segunda-feira, 7 de março de 2011

Pro Brasil ser um pais rico deveria olhar pra China

O slogan do Governo Dilma é "País rico, é país sem miséria", um trocadilho bem feito como peça publicitária, mas que na opinião carece de um conteúdo mais programático, principalmente quando o Brasil necessita justamente de um maior impulso no seu desenvolvimento. Aliás, o que a Presidenta mais falou na campanha foi de que seu governo promoveria o avanço nas mudanças iniciadas por Lula. Penso que avançar nas mudanças é justamente dar maior consistência ao desenvolvimento capaz de gerar bem estar para o conjunto da população, em especial para os trabalhadores.

Duas medidas do Governo Dilma, no plano da economia, deixaram os que querem ver as mudanças avançaram preocupados. A primeira foi a a decisão de cortar R$ 50 bilhões no Orçamento da União cujo valor total é R$ 2,7 trilhões. Aparentemente o corte não significa muita coisa se comparado ao total, que equivale a 54 vezes o valor cortado. Porém há duas questões que devem ser consideradas. A primeira é que a tesoura foi em cima de valores que não podem ser contingenciados, o que significa que valores ainda maiores podem ser contidos, dependendo do que as "exigências macroeconômicas" impuserem. A outra questão é a sinalização dada pelo governo de "segurar os gastos públicos para garantir o superávit fiscal". Esse pode ser um caminho equivocado, pelo menos pra mim, que não sou nenhum sabido em economia, mas sei muito bem que quando mais dinheiro circulando, mais gente se beneficia, maior volume de riqueza pode ser distribuída, como ocorreu nos oito de Lula e a própria Dilma também propala no momento em que aumenta o valor do Bolsa Família.

A outra medida negativa na economia foi o novo aumento da taxa de juros determinada pelo Comitê de Política Monetária - COPOM, do Banco Central, que nada mais é do que  um grupo de pessoas - o presidente, diretores e chefes de departamento do BC - no qual não participa ninguém da chamada sociedade social, com poder de decidir sobre os destinos do país. Pois bem, a taxa de juros aumentou em 0,5%, o que pode parecer pouco, mas significa o aumento das despesas financeiras públicas em R$ 9 bilhões, ou seja quase 20% do corte feito pelo governo e quase o valor de R$ 12 bilhões que o Bolsa Família gastava até este mês durante um ano para atender mais de 12 milhões de famílias. Aliás, só no mês de janeiro  o setor público (governos federal, estaduais e municipais) gastou mais de R$ 17 bilhões, quase 1,5 Bolsa Família, com juros pagos ao mercado financeiro. É bilhão pra todo lado, mas num tem graça nenhum deixar de gastar com o desenvolvimento do pais pra queimar dinheiro com a oligarquia financeira que num tá nem aí pro desenvolvimento do pais e o bem estar do povo.
Falo tudo isso aí com certa tristeza e esperançoso de que seja apenas um começo de governo, um momento de "travessia da arrebentação" até se chegar numa situação mais tranquila, que permita retomar o desenvolvimento, que no ano passado foi de 7,5%, o que nos colocou como 7ª maior economia do mundo. Tenho confiança que além dos investimentos que estão em curso e planejados, como a Transnordestina, o projeto de transposição de águas do Rio São Francisco, a construção de refinarias e a ampliação dos projetos sociais, como afirmou Dilma em reunião com Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB, a Copa de 2014 e as Olimpíadas, também motivem mais desenvolvimento.

A China, que é um inegável exemplo de desenvolvimento e busca de bem estar da sua população gigantesca continua na mesma balada e pretende até aumentar o ritmo. Pelo menos foi o que disse o Primeiro Ministro Wen Jiabao, sábado passado, dia 5, na abertura da sessão da Assembléia Nacional Popular, que discutirá e aprovará o 12º Plano Quinquenal (2011/2015) desde que a China pegou o rumo do socialismo. O chinês tá de olho aberto nos problemas, afinal num é coisa fácil comandar uma imensidão daquela, de gente e território, com atrasos seculares que não são superados em 60 anos. Alguns problemas são até iguais ao nosso como a miséria e a exclusão social, o desenvolvimento desigual das diversas regiões e coisas bem conhecidas dos brasileiros, como inflação e até a corrupção. Mas a chinesada não se enrola problema e até entendem certos problemas como uma oportunidade de ajustar o que não tá sendo bem feito. É mais ou menos o que nós aqui chamados de "fazer do limão, uma limonada".

Busquei algumas frases do discurso de Jiabao que nos servem como uma exemplo a ser observado, não necessariamente seguido como um modelo, afinal são dois com muitas diferenças, mas com um objetivo a ser atingido: o bem estar de seus povo. Diz ele:

"A China está confrontado com uma situação extremamente problemática neste ano e vai desempenhar um papel construtivo em ajudar a resolver questões polêmicas e problemas globais".
"Devemos julgar corretamente a situação, permanecer lúcidos, dobrar a vigilância e nos preparar para todos os riscos possíveis".


"Vamos estimular todos os setores a focalizar seus esforços sobre a aceleração da reestruturação econômica, a elevação da qualidade e da eficácia do desenvolvimento, a criação de empregos, a melhoria do bem-estar e a promoção de uma sociedade harmoniosa".


"A expansão da demanda doméstica é um princípio de longo prazo e algo fundamental para promover o desenvolvimento econômico equilibrado. (...) Vamos estimular a procura ativa do consumo. Vamos continuar a aumentar os gastos do governo para ajudar a expandir o consumo e aumentar os subsídios para a população de baixa renda nas cidades e no campo".


"É preciso fazer com que os chineses estejam contentes com seus empregos e suas vidas para que o país desfrute de paz e estabilidade".

Concordo com a ideia do slogan da Dilma de que não há país rico se há miséria, mas digo que não se combate miséria segurando o desenvolvimento, sem um projeto nacional que conduza o Brasil a uma situação favorável ao bem estar de sua gente brava e que deseja ser feliz.

2 comentários:

Abu Bakr disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Abu Bakr disse...

Olha,muita ingenuidade acreditar que o governo chinês está interessado em melhorar a qualidade de vida das pessoas lá na China....eles tem um trabalho quase escravo,não há política ambiental naquele país que está com seus recursos naturais sufocados pela industrialização e "desenvolvimento",fora que lá é uma ditadura...está longe de ser exemplo de desenvolvimento para o Brasil.Um exemplo mais próximo a ser seguido pelo Brasil,poderíamos pegar o Chile,no qual se cogitam o país ser desenvolvido até 2020.