O problema é que o rapaz meio trapalhão arrisca meter saia justa no governo da Sra Presidenta, que mesmo tendo apoio expressivo de parlamentares, nem de longe tem o carisma, a experiência, o bom trato e o traquejo do Lula Ex-Presidente, que metia a mão na massa quando o caldo ameaçava entornar. Dilma deixa a missão pros seus "profissionais" e se arrisca muito. Na primeira vez que o Código Florestal ia ser votado, a madrugada do dia 11 de maio já tinha começado, todos os partidos da base aliada havia recomendado a aprovação do relatório do deputado Aldo Rebelo e o Vacarezza, depois de se consultar com Antonio, o da Casa Civil, anunciou que o Governo da Presidenta não aceitava o texto que se pretendia votar, portanto, todos os encaminhamentos deveriam ser revertidos. Essa foi a primeira saia justa.
Na votação de ontem pra hoje do dito código brasileiro de legislação ambiental, o citado líder, em dobradinha com Paulo Teixeira, líder do PT, se refinaram na presunção e na arrogância, criando alguns incômodos entre os deputados integrantes do partidos que ajudaram a eleger a Sra Presidenta e que pretendem ajudá-la a governar. Talqualmente na primeira vez, houve muita negociação para se buscar um texto mais próximo do consenso, de modo a contemplar a diversidade de opiniões, interesses e objetivos que a lei deve conter. Pois bem, acordo feito, o Teixeira, bem ao seu estilo rolandolero, declara que seu partido votaria a favor do relatório, mas que o petismo via "equívocos" no texto e que lutaria para alterar as discordâncias do texto. Tanta convicção fez com que 35, dos 81 petistas que votaram, não seguissem a orientação do dito líder. E pra completar a desgraça, todas as discordâncias petistas não tiveram a concordância da grande maioria dos deputados, que não viram equívoco algum no relatório do Aldo Rebelo.
Ditado popular ensina: se é pra falar besteira, melhor fechar a boca |
Mas como não há nada ruim que não se possa piorar ainda mais, Vacarezza, o nada cândido, ao tentar derrotar uma emenda proposta pelo PMDB, partido íntegrante da bancado que o lider foi indicado para liderar, anunciou que a Sra Presidenta considerava "uma vergonha" a proposta dos deputados correligionários do Vice Presidente dela lá. Se ela pensa assim , não se sabe até agora, mas se pensasse não poderia jamais anunciar, ainda mais pela boca de outra pessoa, por desrespeitar o Poder Legislativo, como evidenciou o constragendor silêncio do Mário Maia. Se ela pensa assim, o deputado que a representa na Câmara dos Deputados deveria preservar a unidade entre seus liderados, evitando externar opinião tão inábil. Se ela pensa assim, lamento que não tenha dito para o relator Aldo Rebelo, que certamente teria carregado "o feixe de lenha" um pouco mais até a Sra Presidente desejasse para a construir uma posição mais unificadora entre sua bancada parlamentar e não permitir ao seu representante parlamentar quebrar louça no plenário e provocar uma derrota do Governo ainda meio nascente de Sua Excia. O inabilidoso deputado ainda sacramentou a sessão de besteirol com uma frase ameaçadora e autoritária: "A casa está ameaçada, quando o governo é derrotado".
Que o episódio seja educativo pra todo mundo. Um amigo me falou certa ocasião que pessoas nesse mundo, ao se verem diante do espelho e não se agradarem da própria imagem, se equivocam ao tentarem melhorar o que veem como quem ajusta a imagem de uma TV mal sintonizada. Na vida, assim como nas batalhas políticas, o mesmo acontece quando não se guarda sintonia com a realidade, quando não se considera as muitas opiniões em debate e se pretende impor apenas o seu modo de pensar e de fazer as coisas. Espero que Vacarezza e seu imediato, o Teixeirinha, tenham mais cuidado nas próximas ocasiões.
Um comentário:
Belo e preciso texto, Carvalho.
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