Pra calar a boca de muito sabichão

Hoje eu vi o Lula dizer que quem era, ou ainda é, contra o projeto de transposição de água do Rio São Francisco pras regiões mais secas do Nordeste, fala com um copo dágua gelado na mão e eu digo mais, nunca passou sede, nunca viu animal, criação, plantação e tudo que é coisa viva no sertão se acabar de sede. Acompanhei todo esse debate, polêmico, quente mesmo, sobre o projeto e tenho absoluta certeza que esse é o caminho melhor. Sei que muita gente boa não sacou direito, ou não se informou bem e até caiu numa prosa enganosa de gente esperta, e acabou formando fileira contra a "transposição". Felizmente prevaleu a determinação do Lula em tocar adiante o projeto.

Também vi muito papo enganoso sobre os programas sociais do Governo Lula. Muita gente fez onda grande contra o que chamava de esmola e vinha com a história bonita de que é preciso dar a "vara de pescar e não o peixe", que Lula tava estimulando a malandragem, que desestimulava o povo a trabalhar, que a turma agora tava botando banca pra ganhar um mincharia. Tudo papo de casa grande insatisfeita com as mudanás na senzala.

Há menos de um mês, durante o 3º Seminário do Programa de Aquisição de Alimentos, em Brasília, Dona Hilda Maria Resende dos Santos, presidente da Associação Comunitária dos Criadores de Caprinos de Custódia/PE fez um discurso de agradecimento ao Lula por ter realizado o dito programa. Além de agradecer ela relatou a mudança real que o povo do sertão nordestino viveu durante o atual governo. Dona Hilda faz um depoimento curtinho, mas diz muito mais do que muita tese que enche páginas e pouco fala sobre o que se passa na vida da população. Dona Hilda emociona Lula e quem tem um pouquinho só de sensibilidade. Dona Hilda tem o mesmo nome da minha Vovó Hilda, da minha irmã Hilda Emília e da minha sobrinha e afilhada, Hildinha, mais três razões pra que eu nunca esqueça o quanto ela é capaz de emocionar.