quinta-feira, 25 de março de 2010

Ao PCdoB

Há 25 anos esse garoto, com pouco mais de 20 encontrou-se mais uma vez com João Amazonas, principal dirigente e ideólogo do Partido Comunista do Brasil, um homem cuja aparência frágil era inversamente proporcional à força de sua convicção nas ideias que propagou. Sem dúvida ele foi e ainda é uma fonte de inspiração para nós, militantes da revolução, aquela capaz de permitir que o sonho e a realidade se encontrem plenamente.

Hoje é dia de festa para os comunistas do Partido Comunista do Brasil, o PCdoB. Ao completar 88 anos de existência se consolida como uma força política consequente, ousada, honrada, que é respeitada e respeita os aliados e os adversários, que não se dobra frente à desafios, mesmo os quase impossiveis.

Do ano dessa foto minha ao lado do João até hoje, o PCdoB é outro partido, sem nunca ter deixado de ser, dialeticamente, o velho PCdoB que marcou a história do Brasil desde o início do século 20. Como diz o atual presidente nacional, Renato Rabelo, em artigo publicado hoje, no Portal Vermelho:

"Em maio próximo, o Partido Comunista do Brasil completará 25 anos de atuação legal ininterrupta. De longe é o maior período de atividade aberta do Partido no cenário político brasileiro. Nesta etapa, os êxitos colhidos por ele são fruto, fundamentalmente, de uma política forjada tanto em princípios quanto numa orientação tática baseada em alianças amplas. De uma organização que se constrói e se reinventa no curso da luta política, na ação concreta em defesa da Nação e do povo e na intervenção ativa no grande debate de ideias em torno do futuro do Brasil. Dessa forma, articulando tais atributos, pôde aferir que sua vitalidade reside na contínua manutenção de uma identidade transformadora, revolucionária, com feições modernas, renovando concepções, métodos e práticas com o objetivo de construir uma alternativa progressista à luz da realidade brasileira. Assim, o PCdoB mantém-se vivo e atuante em um cenário cada vez mais complexo e diversificado.

Notadamente nos últimos 25 anos, o PCdoB elevou sua contribuição à política nacional. Teve papel destacado nas grandes jornadas pela redemocratização do país, como na campanha pelas Diretas Já, que levou à derrota da ditadura militar no Colégio Eleitoral. Apesar de contar na época com apenas 6 deputados federais, foi – proporcionalmente – a bancada partidária que mais apresentou emendas na Constituinte de 1988 (1.006 no total). Sua presença institucional fortaleceu as entidades sindicais e populares, e contribuiu no processo de legalização de entidades de massa".
(mais ...)

Ingressei no partido em 8 de março de 1982 e evidentemente a minha primeira atividade foi participar das comemorações do Dia Internacional da Mulher, ao lado de companheiras como Gilse, Daciane, Teresinha, Noélia, Noêmia, Aninha Cassiópia e Mariazinha (estas duas últimas também estreavam nas fileiras comunistas). Aqui no PCdoB encontrei, e até reencontrei, além de uma causa nobre, amigos e amigas como poucos eu já havia encontrado na vida, pessoas movidas por uma razão que alimenta todas as emoções que desejamos viver.
Esse sonho que nos move, nos une. Essa vida que levamos, nos faz mais humanos, nos integra à vida do povo, nos liga mais ao Brasil. Somos comunistas brasileiros, mas amamos os povos do mundo e com eles perseguimos os mesmos sonhos por liberdade, soberania, democracia e justiça social. O socialismo pulsa forte em nosso peito, como uma criança que ainda dá seus primeiros passos, que levou alguns tombos, mas não lhe faltam disposição e energia para caminhar firme.

O 25 de março tem mais força ainda no Ceará porque aqui comemoramos a Abolição da Escravatura em nosso Estado, no ano de 1884, quatro anos antes da Lei Áurea. Aqui a festa dos comunistas também tem sabor de luta, tem ritmo de maracatu, se mistura à cor negra, se integra com a rica cultura do nosso povo, desde Penaforte à Chaval, de Poranga até Icapuí, nessa parte do Brasil. Aqui saudamos Chico da Matilde, o Dragão do Mar, e Chico Teodoro, assim como todos e todas que os sucederam, filhos dessa brava gente que insiste nesse sonho intenso de amor, Brasil!

Um comentário:

Unknown disse...

Inácio

Tenho muito respeito pela história do PC do B. Mas não posso deixar de registrar a minha decepção com o apoio a Eunício Oliveira e a Tasso Jereissati ao senado. Isso é uma negação à própria história do partido, tão rica e tão bonita.
Abraços
Luciano