terça-feira, 25 de maio de 2010
Entre outras mil, o amor eterno
Eu sou mesmo daqueles que num nem ligam de segurar a emoção quando escutam e cantam o Hino Nacional. Aprendi a gostar dele, a cantar e a sentir muita emoção na Copa de 70, quando era um pirralho e, de olho grelado, assistia os jogos daquela seleção que jogava feito uma escola de samba desfilando na avenida. Quando o Brasil fazia um gol eu corria atrás dos meus irmãos Ducito e Veveu, junto com o irmão chegado Chical, dando uma volta no quarteirão da Rua Deolindo Barreto agitando bandeira brasileira. Lá no Colégio Sobralense, de vez em quando tinha um hasteamento da bandeira, e mais hino nacional. No grupo de escoteiros bandeira e hino eram uma rotina.
Foi muito bom aprender cantar e sentir o hino nacional, mas melhor ainda foi saber dos filhos que nunca fugiram à luta, mesmo quando o sol da liberdade estava encoberto. Que o povo heróico nunca deixou de construir a grandeza desse nosso sonho intenso. Que a cada dia vivido no presente dá pra sentir a força da esperança dos filhos deste solo num futuro de glória e paz. É assim, essa terra adorada, a nossa pátria amada, cantada em verso e prosa, vivida no sonho e na realização desse povo sem igual.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Por do sol com som do bom

Nos shows musicais do Por do Som toca gente mais afamada, mas sempre tem um lugar pra turma de casa dar mais que uma cancha. Dia 29, no sábado, na volta do Por do Som, vai ter um povo de Pernambuco, mais precisamente de Olinda, e se chama EDDIE, e surgiu no mangue beat, e o local se chama Trancenda. Eles vão tocar e cantar até cansar a mão e a goela. Num conheço nem um , nem outro, mas se tivesse na Metrópole ia conhecer e convido quem por lá estiver que dê uma espiada pra depois me contar se foi bom ou se não foi. A hora é não é a que você imagina mas é mais terde uma coisinha, oito e meia da noite, depois do sol se por, o som de põe. Combinado?
Com intolerância não dá

Mas a parceria durou pouco, não porque me incomodasse ter uma barra do jornal ali em cima, ou porque eles não tivessem me recomendado aos seus internautas. O problema é que eu não aceito intolerância, autoritarismo e desrespeito. E quando isso é feito com um trabalhador, aí é que a coisa pega mesmo.
Acontece que o jornal O POVO demitiu, na maior cara de pau, o fotógrafo Evilázio Bezerra, autor desta bela foto aí e de outras muitas, depois que seu nome foi incluido na chapa Sindicato de Lutas, Conquistas e Esperança, que disputará as eleições do Sindicato dos Jornalistas. Um gesto desprezível, que fere CLT e a própria Constituição Federal, que mereceu notas de protesto da Associação Cearense de Imprensa e da Federação Nacional dos Jornalistas e protesto dos vereadores de Fortaleza.
Por esta razão encerro a partir de hoje, de modo unilateral, a parceria com o jornal O POVO. Dei uma mexida no visual do blog pra não ficar apenas sem a barra do jornal. Outras mudanças virão com o objetivo de melhorar a leitura e tornar o lugar mais agradável à sua visita.
Agora vamos em frente que a semana começou e tem muito trabalho em todos os seus dias.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Mutreta do Datafolha
Os vícios da pesquisa Datafolha
Na estimulada, é apresentado o Cartão 1 com os nomes de José Serra, Dilma Rousseff e Marina Silva, antes de se apresentar o Cartão 2 com os nomes dos 11 candidatos, incluindo os nanicos. Como os nanicos tiram votos de José Serra, o Cartão 1 fixa os nomes de José Serra nos entrevistados, para replicar as intenções de voto em José Serra no Cartão 2. (pergunta do formulário abaixo)

Os nomes dos candidatos aparecem sem os nomes dos partidos nos Cartões 1 e 2. Como Dilma Rousseff é ainda pouco identificada como a candidata de Lula e do PT, e menos conhecida do que José Serra, a apresentação dos nomes dos candidatos sem os respectivos partidos induz os resultados a favor de José Serra, diminuindo as intenções de voto em Dilma Rousseff.
Problema 3: amostra telefônica
A amostra coletada equivale a uma amostra telefônica do país. Na realização da entrevista coleta-se, necessariamente, o nome e o telefone do entrevistado para a verificação posterior. Entretanto, os últimos dados do IBGE mostram que somente 44,4% dos domicílios têm telefone fixo, e somente 75,5% dos domicílios têm usuários de celular. É uma amostra dos mais ricos.
Domicílios\Domicílios particulares permanentes\Bens duráveis\Telefone fixo convencional, existência
Domicílios N %
Tem 25.561.358 44,4%
Não tem 31.995.782 55,6%
Total 57.557.140 100,0%
PNAD 2008
Domicílios\Domicílios particulares permanentes\Bens duráveis\Telefone celular, existência
Domicílios N %
Tem 43.447.709 75,5%
Não tem 14.109.431 24,5%
Total 57.557.140 100,0%
IBGE
Lula é isso aí...

Alguém pode imaginar que, depois de mexer com a diplomacia internacional, virar o centro das atenções no mundo inteiro, enfrentar tudo que é mandinga dentro e fora do Brasil para que fracassasse o acordo com o Irã, Lula se preocupasse com um jornalista que levou um escorregão, bateu com as costas no chão e fraturou duas costelas? Além disso colocou todo o seu estafe, inclusive o médico oficial, ou seria o oficial médico, para atender o acidentado e pra completar foi com toda sua turma visitar o cabra. Alguém imagina outro Presidente, que não o Lula, fazendo isso? (Não vale a Dilma porque ela ainda não foi eleita e será Presidente). Pois leia o relato do próprio Clóvis Rossi, que faz questão de deixar sua divergência total com Lula e é exatamente por isso que mostra o quanto o nosso Presidente é um cara porreta.
A paella do Lula
O presidente Lula havia terminado de discursar, após receber prêmio. Sempre que isso acontece, os jornalistas (e muitos outros no auditório) tentam se aproximar do presidente, para arrancar uma frase ou, simplesmente, mostrar a cara.
Foi o que tentei fazer, mas pela via errada. Em vez de subir pela escadinha que levava ao palco, tentei escalar o degrauzão do meio. Escorreguei, cai de costas e fraturei as costelas.
terça-feira, 18 de maio de 2010
Paz
"Há um milhão de razões para a gente construir a paz e não há nenhuma razão para a gente construir a guerra". Lula
O que o Gabriel quer da TV

Atualmente, a televisão e seus inúmeros canais, cada qual com seus inúmeros programas sobre os mais variados assuntos, é um dos meios mais rápidos e práticos de conseguir informação. Ela fala de política, economia, esportes e sobre o resto do mundo em seus jornais. Sem falar de seus programas infantis, programas de entrevistas, programas de variedades, reality shows, filmes e séries que conseguem entreter por horas pessoas de várias idades, gostos e nacionalidades diferentes.

quinta-feira, 13 de maio de 2010
Tasso vai responder ao Ivo Gomes e ao Lula Morais?

Até o tucano belga Luiz Pontes meteu-se a fazer alguma coisa e chegou a dizer que o deputado comunista tinha inveja do chefe tucano. Pois, acredite nessa, o Lula Morais tem inveja do Tasso Jereissati e por isso o critica. Considerando que o autor dessa ideia é um cidadão que foi eleito senador e dispensou o mandato para, a mando do chefe, ser Secretário de Governo e pastorar Lúcio Alcântara, pode-se concluir que essa pérola não sairia de outra mente. O dito cujo foi tão considerado na chamada "vida pública" que na eleição passada nem eleito foi, encarou um banco e só exerce a deputança por obra de um rodizio entre titulares e suplentes. Mas vamos deixar de prosa sem futuro, já gastei muito roteiro com um ator de quinta. Pois então, a tucanagem se arretou com o Lula Morais e eu queria dizer que o meu camarada falou a mais pura verdade. Ele tratou do debate que existe hoje no Brasil e no Ceará, mas a turma do Tasso e do Serra não quer admitir e muito menos encarar.
De um lado está um novo Brasil, cujo presidente é respeitado aqui entro e mundo afora, pelo que realizou e pela perspectiva positiva e otimista que deu ao Brasil e ao brasileiro. Isso é um fato que ninguém pode negar. O senhor Tasso Jereissati está do outro lado, dos que foram derrotados duas vezes e agora tentam voltar através do Serra, que foi Ministro do Planejamento de FHC, portanto ajudou a conceber um governo que provocou o vexame do apagão e do racionamento de energia elétrica, que fez o Brasil quebrar financeiramente três vezes, que elevou as taxas de juros a mais de 26% (3 vezes o índice de hoje, que já é muito alto), que vendeu a Vale por R$ 3 bilhões, quando na verdade ela valia pelo menos R$ 100 bilhões, que fez lobby, flagrado pelo telefone, para amigos (Daniel Dantas, por exemplo) na privatização do Sistema Telebrás, que se submeteu aos ditames dos Estados Unidos ao ponto do Ministro das Relações Exteriores aceitar tirar os sapatos e ser revistado ao chegar num aeroporto americano, que arrochou salários, provocou demissão de trabalhadores no serviço público e na iniciativa privada, e muito mais que nem cabe nesse comentário. Estes são muitos fatos que ninguém pode negar.
Agora quero saber se o senador do bicudo nega que se indentifica com tudo isso e que é adversário do Lula, como tenta esconder o Serra. O Lula Morais está de parabéns porque é capaz de enfrentar esse galego, que vendeu a Coelce e por pouco não vendeu a Cagece, agora é bom lembrar que dessa vez ele só repercutiu o que disse o deputado Ivo Gomes e até o Fábio Campos falou em sua coluna. Até agora o senador do baronato não falou nada. E aí?
Ai, ai, ai, tá chegando a Copa, e o álbum não completa

Por aqui todo mundo sabe que sou um paizão coruja e sabe também - se num sabe deveria saber - que não me faltam razões pra isso. Por aqui pouca gente sabe que é muito difícil o pai, ou a mãe, que quando criança não fez seu álbum de figurinhas, com todas as deliciosas ações necessárias para completar o dito cujo - gastar toda a mesada comprando pacotinhos, levar as repetidas pro colégio pra trocar ou tentar ganhar novas no "bafo", pertubar pai e mãe pra uma graninha porque falta bem poquinho pra encher o álbum, etc e tal. Rara é a criatura que andar por aqui e, sendo pai ou pai, não tem filho ou filha fazendo o Álbum da Copa 2010.
Pois é sou um desses privilegiados seres humanos e confesso (quem é capaz de negar?) que estou revivendo minha meninice na inquietação do Guilherme pra completar de vez o danado do álbum. Ainda falta até muitas, comparando-se com gente que fez o álbum todo ou tá pertinho de terminar, mas já está bastante adiantado. O problema é que andou faltando onde comprar. Mas nessa fase o que não falta é figurinha repetida. Aí é a hora de apelar pra todo mundo. No dia do seu aniversário o Gui ganhou do Levi, flho do Dalwton, Seu Moura, a do Kaká. Ele e eu, temos buscado amigos e gente chegada, dele e meus, que tenham repetidas.
Hoje Guilherme, e eu, montamos iniciamos mais um investida e ele listou - taí a prova na imagem - as que faltam pra mandar pra quem quiser ajudar. Aí é a sua vez de fazer uma criança sorrir e um pai mais feliz. Confira com seu filho, ou filha, se um desses números abaixo consta naquele monte de figurinhas repetidas. Se tiver uma por lá, mande ver e a gente dá um jeito de pegar.
Depois desta postagem o Gui recebeu várias figurinhas, principalmente dos primos Gabriel e José Artur, da prima Bia e da minha querida Fernanda, a quem a gente agradece muito mesmo. Funcionou o pedido e agora faltam apenas 24 figurinhas para completar o álbum do meu filhote.
Anote aí as que ainda faltam:
7, 9, 11, 23, 37, 49, 61, 67, 83, 200, 208, 226, 250, 253, 286, 294, 335, 344, 410, 415, 419, 556, 619, 624.
terça-feira, 11 de maio de 2010
Pra fazer gol de letra

Agora, o mais patético é que o técnico tem um auxiliar que é mais tonto do que ele. Pra dupla os "Meninos da Vila" ainda não estão no ponto de ir pra Copa. Disse o Dunga: “Eles têm muito talento, mas precisam de amadurecimento. Ganso é excepcional, mas foi reserva na sub-20. Mas serviu como experiência”. Então quer dizer que o reserva do Flamengo pode ir pra Copa, mas um reserva da Seleção Sub20 e titular do Campeão Brasileiro de 2010 não pode porque não tem experiência? Imagine se em 58 alguém tivesse pensado assim do Pelé. Pois num é que o tal de Jorginho, o auxiliar se saiu com uma pergunta no mínimo tola? "Quer dizer que está se querendo comparar Neymar e Ganso com o Pelé?". Estou sim, e qual é o problema? O Pelé é insuperável? A evolução, caro auxiliar, tanto na história, como no futebol, não cessou e não cessará, agora a sua tolice, junto com a do seu "professor" pode fazer involuir as perspectivas do Brasil na Copa de 2010.
Alguém tem que avisar pro Dunga que ele agora é o técnico e não volante marcador que não deixava o time adversário evoluir. Tá certo que o esporte hoje deve se defender, evitar perder, mas não deve abrir mão de ganhar e no caso do Brasil, ganhar bonito. Ora, bolas! Talvez tido por isso que o Edinaldo Batista Líbano foi convocado pro lugar do Adriano. Além de estar muito bem lá pela Alemanha, foi um dos principais responsáveis pelo campeonato do Wolfsburg, o Grafite pode fazer uns gols de letra.
Fique na sua Serra

Mas a Globo, mesmo não sendo mais aquela, ainda tem lá o seu poder e procura fazer uso dele para tentar pautar não só a vida de seus fiéis telespectadores, leitores, ouvintes, internautas e demais usuários, mas também determinar como devem se comportar os agentes políticos no Brasil. E ela tenta fazer isso indistintamente, seja governo ou oposição. Acho que o Governo Lula, apesar de alguns avanços (merece destaque a realização da Conferência Nacional de Comunicação), subestima e até se ilude com a chamada grande mídia, especialmente com a Globo e isso pode lhe custar caro, e o pior, as consequências maiores ficarem pro Brasil e os brasileiros. Já a oposição tem na "midiazona" um aliado fundamental, que exerce hoje o mais destacado papel de ataque ao governo e de exaltação ao candidato da direita, o demotucano José Serra, que não fica sem defesa em nada e tudo o que diz é enaltecido.
Só que o Serra pensa é que dono dele, da candidatura dele, das ideias dele, da campanha que ele vai disputar. Enganou-se total! Quer saber por que? Veja só esse texto que fui buscar no Blog Tijolaço, do Brizola Neto, sobre como o jornal O Globo passou o recado pra Serra seguir o caminho que lhe foi traçado e deixar querer ser mais do que um fantoche da direita no Brasil.
A voz do dono, o dono da voz e os donos de tudo
A capa e o conteúdo do jornal O Globo de hoje revelaram a Serra o que um dia, num único jornal do sistema, pode fazer à sua candidatura. Não que seja diferente ao que fazem dúzias de vezes com Dilma, mas foi, como dizia uma música dos anos 60, “a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar”.
Acostumado a mandar demitir repórteres com telefonemas, Serra perdeu a paciencia com “os comunistas do Dr. Roberto” do século 21. “Dos meus comunistas, cuido eu”, teria dito “o mais velho”, em plena ditadura, ao “ministro da justiça” (assim mesmo, entre aspas e em minúsculas) Armando Falcão. Embora não sejam mais comunistas e o Dr. Roberto não esteja mais aí, Serra mexeu num vespeiro, muito maior que o cada vez mais frágil jornal O Globo. Mexeu na Globo, no centro de comando da elite brasileira.
Embora a Miriam Leitão tenha ficado publicamente apatetada e se contido – a vingança, como dizia o personagem do Chico Anísio, “será maligna”. A edição do jornal impresso de hoje, que reproduzo aí ao lado, já mostra isso. A foto de um Serra que parece doente, alquebrado, sendo seguro na escada como um inválido que não se sustenta é o tipo de maldade atroz que ele, pela primeira vez, tem de encarar no jornal.
O título é de uma clareza solar. Traduzido, quer dizer: Serra, este é o Serra que queremos. Oposição, não pseudolulista. O império não quer almas pela metade, ele quer a vassalagem incondicional. Ele quer alguém que se ajoelhe em seu altar, renegue e maldiga sua fé passada e proclame sua conversão em alto e bom som, como fez FHC em 1995, ao dizer, já em seu discurso de posse, que vinha para destruir a “Era Vargas” e entregar, como nunca se entregara nem na ditadura, o Brasil aos grupos econômicos daqui e de fora.
Lá dentro do jornal, coube a Lord Merval Pereira colocar a coisa em letras explícitas: fala em ressurreição do ranzinza e de Serra ser o “centralizador” e “mais intervencionista do que Dilma”. Ao lado, seguia a ironia fotográfica, com uma grande foto de Dilma sorridente, ao lado de Antonio Palloci, o “homem de confiança” do mercado nos primeiros tempos do Governo Lula.
Serra tem sorte de que o Dr. Roberto não esteja mais aí, para não correr o risco de sofrer mais um dos “castigos” que gosta de impor aos “insolentes”: ser “demitido” com um telefonema.
Mas vai ter de fazer seus atos de contrição, ficar comportadinho e parar de achar que é alguém com direito a ter posições próprias e pessoais, mesmo que sob a fantasia que os marqueteiros lhe desenharam.
Serra tem que exorcizar de vez suas convicções do passado, sepultar o antigo Serra que pensava no papel do Estado, no desenvolvimento, que, inconformado com a morte que a traição lhe deu, brota em espasmos como o de ontem. Não se lhe exige apenas o papel de agente da direita, querem a conversão completa ao papel que assumiu. De Fausto não se queria parte, mas tudo.
Dante Aligheri escreveu na sua Divina Comédia que, nos umbrais do Inferno havia talhada uma frase: Abandona toda esperança, vós que entrais.
A gauchada, que não leu Dante, se expressa mais claramente: “não te fresqueia, guri”.
domingo, 9 de maio de 2010
Luiza, a mãe
Luiza Gurjão
Por Helena Lutéscia
Se eu tivesse que homenagear uma mãe neste ano escolheria Luíza Gurjão Farias, mãe de Bergson e de Iélnia Gurjão Farias, seus filhos mais conhecidos. Queria que estivesse viva, mas faleceu no dia 21 de fevereiro próximo passado, aos 95 anos, quatro meses depois de receber e sepultar os restos mortais do filho desaparecido na Guerrilha do Araguaia.
Dona Luíza, como a chamávamos, não foi uma mulher de Atenas, nem cabia no modelo da mãe revolucionária de Gorki, dizia sempre “eu preferia que ele estivesse aqui,”... e, nos últimos tempos, com o reconhecimento e as honras recebidas pelo filho por seu heroísmo, passou a acrescentar com ar triste e resignado: “pois é, mas ele acreditava nessas coisas, morreu lutando por isso”.
Durante muitos anos alimentou a esperança de que Bergson estivesse vivo, mesmo com a publicação de depoimentos de outros guerrilheiros que viram o seu corpo crivado de balas pelo Exército. Às vezes dizia, raivosa, “..será que ele fez igual ao Zé Dirceu, mudou de cara e está por aí com mulher e filhos, sem dar um alô pra gente?”...depois se arrependia e completava ...“não, ele era um menino muito carinhoso, amava demais a família, não ia ter coragem de fazer isso”...
Dona Luíza não desistia, não acreditava nas informações vazadas pelo Exército ...“eles podem estar mentindo, já mentiram tanto, fizeram tanta crueldade, podem até estar com ele preso em algum cafundó e ninguém sabe”...Sonhava quase diariamente com o filho, às vezes confundia sonho e realidade...”ontem eu vi um homem grandão virando uma esquina, tinha as costas largas, o cabelo liso, será que era o Bergson?"... Depois que o marido faleceu, ela brincava “agora os dois estão lá no céu, juntinhos, cantando com o Noel Rosa e eu aqui ainda procurando pelo Bergson, deviam mandar um recado, um sinal pra eu ir encontrar com eles..”.
Luíza era uma mulher feliz, bem casada, mãe carinhosa, acolhia os amigos dos filhos com a mesma generosidade que tinha para com os seus e isso significava vários pratos a mais na mesa, gente pra dormir, garrafas de café, caronas na Kombi do seu Géssiner, discussões políticas acaloradas, noites de estudo de Química na copa, MPB rodando na vitrola sem parar...
Na saída pras passeatas dizia. “Géssiner, diz pra esses meninos terem cuidado!...eles não me escutam!... Olhem!, quando a polícia vier por um lado vocês vão por outro, corram, corram...depois voltem pra suas casas, vão dar notícia às mães de vocês.. .elas estão todas preocupadas, mãe sofre...”.
Quando provaram que os ossos encontrados eram do Bergson, Luíza pôde chorar a sua morte, junto com o restante da família, como é direito de todo ser humano. No funeral, de vestido novo, tinha o semblante aliviado, quase feliz, mas, comentou, olhando para a urna com os ossos do filho: “Que coisa esquisita, levam um homem tão grandalhão e devolvem em um caixão tão pequeno!...”
Helena Lutéscia é Professora da UFC e escritora.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
domingo, 2 de maio de 2010
Tasso copia slogan de Inácio Arruda
O Senador do Ceará
É Inácio sim senhor
Tem o coração valente
Tem a alma cearense
De um grande lutador
O Senador do Ceará
Da capital, do interior
Pois agora os tucanos querem bancar a campanha do seu manda chuva com o tal de Movimento Tasso Senador do Ceará. Faltou originalidade e os marqueteiros do distinto lá optaram por uma fórmula que já deu certo. Um dos problemas é que o movimento tem como palavra de o

Ainda sobre a peleja pro Tasso se reeleger, chama atenção a quantidade de comendas, medalhas e homenagens que o baronato cearense anda fazendo ao seu senador. A última foi a da Associação Comercial. Agora fica aí uma pergunta: se Tasso diz que fez tanto pelo Ceará quando governador e essas entidades que o homenageiam já existiam antes, por que só agora se lembraram de jogar a babação pra cima do galego? Era falta de agenda ou ele dispensava essa paparicagem toda?
Corre Tasso, corre Tasso, a vida de inimigo do povo não tá muito fácil nesses tempos atuais não.
Criança não trabalha


Além das fotos, Moema recomenda que se curta esse vídeo do grupo Palavra Cantada junto com o Arnaldo Antunes, que cantam a música "Criança não Trabalha".
sábado, 1 de maio de 2010
Versos para o trabalhador
A Fê teve a bela ideia de fazer postagens de versos musicais temáticos e neste dia garimpou versos que falam sobre o trabalhador e o trabalho trabalho e a coisa ficou assim:

Entro oito e meia, eu chego sempre atrasado
Sou boy, eu sou boy...
Sou boy (Kid Vinil)
Eu era lixeiro, você empregada
A gente se olhava e se encontrava na mesma calçada
O Lixeiro e a Empregada (Amado Batista)
Sanfoneiro toca
A noite inteira, dendocó
Tocador quer Beber (Carlos Diniz • Luiz Gonzaga)
Ô, marinheiro marinheiro, marinheiro só
Marinheiro Só (Caetano Veloso)
Fim de tarde na rede sonhava
Belo dia seria um vaqueiro
O Menino e os Carneiros (Geraldo Azevedo • C. Fernando)
Garçom! Aqui! Nessa mesa de bar
Garçom (Reginaldo Rossi)
Veja mais aqui
Já o Gil catou versos de Chico Buarque e Vinicius de Morais e os aprentou da seguinte forma:
Proletários de todo o mundo, uni-vos
Nunca o lema histórico dos trabalhadores - elaborado por Marx - esteve tão atual. O mundo quer paz. O capitalismo quer guerra. Os trabalhadores querem emprego e felicidade. O capitalismo quer miséria e exclusão de milhões. As crises são frequentes e a vida no planeta cada vez mais ameaçada. No dia internacional dos trabalhadores nada melhor do que homenageá-los com luta, música e a energia dos artistas. Um brinde! Tomem Vinicius e Chico Buarque, duas pérolas da poesia brasileira. Viva os que constróem o mundo!
Operário em Construção
Vinicius de Moraes
Era ele que erguia casas
Onde antes so' havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as asas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Nao sabia por exemplo
Que a casa de um homem e' um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa quer ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
Leia mais aqui