quinta-feira, 18 de junho de 2009

Carinho gratuito

Ontem fui buscar o Guilherme no colégio e dei de cara com esse garoto circulando pelo pátio interno. Ao vê-lo abri os braços e ofereci-lhe um carinhoso abraço e beijei sua testa. Eu estava emocionado com aquele gesto encantador do Vítor, que tem uns dez anos e, segundo o Gui, não é primeira vez que faz dessas. Felizmente a "oferta" dele é muito bem aceita e quem adquire o abraço, normalmente dá um beijo como brinde.

Fiquei mesmo muito tocado pela cena e imaginei como o carinho é um sentimento muito bonito. Mais que bonito, é gostoso, faz bem a qualquer um, quem dá e quem recebe. Alguém pode até achar meio piegas essa postagem aqui, mas seria memso muito legal se o gesto do Vítor fosse vitorioso, prevalecesse sobre o ambiente meio agressivo que vejo muitas vezes nas escolas. Caramba, quantas vezes a gente já num viu ou escutou falar de violência grande nas escolas. E num é só nas escolas públicas, como as vezes se tenta passar. Lembro de um caso aqui em Fortaleza em que um aluno do Colégio Ari de Sá - escola tradicional por aqui - matou um colega. Isso mesmo, matou o colega durante uma briga. Sei também que rola muito tráfico de drogas nas escolas privadas também. E isso tudo contribui pra afetar as relações entre os jovens.

Infelizmente o movimento estudantil, neste caso o secundarista, não anda nos seu melhores tempos, muita divisão, entidades débeis e com pouca representatividade. Há muitas bandeiras políticas a serem levantadas, mas acho que é preciso sentir mais o que acontece nas escolas. Viver o que vive o chamado "estudante normal", aliás é até meio estranho que o "estudante militante" seja visto como "anormal" do ponto de vista da atividade escolar e das relações pessoais. Parece que ainda prevalece um certo gueto em que só entram os que "estão na luta". Mas sei que esse é um tema pro movimento estudantil chegar junto, a juventude precisa de cuidados e quem quer mudar o mundo tem que se tocar disso.

Eu nem pretendia estender muito essa conversa aqui. Minha intenção era só registar a beleza do gesto do Vítor, mas acabei puxando pra esse assunto complexo que são os efeitos da violência e da deliquência no meio da juventude. Quero então agradecer ao menino que me provocou a isso e, ficando meio no lugar comum, torcer pra que seu nome inspire a vitória da paz sobre a violência.

Um comentário:

Fe disse...

Esse menininho merece mesmo todos os abraços e carinhos. Que coisa mais linda!