O Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim tá muito certo quando diz que hoje o Brasil não pede licença a ninguém para defender seus interesses pelo mundo afora. E isso vale mais uma vez pra esse caso dos aviões que o Brasil vai comprar. Fica essa mídia venal e golpista, como gosta de dizer o Messias Pontes, fazendo arenga, querendo inventar uma crise interna no governo, enquanto o buraco é muito mais embaixo. Como disse o estrategista militar prussiano Carl von Clawsevitz "a guerra é a política por outros meios” e sendo assim a aquisição de armas é também um ato político, do mesmo que a oposição e seus porta vozes também fazem política quando forçam a barra pra artificializar uma nova crise. Só devem estar cientes que na guerra, bala vem e bala volta. Ou como diz o Carl supracitado “ Como na guerra cada facção tenta dominar a outra, há uma ação recíproca que pode chegar até um extremo.”
O atual editorial do portal Vermelho presta bons esclarecimentos sobre esse assunto e por isso sugiro que você leia. Vai na íntegra.
Os aviões da FAB e os ventriloquos da mídia
"As turbulências do presidente"; "Os pés pelas mãos" - por si só os títulos dos editoriais nos quais os jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo trataram, neste início de ano, a questão da compra pelo governo brasileiro de um lote de novos caças para a Força Aérea Brasileira, indicam a indisfarçada torcida pela abertura de uma crise no governo federal.
A decisão vem sendo amadurecida há bastante tempo. Além das audiências públicas, consultas, relatórios técnicos e demais providências que uma decisão dessa envergadura envolve (dados seus aspectos políticos, militares e financeiros), há também um pesado jogo de pressões (internas e estrangeiras) que extrapolam os aspectos técnicos e financeiros e revelam o fundamental caráter geopolítico do que está em jogo.
O vazamento de um relatório da FAB, noticiado pela Folha de S. Paulo no dia 4, faz parte desse jogo pesado. E a reação da mídia, com forte eco na oposição neoliberal, revela aspectos dele que se interpõem entre a manifesta preferência de Lula pela oferta francesa e a torcida pela compra do sueco Gripen NG.
Alega-se que o sueco é um avião mais barato. Mas é como comprar um apartamento na planta. É um avião que ainda não está pronto mas só existe em projeto, com limitações importantes. Seu motor, por exemplo, é fabricado nos EUA; outra fragilidade decorre de que, para baratear a produção, ele depende de um sem número de fornecedores de peças espalhados pelo mundo. Quando se lembra que, há poucos anos, a Embraer foi proibida pelo governo de Washington de vender aviões Tucanos para a Venezuela porque tinham componentes fabricados nos EUA esta fragilidade do projeto sueco fica ainda mais evidente - ela não é técnica nem financeira, mas política.
A decisão final pela compra cabe ao presidente Lula que, como chefe da Nação, é o comandante em chefe das Forças Armadas. Não será uma decisão solitária, como insinuam os pregoeiros da crise, mas envolverá o Ministro da Defesa, o Conselho de Defesa, a assessoria técnica da FAB e as necessárias consultas para uma decisão que envolve tamanha responsabilidade. Mas ela é prerrogativa do presidente da República.
Isto é, será uma decisão política, como insistem o próprio Lula, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e outras autoridades do Governo. Este é o coração da polêmica. A decisão final poderá consolidar e fortalecer o caminho autônomo que o Brasil segue desde 2003. É um rumo contra o qual a oposição neoliberal, e as forças sociais que ela representa, mantém o dogma do alinhamento automático entre o Brasil e os EUA, opinião que fundamenta sua torcida por uma escolha para recolocar nosso país numa situação subalterna e dependente.
Mas o governo trabalha com outra opção, a do fortalecimento da autonomia que poderá resultar da consolidação de pactos internacionais múltiplos e soberanos, fora da esfera norte-americana, e que possam aumentar a capacidade de defesa de nosso país sem a dependência de decisões externas.
O embate entre estas duas opções, uma dependente, outra soberana, é o fundamento da torcida da oposição neoliberal por uma crise entre o governo e os militares. Tudo indica que mais uma vez não passará intriga midiática, e que - ao contrário do que querem os ventríloquos da mídia, a soberania nacional saíra fortalecida.
A charge que ilustra esta postagem é do Clayton, que só uso pra tirar um sarro com a tucanagem, porque esse chargista gosta muito de malhar o Lula. Nas 10 últimas edições do jornal que ele trabalha em apenas duas charges ele não faz gracinha com o Presidente ou aliados seus. Nunca vi gostar tanto dum cara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário