Não é de surpreender que o ex-todo poderoso dessas bandas de cá e um dos idealizadores e principais apoiadores da Era FHC esteja insatisfeito. Como bem identificou o Bernardo Joffily, editor do Portal Vermelho , o Nordeste vive um pequena revolução política - precisamos aprofundar essa questão, meu caro Bernardo - nos últimos anos com a ascensão de novas forças políticas e o deslocamento de oligarquias mais ou menos antigas, todas superadas política e historicamente. E entre esses está o senhor Jereissati, que ainda tenta uma sobrevida agarrando-se ao Governador Cid Gomes na esperança que este o apoie na tentativa de ser reeleito pro Senado. Neste sentido a busca de "sangue novo" soa um pouco estranha, mas também não surpreende na medida em que o senador, tal qual os tucanos e seus "demos" aliados, têm peruado em busca de um caminho que lhes dê salvação neste mundo novo que vai surgindo depois do debacle neoliberal no Brasil e América Latina.
A vida é assim senador "dos olhos de ardósia" , como o chama Macário Batista, exige sintonia com o tempo em que se vive. Não adiante fazer discurso moralista, pregar pureza, enquanto a prática é tão sujo quanto a do mal lavado. É só dar uma lida na edição de hoje da coluna Política, do insuspeito Fábio Campos, pra ver como agem os devotos tucanos cearenses. Vale a pena ler também a entrevista do próprio Tasso na revista Época, que o Eliomar de Lima reproduz em seu blog. Errático que nem ele, considera a eleição de Lula - com quem imaginou formar um casal perfeito em 1994 - um avanço, mas se diz desiludido com o governo, diz que Sarney é do bem mas tá mal acompanhado e se mantém fiel ao finado ACM "um formador de líderes. Sua adminstrações eram da melhor qualidade". (E num foi o baiano afastado do senado porque quebrou o sigilo do voto dos senadores?). Finda dizendo que num sabe se é candidato. Tá certo, é melhor num ter certeza diante de tanta possibilidade de dançar no voto.
Pois bem, o senador tá querendo sangue novo e num enxerga na de novo no Ceará e no Nordeste. Novo num deveria ser não, senador, mas é novidade que no Ceará e no Nordeste, o povo num vive mais saqueando armazéns e escolas atrás de comida porque o bolsa família ajuda na precisão. Ajuda também a movimentar cidades interioranas, pequenas vilas, distritos e lugares quase perdidos no sertão, bem como os bairros das capitais, através do aumento de circulação de dinheiro nas bodegas, mercearias e mercadinhos. É uma economia que quem só pensa nos grandes negócios nem percebe que existe. Mas de grandes negócios se fala também quando finalmente o Ceará vai ter a refinaria de petróleo, a siderúrgica e mais um monte de grandes empreendimentos que vai de fato mudar a cara do estado e gerar muito emprego, ao contrário das empresas sugadoras de incentivos fiscais que andaram por aqui no passado.
Novidades tem. Mudou tudo? Quase nada. Mas o caminho é de mudanças, não pode ser interrompido e é preciso tirar um apedras que insistem em atrapalhar.
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