segunda-feira, 19 de abril de 2010

Livros, livros, livros


Encerrando um gostoso final de semana juntos, Guilherme e eu fomos à Bienal do Livro pela segunda vez. Antes passamos na Unifor, para vermos a bela exposição de fotos do Marc Riboud e meu filho ficou tão encantado com as fotos que falou: "Pai, depois vamos pesquisar sobre esse cara".

Visitamos alguns estandes (Feira do Livro, Os menores livros do mundo, de uma editora peruana, Anita Garibaldi, Senado Federal, Edições Demócrito Rocha, Revista e Cia, etc e tal...) e de lá saímos com mais alguns livros (Jubiabá em quadrinhos, As Aventuras de Nhô-Quim e Zé Caipora (primeiro quadrinho brasileiro), Guinnes 2010 e dois livros do Mia Couto - os primeiros do autor que lerei) além dos que já havíamos comprado na quarta feira (Experiências de Química - Gui e suas viagens - e alguns mangás). A grana curta demais não nos permitiu mais. Também não deu pra encontrar o Maurício de Souza por conta do horário meio corrido.

Na visita à Feira do Livro escutei duas histórias maravilhosas. A primeira vai virar uma crônica da jornalista e escritora Luiza Helena Amorim, e trata-se da aventura emocionante de uma menininha que pegou um ônibus em Uruburetama, a mais de 100km de Fortaleza, só para encontrar o escritor de histórias infantis Pedro Bandeira e ganhar um autógrafo. Chegou atrasada para a sessão pública mas seu desejo comoveu um mundo de gente que só sossegou quando conseguiu promover o encontro, já na saída de Bandeira, quase entrando num carro. Emoção demais, da menininha - que não conseguiu falar nada afogada em lágrimas, do escritor encantando com sua pequena fã e minha diante de tão belo acontecimento. A Luiza promete escrever sobre e eu asseguro a publicação aqui.

A outra história quem me falou a livreira Mileide Flores, dona da Feira do Livro. Mileide, uma das curadoras da Bienal, estava maravilhada com a frequência do público - 40 mil estiveram lá no sábado - e mais ainda com a enorme diversidade das pessoas que ali se chegaram. Disse ela:

- Inácio, a gente pôde ver os efeitos da melhoria de vida das pessoas. Gente que nem sabia comprar livros. Queria comprar e vasculhava as prateleiras como quem procura calcinhas, sutiãs, meias, revirando tudo. Não sabia bem o que queria, mas diante da possibilidade de adquirir livros estava ali querendo algo que lhe atraisse.

Mileide, uma criatura totalmente dedicada a possibilitar a massificação da leitura, estava preocupada com o risco das editoras não receberem devoluções de livros amarrotados, mas esbanjava felicidade diante de uma nova realidade que surge em relação ao livro e à leitura. Eu, um brasileiro que sonha em ver os brasileiros lendo mais, espero que as editoras não recebam os livros e sim eles sejam adquiridos por essa gente que vai conquistando mais cidadania no novo Brasil. Lugar de livro num é em editora, é debaixo dos nossos olhos e dentro das nossas mentes.

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