaria. Era gente de tudo que é idade, presente pra todo gosto (a maioria comprado por mulheres fez alguns homens entrarem numa saia justa, quase um beibidol) e cada comida a mais deliciosa e com um sabor de natal sertanejo.


Se um natal em família já é legal, imagine dois ... Da minha morada sobralense fomos pra casa da Nampaula, minha irmã, e do Fernando, meu cunhado, que junto com Lucas, Gabriel e Zé Artur, acolheram mais gente boa e regaram o resto da noite com carinho, presentes, guloseimas e uma bebidinha pra molhar a palavra e a prosa ficar mais solta. A parábola O Semeador deu à noite um momento de reflexão sobre os desafios da vida e quem a leu em voz alta, provocou o debate e depois ajudou a encontrar lições naquele texto foi o Veveu, que já se prepara para um grande desafio de sua vida.

Mamãe emoção

Exagerada

O prefeito Veveu escuta a nossa mãe falar sobre ele

Como boa parte das queridas brasileiras e dos queridos brasileiros, Domanducarmo, minha mãe, é curtidora inventerada do Roberto Carlos. E a música predileta dela é Emoções. Nesses dias de Sobral tive a certeza de esse gosto musical de minha mãe é porque é importante pra ela nos fazer viver grandes naqueles momentos lindos. Prepare seu coração pras duas histórias que eu vou contar.

Os vereadores de Sobral, o prefeito sainte Leônidas e o entrante, Veveu, já tinham cumprido as formalidades legais e o vereador presidente, João Alberto "Paredão" ia encerrar a sessão do dia 1.1.11quando a quase octogenária Domanducarmo pediu pra dar uma palavrinha rápida e já foi logo pro microfone antes mesmo de consentida.

"Eu escutei o Veveu falar dos compromissos dele e lembrei que quando ele era menino tinha um garoto que engraxava sapatos lá em casa, ele se chamava Manuel. Num dia o Veveu chegou pra mim e disse: "Mamãe, eu tenho dois sapatos e o Manuel não tem nenhum. Eu posso dar um dos meus pra ele?". Esse é o Veveu desde criança e sei que ele seguirá assim nessa nova missão que recebe".

O silêncio enorme enquanto minha mãe falava denunciava a emoção das pessoas. Uma delas, o Djalma, amigo querido me falou o seguinte: "Inácio, a tua mãe exagerou. Meu pai dizia que homem não chora e eu fiquei ali desobedecendo ele enquanto a Dona Maria do Carmo falava".



Solidária

No dia quatro de janeiro eu tinha planejado acordar cedinho pra arrumar umas rosas vermelhas que embelezassem o começo do dia em que minha mãe completava 80 anos. A Fernanda ajustou o celular dela pra  despertar as 5:50h, mas fomos acordados pelo som de um saxofone tocando "Nossa Senhora", do Roberto Carlos. Imaginei logo que era uma produção da Maria, minha irmã, mestra no assunto, mas quando quis confirmar ela mesma me disse que não, era alguém ali da rua que tinha preparado aquela serenata matinal pra nossa mãe.
Minha mãe e a família feliz de Donalurdes
Busquei a Sonynha e fui guardar aquele momento como imagem. Fiz uma foto de longe e depois que a música parou encostei pra escutar a prosa da minha mãe com Donalurdes, produtora do espetáculo. Minha mãe só agradecia e perguntava por que ela e sua família tinham feito aquela surpresa, enquanto a senhora meio desconhecida apenas dizia que era um agradecimento pela felicidade que a aniversariante causara a eles todos. Domaducarmo não lembrava o que teria feito e Donalurdes contou que há três anos sua nora contraiu uma doença grave e pela falta de condições de fazer o tratamento corria risco de não sobreviver. A sogra procurou minha mãe que consegiu médico, cirurgia e tratamento salvadores. Há alguns dia aquela senhora encontrou minha irmã Ciana numa missa, perguntou por minha mãe e soube que esta faria 80 anos no quarto dia do ano novo. Pronto! Era a chance de uma homenagem agradecedora. Daí surgiu aquela serenata emocionante, feita por uma família simples, que mora um pouco distante, cheia de carinho e gratidão pra minha mãe sempre solidária.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A marca da Rio2016

Eu ainda tô curtindo as minhas férias muito mais que merecidas e por isso ando mei ofilaine, avesso à compromissos muito combinados e num tem nem aí pra agenda. Minhas conversas sobre as novidades do ano novo são as mais relaxadas possíveis, e olha que tem gente querendo prosear sobre tudo que é assunto. Sobre a Dilma então, nem se fala. Pois resolvi pegar carona no blog papillon, do meu amigo bom Cláudio Gonzalez, um muchacho bom de prosa, jornalismo e cozinha, que gosta também de temperar boas conversas e bons trabalhos sobre design.

Acontece que umas mentes mal alumiadas e criaturas de pouca capacidade pra assimilar os bons trabalhos, meterem o olho gordo na bela logomarca das Olimpíadas de 2016, que acontecerão no Rio de Janeiro. Acharam logo de dizer que a boa ideia não era original, que imitava uma ONG dos Isteites, que copiava o Carnaval de Salvador e arremedava o pintor Matisse. Tudo querendo melar o trabalho muito do bonito, repleto de criatividade.

Pois o Cláudio soube muito bem contraditar tais opiniões e eu lhe convido a saber o que ele diz:


"Acusar a marca da Rio 2016 de plágio tomando como base a amadora ilustração que fizeram para a Telluride Foundation é, no mínimo, ignorância, para não dizer má fé, inveja e espírito de vira-lata. Sim, pois tem muita gente aqui no Brasil e lá fora torcendo contra o sucesso dos jogos por uma simples e estúpida razão: achar que nós brasileiros não somos capazes de promover eventos desta magnitude. Por trás disso, está também a legião de direitinhas, rebeldes sem causa e reacionários dedicados a avacalhar qualquer coisa que tenha alguma relação com o governo federal. A opinião dessa gente não deve –e não vai– ofuscar o sucesso da Rio 2016".
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sábado, 1 de janeiro de 2011

Força, raça, gana sempre!


"A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem"
Presidenta Dilma citando Guimarães Rosa ao assumir a presidência.