quinta-feira, 30 de julho de 2009

Dolores, Zelinda e Luiza

Dolores Feitosa, Zelinda Torres e Luiza Gurjão

Ando totalmente agoniado e sem tempo pra blogar, quero só registrar aqui a minha enorme emoção por ter acompanhado o encontro dessas três mulheres para as quais eu não consegui encontrar um só adjetivo que expressasse o que quero dizer sobre elas. Quero lhe recomendar a leitura da matéria feita pela Carolina Campos para o Portal Vermelho relatando o encontro de ontem a tarde.

“Nossa intenção era garantir que os jovens tivessem o direito de se expressar mas com ordem. Eles também não queriam nos colocar numa fria”. Dolores Feitosa

Solidariedade, cumplicidade e proteção motivaram mães de líderes estudantis cearenses.

domingo, 26 de julho de 2009

Lunáticos de Sobral: o dia em que o Ceará validou Einstein


Encontro das expediçoes brasileira, inglesa e americana em Sobral, durante o eclipse total do Sol.Estavam presentes o brasileiro Henrique Morize (A), entao diretor do Observatório Nacional,os ingleses Arthur Eddington (B) e Charles Davidson (C), bem como o americano H. Lee (D)

Por Ivan Marsiglia
"Diz que o povo abarrotou a igreja, em frente do acampamento onde tinham sido instaladas as lunetas e equipamentos de medição dos gringos. As senhoras, terços enrolados nas mãos em prece, achavam que o mundo ia se acabar. Diz que algumas corriam pelas ruas batendo panelas, na esperança de espantar os maus espíritos".

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O diamante lapidado



Há 10 dias o Portal Vermelho publicou uma matéria com a família de Bergson Gurjão em com o título "Bergson era um diamante lapidado", frase saída da declaração de Tânia Gurjão contida nesse vídeo, quando lhe foi pedido que definisse o irmão com uma palavra. Veja que beleza.

Tasso é coisa velha

Essa semana findou com uma declaração do senador Tasso Jereissati dizendo que "o Ceará precisa de sangue novo" e, em relação ao Nordeste, disse que não está "muito feliz com o está acontecendo na região". Antes que me acusem de descontextualizar as declarações do moço, vou logo acrescento o resto do texto sobre o Nordeste. Disse ele: "Não tenho visto nenhum projeto novo, nada de impacto. Nenhuma obra que a gente veja que traga um conjunto de conseqüências, que faça a renda subir, que gere milhares de empregos. As coisas estão meio paradas".

Não é de surpreender que o ex-todo poderoso dessas bandas de cá e um dos idealizadores e principais apoiadores da Era FHC esteja insatisfeito. Como bem identificou o Bernardo Joffily, editor do Portal Vermelho , o Nordeste vive um pequena revolução política - precisamos aprofundar essa questão, meu caro Bernardo - nos últimos anos com a ascensão de novas forças políticas e o deslocamento de oligarquias mais ou menos antigas, todas superadas política e historicamente. E entre esses está o senhor Jereissati, que ainda tenta uma sobrevida agarrando-se ao Governador Cid Gomes na esperança que este o apoie na tentativa de ser reeleito pro Senado. Neste sentido a busca de "sangue novo" soa um pouco estranha, mas também não surpreende na medida em que o senador, tal qual os tucanos e seus "demos" aliados, têm peruado em busca de um caminho que lhes dê salvação neste mundo novo que vai surgindo depois do debacle neoliberal no Brasil e América Latina.
A vida é assim senador "dos olhos de ardósia" , como o chama Macário Batista, exige sintonia com o tempo em que se vive. Não adiante fazer discurso moralista, pregar pureza, enquanto a prática é tão sujo quanto a do mal lavado. É só dar uma lida na edição de hoje da coluna Política, do insuspeito Fábio Campos, pra ver como agem os devotos tucanos cearenses. Vale a pena ler também a entrevista do próprio Tasso na revista Época, que o Eliomar de Lima reproduz em seu blog. Errático que nem ele, considera a eleição de Lula - com quem imaginou formar um casal perfeito em 1994 - um avanço, mas se diz desiludido com o governo, diz que Sarney é do bem mas tá mal acompanhado e se mantém fiel ao finado ACM "um formador de líderes. Sua adminstrações eram da melhor qualidade". (E num foi o baiano afastado do senado porque quebrou o sigilo do voto dos senadores?). Finda dizendo que num sabe se é candidato. Tá certo, é melhor num ter certeza diante de tanta possibilidade de dançar no voto.

Pois bem, o senador tá querendo sangue novo e num enxerga na de novo no Ceará e no Nordeste. Novo num deveria ser não, senador, mas é novidade que no Ceará e no Nordeste, o povo num vive mais saqueando armazéns e escolas atrás de comida porque o bolsa família ajuda na precisão. Ajuda também a movimentar cidades interioranas, pequenas vilas, distritos e lugares quase perdidos no sertão, bem como os bairros das capitais, através do aumento de circulação de dinheiro nas bodegas, mercearias e mercadinhos. É uma economia que quem só pensa nos grandes negócios nem percebe que existe. Mas de grandes negócios se fala também quando finalmente o Ceará vai ter a refinaria de petróleo, a siderúrgica e mais um monte de grandes empreendimentos que vai de fato mudar a cara do estado e gerar muito emprego, ao contrário das empresas sugadoras de incentivos fiscais que andaram por aqui no passado.

Novidades tem. Mudou tudo? Quase nada. Mas o caminho é de mudanças, não pode ser interrompido e é preciso tirar um apedras que insistem em atrapalhar.


sexta-feira, 24 de julho de 2009

ouvir e sentir

bela foto

A dona Renata Adriana Rosa é uma( e não três, apesar dos muitos nomes) mulher muito distinta ali das Minas Gerais que hoje está empenhada na distinta função de tocar a Secretaria de Cultura de Lagoa Santa, cidade de seu nascimento e onde hoje mora o Tiago, filho da Lucinha Alencar, minha querissíma amiga desde os tempos de movimento estudantil secundarista. Uma das coisas que a Dona Renata mais cuida com carinho é o Festival de Cultura Regional e por isso me convidou tanto pra ir no evento. Aceitar o convite eu num pude, mas fiquei com um gosto danado depois de ver umas fotos bonitas demais do festival. Uma das mais belas é justamente essa que tá aí em cima. Nem sei de que espetáculo se trata, mas eu já diria que a foto deveria estar numa exposição pelas suas cores, ou ausência delas, o que as projeta ainda mais, pela singeleza, pelos detalhes sutis e por algo mais que num percebi ainda e que você poderá ver mais que eu.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Perdidin

Esses dois aí na foto comigo são o meu irmão Veveu, ao centro, e o Zé Jackson, amigo de muitos tempos, sobralense que pro meu irmão é quase um irmão. A alegria toda era por conta do encontro no aniversário da Hildinha ( aminha afilhada de quem falei dias atrás). Mas antes do encontro um diálogo bem engraçado. O lugar da festa era um sítio no Euzébio, aqui do lado de Fortaleza. Sem saber como chegar ao lugar o Zé ligou pro Veveu.

- Veveu, rapaz, onde é esse sítio? Tô aqui perdido.

- Zé, onde tu tá?

- Ô Veveu, eu sei lá! Eu num te disse que tô é perdido?

Viagem "encontada"

A primeira vez que eu viajei de ônibus devia ter uns 11 anos e parti de Sobral pra Fortaleza, acompanhado o meu irmão Veveu prum acampamento de escoteiros. Depois dessa andei muito, mas muito mesmo, de "busão". Num tinha mês que eu deixasse de viajar pra Fortaleza pra assistir show - Projeto Pixinguinha era a maior atração -, visitar família e amigos que já moravam por aqui, curtir a capital. Camocim e Parnaíba também eram destinos frequentes. Depois andei viajando pra encontros estudantis e do PCdoB numa viagens quase heróicas passando mais de dois dias daqui pro sul e do sul pra cá. Era coisa de doido mesmo.

Ontem, depois de mais de um ano, tive que viajar novamente de ônibus. A causa era nobre. Fugi do trabalho à tarde para pegar o meu filho Guilherme, que tava curtindo umas férias entre os primos há mais de uma semana. A volta foi hoje cedinho, pouco depois das cinco pegamos uma carona com o Mestre Joan, acompanhado do Mestre Miguel. Viagem ligeira demais. Mas a ida ...

Decidi pegar o primeiro que partisse pra Metrópole. Já peguei logo um mais caro, porque o destino final é Parnaíba. Coisa estranha, eu só ia até Sobral, mas como o ônibus vai mais adiante, eu pago como se fosse. Mas a causa é nobre e eu num tava nem a fim de esperar quase duas horas pelo próximo. Comprei a poltrona 33 e nem imaginava que ia sofrer quase um calvário.

De longe vi lá o meu transporte. Todo branquinho, parecia zero bala, imaginei. Tava muito do enganado. Busquei a poltrona 33, num achei nem ela, nem a 34. Pedi ajuda ao funcionário da empresa pra encontrar a danada. Lá vem ele dizendo que tinha um erro e as últimas duas poltronas tavam repetidas, eu podia ficar a vontade pra arrumar um canto lá por trás.

A explicação do motorista era que o ônibus num era muito novo, mas a viagem ia ser boa. Homem de bem, mas o que ele dizia num era bem verdade. O melhor lugar que arrumei foi em frente ao toalete e se isso fosse pouco, a trava da porta tava quebrada e vez por outra aquele ar mal cheiroso e quente invadia meu nariz.

Eu tinha duas formas de amenizar a situação: ler ou dormir. Comecei pela leitura e grudei os olhos num conto muito legal do Marçal Aquino inspirado no "Último Desejo", do Noel Rosa, que faz parte dum livro muito do gostoso chamado "Aquela Canção", que a Fernanda comprou pra gente. Mas deixei de encurtar o caminho com sono. De vez enquando fechava o livro e dava um cochilo, depois lia mais um conto. Foi a salvação da viagem porque na segunda metade, de Itapagé até Sobral, é uma buraqueira sem fim. Ô sofrimento sem fim. Quando passou da boca da noite e a escuridão impediu a leitura agarrei no sono e só acordei quase em casa. Ainda passamos pela oficina da "Guanabara" pra pegar o motorista que ia findar a viagem em Parnaíba.

Quase cinco horas de viagem e mais uma certeza de que essa turma que prega contra o monopólio estatal nos serviços público é doida por um monopólio privado. É um jeito deles prestarem um péssimo serviço sem ninguém pra incomodar. Cliente, passageiro, isso é um detalhe sem maior relevância. O que vale é ganhar muito dinheiro com serviço de pouca qualidade.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Macaco Simon

A Dumaducarmo, minha mãe, sempre gosta de contar a história do macaco e a cotia quando alguém reclama muito dos outros, sem se dar conta de seu defeitos. Lembrei dessa "fábulo" ao ver o comportamento do senador Pedro Simon aconselhando Sarney a renunciar à Presidência do Senado. Sobre o assunto vale a pena ler o editorial do Portal Vermelho.

"O senador Pedro Simon (PMDB-RS) costuma ser apontado por comentaristas políticos da grande imprensa como uma ''reserva moral'' da política brasileira. O próprio senador gaúcho alimenta a alcunha proferindo, dia sim, dia não, discursos emocionados na tribuna do Senado, de onde cobra comportamento ético de seus colegas, como fez na última terça-feira (14) ao pedir a renúncia do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
(...)
Reunido nesta semana com deputados estaduais da base de apoio da governadora gaúcha Yeda Crusius (PSDB), Pedro Simon, que é presidente do PMDB gaúcho, defendeu que seu partido continue, por enquanto, dando sustentação ao governo Yeda, afundado em denúncias de tráfico de influência, desvio de dinheiro público, má gestão, formação de quadrilha e outros crimes."

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Fã por rádio

Começou ontem em Icapuí o 8º Acampamento Latino Americano da Juventude, evento que reúne centenas de jovens relebrando os "velhos tempos", juntando a galera pra discutir um monte de coisa e curtir uns shows. Só tive oportunidade de ir uma vez nesse evento, o suficiente pra ter uma bela história pra contar.

Partimos de Fortaleza pra abertura da primeira edição do festival, o então deputado estadual Chico Lopes, o Francinet Cunha, que trabalhava na assessoria do Inácio Arruda e eu. A viagem num foi das melhores e depois de chegarmos à Praia de Tremenbé tivemos que esperar muito a solenidade. Três tomadores de cachaça, arrumamos logo um cantinho pra esquentar a goela. Mal tomamos a primeira chegou um velhinho pra prosear. Pediu pra acender o cigarro dele e puxou conversa.

Quando me dei conta Chico Lopes tava solta na prosa com o velhinho, que a esta altura já bicava da nossa cachacinha também. Os dois falaram de animais de estimação, dos tempos antigos e por esse caminho chegaram no rádio. Cada um mais chegado ao dial.

A certa altura o velhinho falou que gostava muito dum cabra que participava dos programas de rádio que ele ouvia. Chico Lopes perguntopu quem era, citou vários radialistas e nada. O velhinho falou que era um político bom de briga, que defendia o povo e num tinha medo de nada. Eu, que tava animado noutra prosa com o Francinet, me liguei naquele papo que tava ficando muito interesante e já percebi o Lopes agoniado. Foi quando vi que o velhinho lembrou o nome do tal político: era o vereador Chico Lopes. "O senhor conhece ele, seu menino?".

Preto que é, Chico Lopes embraqueceu. Falante que tava, mudou ficou. Desenibido, encabulou-se. O Francinet e eu ficamos espeiando a cena pra ver no que ia dar. O velhinho insistiu na pergunta até que o Chico Lopes, todo sem jeito dissesse quase sem ser ouvido: "Conheço sim. Sou eu". O pobre do velho quase caiu do tamburete. Num acreditava que tinha na sua frente um ídolo e ainda tava proseando e molhando a palavra, como dizia finado Augusto Pontes. "É o senhor mesmo? Num acredito! Vou contar pro povo de casa, pros meus amigos. Nunca mais vou esquecer disso". Mais umas duas bicadas e o velhinho saiu no meio do povo distribuindo a novidade e emoção.

Essa história tem prosa, cachaça, emoção, gaiatice, mas tem muito também a força do rádio que sai por aí espalhando notícias, música, ideias e o jeito do povo se comunicar com uma força que a gente nem imagina o tamanho. Hoje tem rádio pra tudo que é gosto mostrando que esse veículo nunca vai deixar de ter uma enorme capacidade de juntar gente, mobilizar gente, esparramar opiniões, fazer e desfazer a imagem de gente que fica em evidência. É um instrumento poderoso que ainda vai ter sua utilidade por muito tempo.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Padrinho vaidoso

Na hora de batizar seu filhos e filhas o nosso povo leva muito em consideração a escolha dos padrinhos e madrinhas. Quando a Hildinha nasceu e o Veveu me convidou pra ser padrinho dela eu fiquei muito satisfeito. Feliz demais. Gosto demais do Veveu, gosto demais da Izolda e gostei demais deles me escolherem pra ser compadre deles logo na primera filha.

Agora, o que eu num imaginava era que a minha felicidade ia crescer tanto a medida em que o tempo passava. Num sou um padrinho daquele jeito que todo muito imagina. Sou danado pra esquecer de dar um presente pra minha afilhada no aniversário dela, no natal, no dia das crianças e até no dia quando ela se formou eu fiz o favor de num tá presente. Num sei o que houve, mas faltei. Esse negócio de abençoar a afilhada, nem tenho jeito. Mas sou padrinho dela e pronto.

E sou um padrinho cheio de vaidade pela afilhada. A Hildinha, ou Hudinha, como ela se chamava no tempo dessa foto aí, é uma criatura bonita. Bonita mesmo, como se pode ver ao vê-la, e mais bonita ainda, como se pode perceber ao conhecê-la. A Hildinha é culta. A Hildinha é bem humorada, irônica até. A Hildinha é firme com suas opiniões na hora de construí-las e defendê-las. A Hildinha é amável mas também sabe fazer cara feia quando algo não lhe agrada.

Há muitas razões pra gente dar os parabéns pra Hildinha nesta data querida e eu também não vou ficar aqui revelando todas os motivos do meu bem querer por ela. Quero mesmo é revelar a minha imensa alegria de ser tio, padrinho e amigo dessa menina incrível que é a Hildinha.


Pra aumentar minha alegria, quis a vida que essa fosse a 500ª postagem desse blog. Essa marca eu dedico a você Hildinha.

Foto que fala

Ontem a tarde, e não terça, como eu havia dito semana passada, a Carol Campos e eu fomos ao encontro da família de Bergson Gurjão. O resultado foi uma matéria maravilhosa que está publicada no Portal Vermelho e eu lhe peço que não deixe de ler. Leia mesmo, por favor. Findado encontro, eu já estava de pé quando vi essa imagem sobre a mesinha do centro da sala. Uma síntese de tudo que foi conversado durante mais de três horas. Sonynha e eu jamais esqueceremos essa imagem.

Agora leia a matéria: "Bergson era um diamante lapidado"

terça-feira, 14 de julho de 2009

tá dito e eu concordo

“A base governista tem maioria e fez valer sua maioria. Se tem maioria e não faz valer, não merece ser governo.” Foi o que disse o Inácio Arruda sobre a formação da direção da CPI da Petrobras e eu concordo com ele. E se algum tucano vier reclamar concordo de novo com o xará ao falar do perído FHC: “Nem tinha CPI, o que tinha era um Procurador da República que ficou com a alcunha de engavetador de República, que arquivava todas as denúncias contra o governo neoliberal de FHC".

Fumaça n'água

Um das introduções mais conhecidas do rock é a de Smoke on the Water, do Deep Purple. Junto com Satisfation, do Roling Stones e Whole Lotta Love, do Led Zeppelin, a música forma um trio pancada, que começa logo marcando sacudindo a alma do cristão que tá escutando. Mas o bom também de "Smoke" é a história dela. A fumaça existiu de fato e água é o lago de Genebra na Suiça. O caso é que o Frank Zappa fazia um show e o local pegou fogo literalmente. Do hotel onde estavam hospedados os "purples" viram a fumaça sobre o lago e daí veio a inspiração - se é que não havia mais fumaça inspiradora. Aí já se viu, Frank Zappa, Deep Purple e fumaça, deu no que você pode conferir no vídeo com a primeira formação da banda (Blackmore, Paice. Lord, Gillan e Glover).

Seu Zé

No começo do ano eu bloguei por aqui falando da minha admiração pelo vice presidente José Alencar. Semana passada eu me assutei muito com a urgente internação dele e a cirurgia pra cuidar mais uam vez do câncer que o persegue há 15 anos. Gente feito o vice - um Zé, tinha de ser, que num tem nada de zé ninguém e que tem um enorme respeitos por tudo que é xará dele - a gente acaba tendo um apreço maior do que imagina.

Pois bem, hoje eu li no Balaio do Kostcho o relato duam prosa do Ricardo com o Seu Zé, em pleno hospital. Muito legal ver a recuperação do vice e bem divertido saber das histórias, que nas Minas Gerais chama causos. Bem legal também ler a carta dum leitar, cuja nome, ao contrário do meu, termina com Inácio, falando da admiração dele pelo Seu Zé. Juntei então a vontade de blogar, com a de compartilhar esse texto com mais alguém e a minha canseira pra escrever muita coisa pra deixar aqui uam sugestão pra que você dê uam chegada no balaio e veja o que tem dentro.

"É impressionante a memória deste homem simples que não virou doutor, capaz de lembrar de nomes, lugares e datas de quase sete décadas atrás, com detalhes de passagens daquela época como se tivessem acontecido ontem."




sexta-feira, 10 de julho de 2009

Dia pra nunca esquecer

Gosto sempre de ilustrar com fotos, vídeos, desenhos ou algo do gênero as postagens que faço aqui, mas nada ilustra os cinquenta e poucos minutos que passei hoje, junto com o deputado Chico Lopes (PCdoB), no apartamento de Dona Luiza Gurjão Farias, mãe do Bergson. O que era apenas uma visita de cortesia do deputado comunista, como Bergson, acompanhado de seu assessor e dirigente do partido, virou um encontro cheio de emoções e surpresas.

Minha primeira surpresa foi ao ver que aquela senhora de 94 anos, lúcida e cheia de doçura, foi quem abriu a porta e foi logo dando um carão carinhoso na gente. "A Tânia (sua filha) esperou vocês até agora". Pronto, minha conclusão apressada gerou um curta frustração. Mas a fala pausada de Dona Luiza me tranquilizou: "Ela foi tomar um banho porque o calor tá demais". Alívio total. Eu, que pretendia combinar uma entrevista pro Portal Vermelho com a irmã do Bergson, temi que não conseguisse marcar o papo, saí de lá com muito mais do que desejei.

Dona Luiza, que sabia demais que o motivo da visita era a identificação de seu filho 37 anos depois de sua morte lutando na Guerrilha do Araguaia, nem esperou a filha chegar na sala e soltou uma afirmação que me comoveu logo. "O que me surpreendeu é que eu nunca desconfiei que o Bergson fosse do PCdoB. Eu dizia pra ele ter cuidado nas manifestações, que não fosse na frente porque podia aparecer um doido e agredir ele. Eu até gostava de ir naquelas passeatas e quando tinha confusão eu me escondia na Igreja do Patrocínio, ali na Praça José de Alencar. Mas o Bergson me enganou". Foi difícil, muito mais do que agora enquanto narro, segurar minha emoção. "Dona Luiza, o Bergson tava protegendo a família dele". Foi só o que consegui dizer.

A Tânia, num jeitão despachado que todo cearense autêntico tem, já veio falando antes de aparecer na sala. "Me disseram que vocês vinham a uma e meia e só agora (duas e meia da tarde) vocês chegam. Fui passar o calor". Eu já a tinha visto em várias ocasiões, mas nunca conversamos, nem sequer tínhamos sido apresentados. Mas Tânia lembrou que eu tinha feito uma foto dela entre várias pessoas que a cumprimentavam no dia em que a Comissão de Anistia Wanda Sidou fez a reparação a Bergson em nome do Estado do Ceará. "Eu sabia que já tinha lhe visto em algum lugar", falou com jeito absolutamente natural, como se me conhecesse a muito tempo.

Formalidades. Chico Lopes falou do trabalho que o PCdoB e sua bancada federal está fazendo junto ao governo pra localizar, esclarecer o paradeiro e identificar os que lutaram no Araguaia. Fala das dificuldades, desafinações em setores do governo e da necessidade de ser feita uma bela homenagem ao camarada. Enquanto isso a Dona Luiza vai na cozinha servir algo pra beber e traz também um bolinhos caseiros feitos por ela mesma. Fico ali encantado, vendo tanta doçura e firmeza.

Resolvi entrar na prosa e dizer que pretendo fazer uma entrevista sobre o Bergson, mas que fosse além do militante. A Tânia corre no computador e chama pelo skype a irmã Ielnia, que mora nos Estados Unidos, e logo abre um sorriso ao ver seu velho amigo Lopes ali na sala. Pra ser melhor ouvido e visto pela webcam sento ao lado de Dona Luiza, que vez por outra contava ali só pra mim uma historinha do Bergson. "Uma vez chegou lá em casa uma pessoa muito pobre que ao invés de pedir esmola pediu uma ajuda. O Bergson perguntou o que ela queria e ela disse que queria sangue pruma pessoa da família que tava hospitalizada. Aí ele, que nunca tinha visto aquela pessoa, saiu com ela dizendo:"Pois vamos, eu vou doar o sangue".

A Ielnia é outra criatura incrível. Simpática, doce, mas muito sincera, diz o que pensa. Do jeito que eu gosto e como eu sei ser. Cheia de idéias, trocamos várias. Há muita coisa a ser feita. Deixou claro que não quer que ninguém se apropie do seu irmão. No que eu concordo. Nessa hora assumi a posição de dirigente do PCdoB e disse que respeitaremos tudo que a família decidir - o que é óbvio - e daremos todo apoio que pudermos. Falei de algumas iniciativas e opinei sobre sobre outras.

Resultado: estou integrado, pela família, nas muitas ações que serão feitas para homenagear o Bergson daqui por diante. Tempo? Eu arrumo. Um amigo me disse certa vez, quando eu estudava pro vestibular e não saia de casa alegando falta de tempo, que não tem tempo quem não faz nada. Tava certo ele. Falei pra Ielnia num email que enviei já no final da tarde: "dedicarei ainda mais da minha energia, do meu tempo, da minha emoção, do meu amor ao povo e sua libertação, para esse projeto que você e a Tânia estão empenhadas no sentido de reconstituir a memória desse irmão que tanto amam e que merece ser muito mais conhecido por nosso povo, em especial pela juventude". Ela havia me pedido que eu mandasse um material sobre as opiniões atuais do PCdoB e eu aproveitei pra agradecer aquele momento com a família dela.

Haverão outros encontros. Segunda feira Tânia, Chico Lopes e eu teremos uma audiência com o Reitor da UFC e na terça teremos um novo momento como o de hoje, mas sem o Lopes e com a jornalista Carolina Campos e a Sonynha, é claro. Tudo vai virar uma matéria pro Portal Vermelho e é parte de dois projetos que se completam, o das irmãs e um outro do portal, de resgate da história de Bergson Gurjão Farias, herói cearense do povo brasileiro, que como sempre, está entre nós.

O que houve na China esta semana?

Nesta semana ouve uma grande confusão na região chinesa de Urumqi, a noroeste de Pequim. Mais de 150 pessoas morreram e claro o governo chinês foi logo culpado de massacrar a população indefesa. Fiquei cabreiro e hoje minha inquietação foi contida por um artigo da estudante da Stanford University, nos Estados Unidos, Karmia Chan Cao, publicado pelo Portal Vermelho. Baixo tem um trecho do artigo e se você quiser saber mais clique aqui e veja como é muito complicado conduzir um país em que convivem 56 nacionalidades diferentes.


"A situação envolveu quatro grupos distintos e independentes: os extremistas uigures; a vasta maioria de uigures simples que não tomaram parte na baderna; os Han e o governo. O governo agiu e cercou a cidade na manhã de segunda-feira, para evitar que uigures ou hans viessem até Urumqi e aumentassem ainda mais a violência entre os dois grupos. O sistema de comunicações foi desligado por razões de segurança nacional e regional, não por uma demonstração vergonhosa de poder".
(...)
"Poucos dos jornalistas que escreveram artigos para a mídia ocidental estão informados sobre o que aconteceu de fato nesta violência toda. A mídia ocidental geralmente só se preocupa em fazer artigos sobre a opressão do governo contra as minorias na China".

Olha o olho

O Abel Rodrigues, quando atuou na clandestinidade, foi fotógrafo e esses cabra são danados de observadores, detalhistas. Pois foi ele quem sacou essa foto aí ontem e que hoje tá em quase tudo que é jornal. O Obama e o Sarkozy grudaram o olho na jovem brasileira que ia passando. Dona Michelle e Dona Carla devem ter feito uma baita confusão.

Então é assim?


A chamada grande imprensa "denunciou" ontem que a Fundação Sarney teria desviado recursos parte do R$ 1,2 milhão que recebeu da Petrobras para execução de um projeto de recuperação de acervo da fundação, com base na Lei de Incentivo à Cultura. Só que, pra variar só viu defeito nos outros e deixou de ver um pecado bem maior cometido pelo seu queridinho de sempre, Fernando Henrique Cardoso, o "Coisa Ruim" do Messias Pontes.

Pois o dito cujo, um anjo de candura, pegou uma grana cinco vezes maior pra fazer uma coisa muito parecida através da sua fundação chamada Instituito Fernando Henrique Cardoso, o iFHC, igualzinha a do Sarney. Num é uma coisa linda?

Mas nem tudo é igual. Enquanto a Fundação Sarney prestou contas do que gastou - a imprensona mostrou até as notas fiscais - a do FHC tá devendo informações ao Ministério da Cultura. A outra diferença é que o instituto do tucano nem findou ainda o projeto anterior e já fez outro pedido, maior ainda, pra fazer a mesma coisa que disse que ia fazer com a grana que recebeu.

Eu acho esse negócio de fundação, instituto e outros bichos parecidos um troço muito do personalista. A turma acha pouco ainda pega uma grana pública npra bancar o seu narcisismo. Pra mim é coisa com cara de marmota. Agora, se é pra condenar esse tipo de coisa, vamos condenar todos. Né não? Porque o Sarney não pode receber um incentivo fiscal pra pintar o bigode e o FHC pode receber o mesmo apoio cultural pra cultivar suas vaidades?

Pra saber um bucadinho mais dessa marmota do FHC clique aqui.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Vida e Morte Patativa



Patativa do Assaré faria 100 anos se vivo fosse. Vivo continua na poesia, na luta do povo sertanejo, na esperança do povo brasileiro. Mas já não pode mais versar porque há sete anos morreu, no dia 8 de julho. Eu num queria deixar de registrar essa data, que não é querida, mas é também pra lembrar a vida daquele poeta popular nordestino, brasileiro, do sertão. Por isso escolhi essa sua poesia, das mais dramáticas, que você pode ver o ouvir pelo próprio poeta, pode ler os versos, inclusive numa versão italiana e pode ver em esculturas belíssimas que foram feitas para compor a cenografia da peça A Morte de Nanã, interpretada pelo grupo Teatro do Pé.

A Morte de Nanã em esculturas

A Morte de Nanã, os versos

Sobre Bergson, falaram ...

Tânia, a irmã: “A primeira reação foi um branco. Parecia que tínhamos parado no tempo, todo mundo ficou meio perdido. Mas a sensação é de alívio, porque vamos poder enterrar nosso ente querido”.

Inácio, o senador camarada: "Bergson, foi estudante da Universidade Federal do Ceará, lutou pelo bem do país, sua identificação é cheia de significados para a democracia brasileira, porque até recentemente tentava-se impedir que essa página da história fosse ultrapassada”.

Chico Lopes, o camarada deputado federal: "O reconhecimento tem uma importância histórica. Assim calamos o Estado que dizia que Bérgson era desaparecido político. Agora temos argumentos concretos de que a história será contada da forma como ela de fato aconteceu. Este é um resgate sem revanchismo. (...) Queremos que este processo seja feito com calma, respeitando o desejo da família, porém fazemos questão de que Bérgson receba todas as homenagens que ele merece".

Patinhas, o camarada amigo: "Bergson era Amigo, companheiro, corajoso, dedicado, estudioso. Sinto um misto de alívio e de tristeza. O fato me faz relembrar muitos momentos em que estive com ele pois além de sermos camaradas de Partido, também éramos amigos próximos. Neste momento faz-se um resgate daquele período da história do Brasil quando jovens abandonaram suas vidas em busca de um país melhor e mais justo. Quero render um tributo à família de Bérgson, em especial a sua mãe, Dona Luíza, que durante todos estes anos esperou com determinação pela identificação do filho. Bérgson é, sem dúvidas, um herói cearense, assim como Bárbara de Alencar e tantos outros”.

Lula Morais, o deputado estadual camarada: "Bergson deu a sua vida na luta pela solução dos problemas do nosso povo e pela soberania do nosso País. Ele não media esforços, não temia a nada. Numa determinada passeata, numa manifestação estudantil, em 1968, na praça José de Alencar, ele viu que um coquetel molotov ia estourar debaixo de um carro de um cidadão que ele não sabia quem era. Mesmo assim, ele retirou o coquetel debaixo do carro, porque sabia que ele ia destrui-lo”.

Mário, da Associação Anistia 64/68: “O Bergson era uma pessoa de liderança política muito forte na década de 1960, dotada de uma forte consciência social. Ele era muito querido e foi um herói por acreditar e lutar por dias melhores além de ter uma grandeza humana que nós devemos honrar e lembrar para sempre”.



terça-feira, 7 de julho de 2009

É o Bergson!

Ao poeta Drummond, em seu Poema De Sete Faces, a lua e o conhaque o botam comovido como o diabo. A mim, nesse dia de lua crescente a comoção veio por conta da identificação dos restos mortais do Bergson. Em maio falei aqui da minha alegria com a possibilidade de se confirmar a identificação "do respeitado líder estudantil cearense, que foi imolado na selva amazônica defendendo a liberdade, a justiça social, os direitos do povo, a soberania nacional, a democracia e o socialismo". No dia 21 de maio assisti a uma histórica sessão da Comissão de Wanda Sidou de Anistia do Ceará em que foi aprovada reparação do Estado do Ceará a Bergson por sua perseguição e morte. O presidente do PCdoB, Carlos Augusto Diógenes, o Patinhas, emocionou muitos ali presentes pela riqueza de detalhes e por revelar o quanto seu camarada de partido era querido por todos e como sua convicção revolucionária era sólida.

Bergson, se vivo fosse, teria hoje 62 anos, e com certeza estaria vivendo com muito entusiasmo a situação de avanço das forças progressistas no Brasil e na América Latina. Estaria eufórico vendo o seu glorioso partido em um novo patamar da luta política, atuando numa enorme diversidade de frentes, superando desafios de grande envergadura e respeitado por sua conduta coerente e aguerrida em todas as batalhas políticas. Essa notícia de hoje mexe com o nosso partido. Mesmo aqueles que ingressaram mais recentemente e nunca sequer ouviram falar dele e de outros heróis do Araguaia, de algum modo serão tocados por esse acontecimento histórico. Estamos vivendo o processo do 12º Congresso e espero que o exemplo de Bergson nos inspire em nosso sonho de amor Brasil.

Dentro de alguns dias Bergson estará de volta ao Ceará e nem consigo imaginar a repercussão que isso terá. Será um acontecimento com dimensões semelhantes ao retorno do Frei Tito de Alencar, quando um cortejo emocionando e cheio de fé na luta pela transformação do Brasil percorreu o centro de Fortaleza. Bergson voltará ao Ceará e aqui será acolhido por seus familiares, camaradas e amigos . Sua mãe, Dona Luzia, aos 90 anos, poderá finalmente velar o filho assassinado pela ditadura militar, mas jamais saiu da memória de todos que lhe dedicaram amor e carinho. Os amigos, e não são poucos, poderão se unir para lembrar as muitas histórias do estudante, do atleta e do amigo leal. Nós, seus camaradas, que nunca o esquecemos ou deixamos de lutar, ao lado de sua família, por sua identificação prantearemos sua memória, o envolveremos nas bandeiras vermelhas que carregamos em nossos corações e saberemos honrar seu exemplo.

Seja bem vindo, camarada Bergson Gurjão Farias, para nós aqui, ou Jorge, para aquele povo das selvas do Araguaia, que compartilhou seus últimos anos e dias de vida e viu sua inteira dedicação à libertação dos oprimidos e explorados.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Antes e depois

Um cabra danado de bom nesse mundo da informática é meu amigo Adeodato e seu blog, definido por ele como "o mais desfocado da Internet" e que pode ser lido em 12 idiomas diferentes, já vai no terceiro ano. Ali ele posta coisas incríveis, que só os que têm muito conhecimento desse mundo virtual sabem achar. Hoje eu achei esse incrível "album" de imagens em que as coisas são apresentadas em dois momentos distintos.

Delicie-se com essa beleza:
Before and After

Santos e demônios

O Adalberto Monteiro é um poeta e merecedor de muito apreço por tudo que escreve não só em verso, mas também na prosa. Hoje ele publicou um artigo no portal Vermelho que eu lhe peço que leia porque revela muito bem o que tá por trás de tanta confusão pra cima do Sarney, que num é santo, mas também num é demônio sozinho não.

Diz o poeta em sua prosa política:

"Quem interpretar a crise do Senado tão somente pelo olfato, isto é, pelo mau cheiro que exala dos descalabros da Câmara Alta, fará um leitura distorcida. A fetidez é real, todavia é seletivamente usada como arma política. Sem discurso, sem bandeiras, a dupla PSDB-DEM parece ter concluído que a fedentina é o único combustível que lhe resta para tentar reaver o poder no próximo ano.

O presidente do Senado, José Sarney, sofre uma implacável caçada. Na Praça dos Três Poderes, a oposição e a grande mídia ergueram um patíbulo. A sentença já foi lavrada. “Eis o responsável pela sujeira. Que seja enforcado o quanto antes, para o bem do Poder Legislativo.”
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), apresentado como espécie de guardião do templo, foi o ungido para, em nome do conluio, proclamar o veredicto. Todavia, dias antes, sem rubor no rosto, reconheceu na tribuna, que viajara à França. Merecidas férias. Desafortunadamente, teve “problemas” com os cartões de crédito. De fato, Paris é encantadora mas, lastimavelmente cara. Então, os seus diletos assessores foram ao todo poderoso ex-diretor geral do Senado, Agaciel Maia que, gentilmente, socorreu o senador com um empréstimo de 10 mil reais, ou 10 mil dólares. Há controvérsias. Graças à benevolência de Maia, Virgílio pode concluir seu descanso no Velho Mundo."

Leia mais a partir daqui.

Honduras, um jeito antigo

O golpe militar em Honduras merece uma reflexão, mas é também um alerta para as forças democráticas e progressitas. A reflexão é sobre o isolamente em que se encontram os golpistas. Nem os Estados Unidos, cujos governos democráticos ou republicanos patrocinaram muitos golpes e até assassinatos de líderes latino americanos, bancam o fantoche da direita que não se conformou com o alinhamento de Manuel Zelaya aos ventos avançados que sopram da Terra do Fogo ao Caribe. Nunca vi em outro momento da história um gesto solidário como o de Cristina Fernández Kirchner (Argentina), Rafael Correa (Equador) e Fernando Lugo (Paraguai) que acompanharam o presidente deposto em sua tentativa de reassumir o governo. Essa solidariedade é fruto da integração latino americana e tenho certeza de que os três presidentes agem em sintonia com quase todos os demais que buscam mudanças para esse nosso continente indômito. Por essa razão fico feliz pois já se percebe que há um espírito de preservação das conquistas obtidas até aqui e todos se sentem responsáveis por elas. É aquela história de quando eu era menino: "mexeu com meu amigo, mexeu comigo".

Mas por outro lado esse golpe que enfrenta também uma aguerrida resistência do povo, como você pode ver nas fotos ao clicar aqui, deve servir de alerta já que revela uma direita em ação. Já vimos ações e provocações da direita na Bolívia, na Argentina, no Equador, no Paraguai e na Venezuela. Todas foram derrotadas, mas não significa que tenham desistido de seus objetivos, afinal o que está em jogo é até mais do que as disputas localizadas em cada país. A América Latina é outra de uns anos. A própria mudança de comando e de estilo nos Estados Unidos revela que o imperialismo pretende adotar outras formas de dominação, mas jamais abrir mão de sua influência na região.

Os golpistas hondurenhos ainda são de outro tempo e podem se dar muito mal, mas não acredito que outras tentativas, mais sofisticadas, inclusive nas disputas eleitorais poderão ser usadas. Isso vale para o Brasil que vai enfrentar uma eleição muito importante em 2010. Aqui as forças progressistas precisam ter juízo e perspicácia. Muito, ou quase tudo, que tá acontecendo no cenário político já tem como pano de fundo a disputa eleitoral do ano que vem. No momento as forças políticas se posicionam e tenho a convicção que o principal objetivo da direita no Brasil, no momento, é dividir o compo de apoio político do Presidente Lula.

Lá em Honduras, onde golpistas ainda estão no passado, o povo resiste unido. No Brasil, onde a direita age de forma mais sofistica, a unidade é também necessária.

A estilosa Lulu

Num breu desses aí quem brilha é a Lulu, minha sobrinha, filha da Hilda. Brilha porque tem luz, tem estilo e tem um dos sorrisos mais lindos que conheço. No dia do meu aniversário fui a Sobral e dei carona pruma sobrinhada, entre as tais tava a Luciana. Fazia tempo que eu não conversava com ela mais do que um "oi" ou um "tudo bem?". Pois conta desse silêncio eu num sabia que a Lulu gosta muito de ler e de cinema. Nem precisa dizer sobre o que mais rolou a prosa ao longo da BR 222. (Aliás, Lulu, acabo de descobrir o nome do filme em que o Javier Bardem fazia o papel do inquisitor Irmão Lorenzo. O filme é Sombras de Goya, do Milos Forman).

A Lulu tá mudando seu curso e vai fazer fazer Estilismo. Eu acho muito legal a Arquitetura, mas sou lá eu quem vai dizer a alguém que curso deve fazer, ainda mais que os olhos da minha sobrinha brilham quando ela fala dos novos planos. Planos que ela renova ainda mais hoje, quando inicia mais um ano de vida e daqui eu mando um beijo enorme, além do desejo de que não lhe falte paz, felicidade e muito estilo na vida.

domingo, 5 de julho de 2009

sábado, 4 de julho de 2009

Dia bom de tá em Sobral

Esses aí da foto são a minha sobrinha Larinha e o Zé. Um casalzinho danado de simpático e que daqui a pouco mais de uma hora vai formalizar na forma religiosa a vida em comum que eles decidiram ter. Tão casados no papel, vão casar na religião, mas parece que casaram de fato desde a hora que se perceberam amando. Duas criaturas tão meigas que você num acredita. Carinho pra eles nunca é demais e eu tô certinho que isso vai ser a vida toda. Olhe, se eu gosto de vir pra minha Sobral de vez em quando, dessa vez eu vim muito especialmente feliz porque a causa é estar presente nesse dia feliz pra Larinha e pro Zé, mas também pro Ducito e pra Bida, que há 29 anos, nesta mesma data querida fizeram o mesmo que sua filha e seu genro farão. Né uma coisa boa tá junto deles?


O primeiro vídeo a gente também nunca esquece. Há 29 anos o Ducito arriscou me dar uma camerinha super 8 pra que eu filmasse o casamento dele. Fiquei feliz e faceiro, mas as imagens num foram as melhores porque eu num tinha nenhuma noção do movimento e você nem imagina como tem imagens indefinidas. Então, nunca esqueci meu primeiro vídeo, apesar de que num dá muito pra saber o que tem nele.

Longe do calor

Tô em Sobral desde ontem a noite. Como de costume, aqui o que não falta é calor, humano e outros. Minha cidade me testa o tempo todo, me faz suportar seus quase trinta graus. Aliás nem sei se é suportar. Talvez seja mesmo é ignorar em função do acochego da família, dos amigos e das tantas histórias que me prendem a esse lugar.

Pra ignorar esse calor, as vezes é melhor sair dele e hoje fui com o Guilherme almoçar no Canto Mineiro. Pegamos carona com meu irmão Luciano, sua Claudine e seu João. Ali, além de uma deliciosíssima comida, acompanhada duma cachacinha mineira, sempre pintam amigos e daí pruma prosa gostosa num precisa mais nada. Nessa foto aí estão o Kiko Figueiredo - contador de histórias inacreditáveis - e sua Totó, meus irmãos Ducito e Luciano com a Claudine e o Campelão com a Áugea.

Copinhos de cachaça animaram a mesa e soltaram a língua pra muita história boa que vou soltando aos poucos. Por enquanto fique só com o registro.