sexta-feira, 15 de abril de 2011

Poesia da costureira

Dona Ivete Barros é uma mulher do povo, que se criou no Pirambu, onde conheceu a luta por moradia e se atuou também ao lado do pessoal do MOCUPP, o Movimento de Cultura Popular do Pirambu. Habilidosa, aprendeu a "costurar pras madames", como ela me disse no dia que conheci, quando foi uma das homenageadas pela Câmara Municipal de Fortaleza, nas comemorações do Dia Internacional da Mulher. Sambista, gosta duma roda de samba incrementada por uma geladinha e torresmo, compõe, já participou dos desfiles de escola de samba de Fortaleza e ganhou o I Festival de Marchinhas Lauro Maia, organizado pela Associação Comunitária do Bairro Ellery e o Bloco Sai na Marra.

Dona Ivete fez um agradecimento à homenagem que recebeu como mulher de alto valor com os versos que copiei e lhe peço que leia.

Eu sou mulher,
Mas sou forte. 
Defendo sempre o meu direito
E não me curvo ao preconceito
E vou em frente
Sigo a jornada
Sempre em frente
Pra não ser barrada.

Sou lavadeira
Sou enfermeira
Qualquer que seja minha carreira,
Hasteio sempre a minha bandeira.


Se sou política
Se sou malhada
Isso não me vale nada
Se canto ou rio
E alguém fala
Procuro esquecer
Essa navalha.


Eu quero sempre 
Viver em paz
Ver minha família
Sorrindo sempre


Agora eu digo
Estou contente
Porque vejo uma mulher
Sendo Presidente.

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