quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A vida num quer saber de pressa não

Ano que vem vou interar mais de 30 anos que me larguei da minha Sobral querida, um pedaço grande de sertão enconstado no pé da Serra da Meruoca. De lá vim pra cá em busca do estudo mais apurado porque naquele tempo era assim que fazia a maioria dos filhos da chamada classe média sobralense. Hoje já num é tanto assim porque por lá já tem escola de melhor preparo pra meninada, inclusive quando se fala de ensino universitário já que, além da UVA, também a UFC e faculdades privadas se instalaram na minha cidade. Vim pra cá, estudei, fiz muitas amizades e cultivei bem querer por pessoas e pelo lugar, trabalho, amo e aprendo, aqui ampliei meu mundo, alarguei meu olhar e me fiz pai do Guilherme, que de vez em quando gosta de escapulir pra terra de parte do seu passado.

Quem parte, do sertão, leva saudades
Vim pra cidade, mas pra mim o grande lugar é o sertão, lugar onde a vida tem um caminhado diferente, mais compassado, mais no embalo da cabeça do que do coração. Ali se caminha por veredas, ao invés de grandes vias e calçadas lotadas. No sertão as amizades viram parte da família, são parte da existência de cada um. Ali os sabores, os cheiros, as cores e os sons têm mais vida, são mais autênticos.

Pois é, saí do sertão pra cidade, mas o sertão não me largou só na cidade, veio comigo e me faz boa companhia até hoje. Agora à noite bateu uma saudade danada depois que andei pelo blog papillon, do Cláudio Gonzalez, e fiquei sabendo da existência dum lugar chamado Mercearia Paraopebas. Assisti três vídeos, li tudo que o blog fala sobre o lugar, por ele me apaixonei e lá quero ir nessa vida um dia. Claudinho tem razão quando diz que ficou de causo com a Paraopeba e que "isto acontece com todos que tomam contato com a história deste armazém das antigas e seus proprietários mineiros bons de prosa".  Na primeira vez que falou sobre a venda o blogueiro, que também é jornalista e cozinheiro de mão cheia, a definiu assim: "um típico armazém do interior, onde o dedo de prosa, a troca de mercadorias, o fiado, a solidariedade e os sabores autênticos da simplicidade interiorana ainda estão presentes". Por um lugar assim, eu não tinha como não me entregar.

Daqui pra frente acaba o palavreado escrito e ficam as imagens com todos os sons, cheiros, sabores e cores da Mercearia Paraopebas, um lugar onde a vida segue em frente, sem agonia, mas ciente de que a felicidade e a paz nunca haverão de nos largar. Num se avexe de ver se não tiver um pouco mais de tempo, mas num deixe de ver quando seu tempo lhe permitir ver tudo. Gostar você vai, e é muito sim.






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