quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Emoções vermelhas

Vocês me perdôem certas emoções que podem até parecer piegas, coisa sem muito valor, mas eu sou assim mesmo. Por causa dum acontecimento hoje de manhã cedinho vesti hoje uma “farda”do PCdoB. Depois de muito tempo encostada vesti uma camiseta vermelha, com a logo do partido e tudo mais. Nem sou muito dessas coisas, num sou de fazer proselitismo, nem andar exibindo vermelhice só pra dizer que sou de esquerda. Até o fato do meu carro ser vermelho é mera casualidade, é que tinha uma promoção numa loja dum amigo meu lá de Sobral e o último carro era um Gol vermelho, aí resolvi comprar o que tinha.

Mas por dentro sou um cabra véi cheio de emoção mesmo. Minha opção comunista tem muito dum sentimento que foi se criando dentro de mim e que se encontrou com a história, com a política e com as idéias do PCdoB. Antes mesmo de entrar no partido já sabia dumas coisas através duns exemplares mimeografados d’A Classe Operária, ainda clandestina, que o Veveu guardava no fundo das gavetas dele. Aquilo foi um encontro que ainda me traz emoções até hoje. No dia que me recrutaram, 8 de março de 1982, perguntei porque demoraram tanto. Pois é, faz mais de 26 anos que estou no partido. Mais da metade da minha existência.

Pois bem, hoje de manhã vi na tv uma matéria sobre a chegada do Lula à Vila Olímpica, em Pequim depois dele, a principalmente autoridade da delegação brasileira era o Ministro Orlando Silva Júnior. Vocês imaginam o que é isso? Há pouco mais de 30 anos (no tempo histórico isso num é nada!) os comunistas eram caçados como animais, nas cidades e no campo, estavam enfrentado a ditadura militar de armas na mão na Guerrilha do Araguaia, reorganizando o movimento sindical, as entidades estudantis, as associações comunitárias e tiveram parte de sua direção trucidada na Chacina da Lapa. Hoje temos um representante, dos mais dignos, diga-se de passagem, no Ministério da República, além é claro de uma grande presença no movimento social, no debate de idéias, nos poderes legislativo e executivo.

Isso é muito gente, emociona mesmo. Nos faz mais orgulhosos da opção cotidiana que fizemos, de dedicarmos muito de nossas vidas à construção do socialismo. Digo mesmo pra vocês que me sinto feliz. A militância comunista é prazerosa, é exigente, até sacrificante, em certos momentos, é camarada (eita palavra cheia de significados!), é boa de viver. Há só satisfação? Claro que não! Há momentos difíceis, derrotas amargas, mas temos a convicção da justeza de nossa causa e da perspectiva real de uma vitória. Há muitas razões para ser comunista, mas se num tiver emoções, as razões correm o risco de virar pura formalidade, mera afirmação de princípios, e assim não se muda o mundo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amigo!

Eu preferi comentar esse post lá no meu blog, com o post "Obrigada, Inácio Carvalho, por me fazer chorar!".

Um beijo da Soninha