“Nossa intenção era garantir que os jovens tivessem o direito de se expressar mas com ordem. Eles também não queriam nos colocar numa fria”. Dolores Feitosa
Solidariedade, cumplicidade e proteção motivaram mães de líderes estudantis cearenses.

Essa semana findou com uma declaração do senador Tasso Jereissati dizendo que "o Ceará precisa de sangue novo" e, em relação ao Nordeste, disse que não está "muito feliz com o está acontecendo na região". Antes que me acusem de descontextualizar as declarações do moço, vou logo acrescento o resto do texto sobre o Nordeste. Disse ele: "Não tenho visto nenhum projeto novo, nada de impacto. Nenhuma obra que a gente veja que traga um conjunto de conseqüências, que faça a renda subir, que gere milhares de empregos. As coisas estão meio paradas".
A dona Renata Adriana Rosa é uma( e não três, apesar dos muitos nomes) mulher muito distinta ali das Minas Gerais que hoje está empenhada na distinta função de tocar a Secretaria de Cultura de Lagoa Santa, cidade de seu nascimento e onde hoje mora o Tiago, filho da Lucinha Alencar, minha querissíma amiga desde os tempos de movimento estudantil secundarista. Uma das coisas que a Dona Renata mais cuida com carinho é o Festival de Cultura Regional e por isso me convidou tanto pra ir no evento. Aceitar o convite eu num pude, mas fiquei com um gosto danado depois de ver umas fotos bonitas demais do festival. Uma das mais belas é justamente essa que tá aí em cima. Nem sei de que espetáculo se trata, mas eu já diria que a foto deveria estar numa exposição pelas suas cores, ou ausência delas, o que as projeta ainda mais, pela singeleza, pelos detalhes sutis e por algo mais que num percebi ainda e que você poderá ver mais que eu.
A primeira vez que eu viajei de ônibus devia ter uns 11 anos e parti de Sobral pra Fortaleza, acompanhado o meu irmão Veveu prum acampamento de escoteiros. Depois dessa andei muito, mas muito mesmo, de "busão". Num tinha mês que eu deixasse de viajar pra Fortaleza pra assistir show - Projeto Pixinguinha era a maior atração -, visitar família e amigos que já moravam por aqui, curtir a capital. Camocim e Parnaíba também eram destinos frequentes. Depois andei viajando pra encontros estudantis e do PCdoB numa viagens quase heróicas passando mais de dois dias daqui pro sul e do sul pra cá. Era coisa de doido mesmo.
Começou ontem em Icapuí o 8º Acampamento Latino Americano da Juventude, evento que reúne centenas de jovens relebrando os "velhos tempos", juntando a galera pra discutir um monte de coisa e curtir uns shows. Só tive oportunidade de ir uma vez nesse evento, o suficiente pra ter uma bela história pra contar.Essa história tem prosa, cachaça, emoção, gaiatice, mas tem muito também a força do rádio que sai por aí espalhando notícias, música, ideias e o jeito do povo se comunicar com uma força que a gente nem imagina o tamanho. Hoje tem rádio pra tudo que é gosto mostrando que esse veículo nunca vai deixar de ter uma enorme capacidade de juntar gente, mobilizar gente, esparramar opiniões, fazer e desfazer a imagem de gente que fica em evidência. É um instrumento poderoso que ainda vai ter sua utilidade por muito tempo.
Na hora de batizar seu filhos e filhas o nosso povo leva muito em consideração a escolha dos padrinhos e madrinhas. Quando a Hildinha nasceu e o Veveu me convidou pra ser padrinho dela eu fiquei muito satisfeito. Feliz demais. Gosto demais do Veveu, gosto demais da Izolda e gostei demais deles me escolherem pra ser compadre deles logo na primera filha.
“A base governista tem maioria e fez valer sua maioria. Se tem maioria e não faz valer, não merece ser governo.” Foi o que disse o Inácio Arruda sobre a formação da direção da CPI da Petrobras e eu concordo com ele. E se algum tucano vier reclamar concordo de novo com o xará ao falar do perído FHC: “Nem tinha CPI, o que tinha era um Procurador da República que ficou com a alcunha de engavetador de República, que arquivava todas as denúncias contra o governo neoliberal de FHC".
No começo do ano eu bloguei por aqui falando da minha admiração pelo vice presidente José Alencar. Semana passada eu me assutei muito com a urgente internação dele e a cirurgia pra cuidar mais uam vez do câncer que o persegue há 15 anos. Gente feito o vice - um Zé, tinha de ser, que num tem nada de zé ninguém e que tem um enorme respeitos por tudo que é xará dele - a gente acaba tendo um apreço maior do que imagina.
Nesta semana ouve uma grande confusão na região chinesa de Urumqi, a noroeste de Pequim. Mais de 150 pessoas morreram e claro o governo chinês foi logo culpado de massacrar a população indefesa. Fiquei cabreiro e hoje minha inquietação foi contida por um artigo da estudante da Stanford University, nos Estados Unidos, Karmia Chan Cao, publicado pelo Portal Vermelho. Baixo tem um trecho do artigo e se você quiser saber mais clique aqui e veja como é muito complicado conduzir um país em que convivem 56 nacionalidades diferentes.
O Abel Rodrigues, quando atuou na clandestinidade, foi fotógrafo e esses cabra são danados de observadores, detalhistas. Pois foi ele quem sacou essa foto aí ontem e que hoje tá em quase tudo que é jornal. O Obama e o Sarkozy grudaram o olho na jovem brasileira que ia passando. Dona Michelle e Dona Carla devem ter feito uma baita confusão.

Patativa do Assaré faria 100 anos se vivo fosse. Vivo continua na poesia, na luta do povo sertanejo, na esperança do povo brasileiro. Mas já não pode mais versar porque há sete anos morreu, no dia 8 de julho. Eu num queria deixar de registrar essa data, que não é querida, mas é também pra lembrar a vida daquele poeta popular nordestino, brasileiro, do sertão. Por isso escolhi essa sua poesia, das mais dramáticas, que você pode ver o ouvir pelo próprio poeta, pode ler os versos, inclusive numa versão italiana e pode ver em esculturas belíssimas que foram feitas para compor a cenografia da peça A Morte de Nanã, interpretada pelo grupo Teatro do Pé.
Ao poeta Drummond, em seu Poema De Sete Faces, a lua e o conhaque o botam comovido como o diabo. A mim, nesse dia de lua crescente a comoção veio por conta da identificação dos restos mortais do Bergson. Em maio falei aqui da minha alegria com a possibilidade de se confirmar a identificação "do respeitado líder estudantil cearense, que foi imolado na selva amazônica defendendo a liberdade, a justiça social, os direitos do povo, a soberania nacional, a democracia e o socialismo". No dia 21 de maio assisti a uma histórica sessão da Comissão de Wanda Sidou de Anistia do Ceará em que foi aprovada reparação do Estado do Ceará a Bergson por sua perseguição e morte. O presidente do PCdoB, Carlos Augusto Diógenes, o Patinhas, emocionou muitos ali presentes pela riqueza de detalhes e por revelar o quanto seu camarada de partido era querido por todos e como sua convicção revolucionária era sólida.
O Adalberto Monteiro é um poeta e merecedor de muito apreço por tudo que escreve não só em verso, mas também na prosa. Hoje ele publicou um artigo no portal Vermelho que eu lhe peço que leia porque revela muito bem o que tá por trás de tanta confusão pra cima do Sarney, que num é santo, mas também num é demônio sozinho não.
O golpe militar em Honduras merece uma reflexão, mas é também um alerta para as forças democráticas e progressitas. A reflexão é sobre o isolamente em que se encontram os golpistas. Nem os Estados Unidos, cujos governos democráticos ou republicanos patrocinaram muitos golpes e até assassinatos de líderes latino americanos, bancam o fantoche da direita que não se conformou com o alinhamento de Manuel Zelaya aos ventos avançados que sopram da Terra do Fogo ao Caribe. Nunca vi em outro momento da história um gesto solidário como o de Cristina Fernández Kirchner (Argentina), Rafael Correa (Equador) e Fernando Lugo (Paraguai) que acompanharam o presidente deposto em sua tentativa de reassumir o governo. Essa solidariedade é fruto da integração latino americana e tenho certeza de que os três presidentes agem em sintonia com quase todos os demais que buscam mudanças para esse nosso continente indômito. Por essa razão fico feliz pois já se percebe que há um espírito de preservação das conquistas obtidas até aqui e todos se sentem responsáveis por elas. É aquela história de quando eu era menino: "mexeu com meu amigo, mexeu comigo".
Num breu desses aí quem brilha é a Lulu, minha sobrinha, filha da Hilda. Brilha porque tem luz, tem estilo e tem um dos sorrisos mais lindos que conheço. No dia do meu aniversário fui a Sobral e dei carona pruma sobrinhada, entre as tais tava a Luciana. Fazia tempo que eu não conversava com ela mais do que um "oi" ou um "tudo bem?". Pois conta desse silêncio eu num sabia que a Lulu gosta muito de ler e de cinema. Nem precisa dizer sobre o que mais rolou a prosa ao longo da BR 222. (Aliás, Lulu, acabo de descobrir o nome do filme em que o Javier Bardem fazia o papel do inquisitor Irmão Lorenzo. O filme é Sombras de Goya, do Milos Forman).
Esses aí da foto são a minha sobrinha Larinha e o Zé. Um casalzinho danado de simpático e que daqui a pouco mais de uma hora vai formalizar na forma religiosa a vida em comum que eles decidiram ter. Tão casados no papel, vão casar na religião, mas parece que casaram de fato desde a hora que se perceberam amando. Duas criaturas tão meigas que você num acredita. Carinho pra eles nunca é demais e eu tô certinho que isso vai ser a vida toda. Olhe, se eu gosto de vir pra minha Sobral de vez em quando, dessa vez eu vim muito especialmente feliz porque a causa é estar presente nesse dia feliz pra Larinha e pro Zé, mas também pro Ducito e pra Bida, que há 29 anos, nesta mesma data querida fizeram o mesmo que sua filha e seu genro farão. Né uma coisa boa tá junto deles?