Seu Barak (lembrei agora Borat lá do filme) vem por aí querendo agradar o Brasil, limpar um pouco a barra dele por conta da fiasco que vai tomando conta de seu governo, que agora demonstrou que não pode nada contra as grandes corporações, especialmente as empresas petrolíferas e a indústria bélica, que dão as cartas por lá. Prometeu mudança, mas o mudou foi só a aparência, mas o jeitão imperialista, belicoso, é o mesmo. Mudança a gente vê é fora dos Estados Unidos, onde os povos vão tentando tomar conta do seu próprio destino. Aqui na América do Sul a orquestra já não toca lá muito afinada com o hino da bandeira listrada com estrelas. Por aqui o som é outro e quem dá o tom é o desejo de mudança do povo e daqueles que governam olhando pra cá e não pra lá.
Seu Barak queria fazer cena lá no Rio de Janeiro, no meio duma praça do povo, mais usada pra reclamar do que pra paparicar. Com medo duma vaia grande, ou até mesmo duma criminosa bolinha de papel, que carioca num rejeita uma gaiatice boa, o homem mudou de planos e foi se enfurnar no palco do Teatro Municipal, lugar muito distinto e bonito, mas também menos arriscado pro sujeito lá. De tudo que é segmento apareceu manifesto contra o gringo. As centrais sindicais fizeram uma carta pro Obama, a Coordenação dos Movimentos Sociais convocou uma manifestação contra a política belicista dos Estados Unidos, o PCdoB divulgou uma nota dizendo que Obama representa o velho estilo americano, inimigo dos povos e muitas outras iniciativas marcam a passagem do Obama por aqui. Uma delas é um abaixo assinado, encabeçado pelo Oscar Niemeyer passando um recado e fazendo uma cobranças ao incômodo viajante. Reproduzo abaixo o texto e lhe convido a assiná-lo, talqualmente eu fiz.
Abaixo-assinado do povo brasileiro à Barak Obama
Para: Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama
O presidente Lula foi definitivo: quando nos dirigimos a V. Exa. não parece que falamos com o representante de um poder imperial e sim com um brasileiro como qualquer um de nós. Sua eleição trouxe muita admiração e muita esperança para o povo brasileiro e para toda a América Latina. Contudo, devemos confessar-lhe que nos encontramos profundamente decepcionados.
Acreditamos nas promessas de campanha. Entre elas esperávamos que seu governo trouxesse a paz e a justiça para nossa querida Ilha Cubana, que, como é sabido, apesar do embargo de mais de 50 anos, conseguiu ocupar um lugar de destaque no mundo com avanços significativos na área da biotecnológica, educacional e na área de saúde pública. Apesar da campanha difamatória e da propaganda violenta, Cuba resiste a todas as agressões e intempéries com dignidade. Desnecessário citar a V. Exa. todos os desmandos contra Cuba, sob as mais mentirosas alegações. Assim foi a Baia de Porcos; assim foi a promessa de desativar Guantánamo; assim é a prisão dos Cinco Cubanos em prisões estadunidenses, com julgamentos sem nenhum critério ético e justiça; assim foi assinado, há mais de 50 anos, um embargo econômico, cruel e desumano.
Assim tem sido contra Honduras, Venezuela, Bolívia, África, sem citar o apoio e o trabalho das agências de inteligência contra os países sul-americanos nas décadas de 60 e 70 do século passado.
São incontáveis essas agressões. O senhor chegou como esperança de crescimento do homem em todas as esferas. Veio de uma classe média diferenciada; traz nas veias a herança de seus antepassados, os mesmos que construíram a economia de seu País.
Sabemos de seus interesses na grandiosidade do Brasil, que transcende o imaginável: Pré-sal, riquezas inesgotáveis de energia, biodiversidade, mão de obra barata, são apenas alguns exemplos.
Senhor Presidente Barack Obama, nosso contencioso é grande; mas, nosso carinho pelo povo norte-americano transcende as desavenças.
Queremos aproveitar esta ocasião para uma reflexão necessária: a generosidade, a solidariedade, o respeito à soberania de cada país e, principalmente, centrar nossas potencialidades para transformar o caos em que vivemos num mundo melhor.
Acabe com o embargo a Cuba e liberte os Cinco Herois Cubanos, em nome da real integração entre os povos.
Rede das Redes em Defesa da Humanidade – Capítulo Brasileiro
Oscar Niemeyer – Presidente de Honra
Marília Guimarães – Presidente do Capitulo Brasil
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