terça-feira, 7 de junho de 2011

Resolver a crise Palocci, fortalecer a presidente Dilma

Editorial do Portal Vermelho


O governo da presidente Dilma Rousseff tinha começado muito bem. Beneficiando-se da boa herança que recebeu dos dois governos do ex-presidente Lula e tendo sido consagrada nas urnas em 2010, a nova mandatária cumpriu os primeiros meses de seu governo consolidando uma tendência que se vem afirmando há oito anos: o reforço da democracia, das políticas sociais e da soberania nacional.

Mesmo no pantanoso terreno da política macroeconômica, que segue híbrida, a presidente procurou assumir as rédeas e passou a comandar mais de perto a gestão dessa área. E nas poucas vezes que se tem pronunciado sobre o assunto, reafirmou suas convicções a favor do desenvolvimento nacional soberano.

Na política externa, apesar da má vontade de críticos amadores e das tentativas do imperialismo e da mídia monopolista para atrair a presidente a outra posição, na essência o Itamaraty de Dilma e Patriota segue a mesmíssima política da dupla Lula-Amorim. É que às vezes foge-se da realidade e ignoram-se as circunstâncias. Tanto na direita como em alguns setores da esquerda, exagera-se o “anti-imperialismo” da gestão anterior.

Porém, como um raio em céu azul, eis que eclode a crise Palocci e há três semanas o governo encontra-se paralisado e sob uma saraivada de ataques. Bem que o ministro chefe da Casa Civil da Presidência da República tentou, na entrevista que concedeu exclusivamente ao canal de TV dos filhos de Roberto Marinho, negar que haja crise, que em sua opinião não passa de ataques políticos à sua pessoa.

Não há como negar. As denúncias de enriquecimento ilícito e tráfico de influência, não explicadas nem satisfatoriamente respondidas por Palocci, abriram uma séria crise política e de governo.

Desse modo, a permanência desta crise não interessa ao governo, aos partidos que o apoiam nem às organizações do movimento popular. Apenas as forças oposicionistas, que se encontram isoladas e se revelam política e eleitoralmente decadentes, têm interesse em que se estenda, amplie e aprofunde a crise no núcleo do governo Dilma. Não é à toa que seu batalhão de escribas, entre eles o ex-presidente FHC, tem dedicado nas últimas semanas uma miríade de “análises” para tripudiar sobre a “corrupção” no governo e no partido ao qual a presidente é filiada.

Não atacam Palocci mas o governo. Não estão interessados na permanência ou demissão do chefe da Casa Civil, mas em manter o mandato da presidente, que mal começou, em turbulência, desestabilizar seu esforço para liderar o processo de transformação do Brasil numa nação progressista.

Como não há males que não venham também para o bem, a crise pode ser também uma oportunidade para o governo superar os problemas que vieram à tona: hipercentralização de poderes numa só pessoa, decisões em núcleo fechado, hegemonia absoluta de uma só força política.

Por isso, a crise que tem como pivô Antonio Palocci exige uma solução que fortaleça a autoridade da presidente Dilma na condução política do governo. Esta resposta corresponde aos anseios da base aliada e da maioria da nação.

Um comentário:

Anônimo disse...

Puta que pariu companheiro, vá ser parcial, unilateral e em cima do muro assim lá ná...