"Mañana es el undécimo día
y hay um largo camiño que recorrer.
Alguien podría escribir un poema
delas tribulaciones del hambre.
Yo podria, mas como terminarlo?"
(Bobby Sands)
A luta dos irlandeses do norte contra a ocupação inglesa já produziu um dos episódios que mais me emocionaram na vida. No início dos anos 80 eu ainda era um garoto despertando para a necessidade de um estágio mais elevado da luta política, da necessidade de transformação profunda da sociedade e assim procurava acompanhar as inúmeras lutas dos povos em todo mundo. Uma destas era justamente a luta do IRA (Irish Republican Army - em português Exercito Republicano Irlandês) contra o domínio de seu território pelo imperialismo inglês. Naquele período, um grupo de jovens militantes do IRA entrou em greve de fome para que fossem reconhecidos pelo governo ultradireitista de Margareth Thatcher, então primeira ministra inglesa, como prisioneiros políticos. Dos dez grevistas, nove foram, literalmente até o fim, sendo que o primeiro a falecer foi Robert Gerard "Bobby" Sands, no dia 5 de maio, aos 27 anos, depois de 66 dias sem se alimentar. Durante esse período ele chegou a ser eleito para o parlamento britânico um mês antes de sua morte.
Lembro de uma enorme comoção no mundo e da intransigência inglesa diante daquele martírio de bravos jovens. Para se ter uma ideia, somente há cinco anos, vinte e cinco depois da morte de Bobby Sands o governo inglês permitiu que o Sinn Féin - partido político com o qual o IRA tinha vínculos - pudesse depositar flores no túmulo do seu mártir. Os jovens revolucionários não morreram em vão e a luta de seu povo ganhou apoio em todo lugar do mundo, como você pode ver nesse vídeo abaixo.
O episódio dos jovens irlandeses também ganhou uma belíssima versão no cinema no filme Mães em Luta, que já assisti pelo menos três vezes e ainda assistirei quantas tiver oportunidade.
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