Maria da Penha botou a boca no trombone e exigiu retratação pública já no próximo domingo. Ela reagiu com justa indignação dizendo o seguinte: "Não gostei de terem mudado minha história. Em 15 minutos, minha trajetória de vida foi desconstruída. É necessário que o programa se retrate. Eu acho que o programa vai fazer isso". Eu tenho impressão que vai ser o dia de maior audiência daquele programa porque muita gente estará solidária àquela que é um símbolo da luta para combater a violência contra a mulher e vai querer conferir se o Faustão vai se retratar. É capaz até da Globo botar o pedido de desculpas por final só pra garantir mais audiência, afinal, na TV do Roberto Marinho, vale tudo pra faturar mais um pouquinho.
Vou dizer uma coisa, eu até num acredito que o Fausto Silva concorde com o que disse. Ele deve tá morto de arrependido da besteira que falou. Mas o problema é a naturalidade com que essas coisa são tratadas. É comum vermos a violência contra a mulher ser levada com certo deboche, já arrumaram até um apelido pra Lei Maria da Penha, fazendo um trocadilho bem sacana, que justamente minimiza a violência.
Esse episódio deve servir de lição. A retratação deverá ocorrer, até porque a Globo num vai querer ficar com essa acusação de desrespeitar uma mulher como a Maria da Penha e agredir todas as outras mulheres. Mas a coisa num deve ficar só por aí. Há muitos outros casos em que as mulheres são agredidas e desrespeitadas na TV brasileira e nada acontece. Nas novelas, nas mini-séries, nos programas de auditório e em outras situações, há muita exploração da imagem das mulheres, que ainda são usadas pra fazer propaganda de tudo em quanto. Essa é parte da luta das mulheres, que na verdade deve ser encampada por todos que aspiram uma sociedade mais justa, mais humana, que respeite e valorize os cidadãos independente de sexo, raça, cor, idade, condição econômica ou social.
Um comentário:
Não sei o que o Faustão falou, não assisto o programa. Porém a parte que toca, em as mulheres serem exploradas em comerciais, devo dizer que discordo, as mulheres já estão bem instruidas, e crescidas para aceitar ou não, o fato de quererem ser [exploradas], se elas aceitam o cachê, é responsabilidade, o interesse, a ambição, e a exibição, exclusivamente dela.
Marli Lucia de Souza (MULHER)
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