quarta-feira, 21 de abril de 2010
Fumaça na crise capitalista
Esse vídeo acima me foi recomendado pelo velho amigo e conterrâneo Menescal Jr, com quem encontrei outro dia, junto com seu filho Vitor, numa sessão do filme, Como Treinar seu Dragão, que assisti junto com o Guilherme. Trata-se de uma panorâmica da movimentação de aviões no mundo durante 24 horas. É muito interessante e dá até pra perceber a sombra da noite fazendo diminuir o tráfego aéreo por onde passa. Realmente é uma imagem muito legal.
Diante desse vídeo a gente nem se assusta com a informação de que aquele vulcão da Islândia de nome estranbólico, Eyjafjallajokull, suspendeu quase 100 mil voos na Europa durante menos de uma semana. É gente demais andando de avião, né? O fumaceiro mexeu com a economia europeia que já tá saculejada pela crise capitalista e falam até que a dita cuja vai voltar cheia de gás.
As empresas aéreas acusaram um prejuizo de quase 2 bilhões de dólares e já estão atrás dos governos pra cobrir o rombo. O diretor geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), que representa cerca de 230 companhias aéreas em todo o mundo, abrangendo 93% do tráfego internacional, Giovanni Bisignani, disse o seguinte: ""Eu sou o primeiro a dizer que a indústria não quer ou precisa de ajuda financeira. Mas esta crise não é resultado de má gestão do negócio". Em seguida o cara emenda: "Esta é uma situação extraordinária exagerada por um processo ruim de tomada de decisão pelos governos nacionais. As empresas aéreas não puderam trabalhar normalmente. Os governos devem ajudar as companhias a se recuperarem do custo da interrupção dos voos." O cidadão ainda cobrou e pediu que os governos alterem as regulações sobre cuidados com os passageiros, que fazem as empresas aéreas responsáveis pelas contas de hotel, refeições e ligações telefônicas de passageiros impedidos de viajar. "As regulações não foram feitas para situações extraordinárias", disse ele. "É urgente que a Comissão Europeia encontre uma forma de aliviar esse peso injusto."
Você tá vendo aí, né? Essa turma começa dizendo que não precisa de ajuda financeira, mas na hora do sufoco quem acaba salvando todo mundo é justamente o poder público. O moço aí fala de regulação dos cuidados com os passageiros, que dizem respeito aos direitos dos cidadãos, mas na hora de regulamentar as obrigações das empresas eles não querem nem ouvir falar, gritam logo que é o estado não deve interferir na livre iniciativa, que o mercado se autoregula e coisas do gênero. Tudo isso é esquecido nessas horas. Ficou famosa a reação do ex-presidente do Federal Reserve, o banco central americano, Alan Greenspan, diante da explosão da crise capitalista nos Estados Unidos e a necessidade do governo ultraneoliberal do George W. Bush, torrar trilhões de dólares para salvar empresas e até "estatizar" a GM, um símbolo do capitalismo. Greenspan não chegou a anunciar o fim do capitalismo, seria demais, porém disse que alguns dogmas em que acreditou já não se sustentavam mais. É sempre assim, quando a coisa não é como eles imaginavam, dão um jeito de apagar o que disserem ou escreveram, como fez por aqui o Fernando Henrique Cardoso.
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4 comentários:
Nada mais justo Inácio o poder público socorrer essas empresas. Afinal tu já imaginou os zilhões de impostos pagos por elas?
Abraços e esperando o apoio a Praça Viva.
Caro Emerson, nada contra apoiar as empresas em função dos problemas naturais. Só estou querendo que elas não finjam que nao necessitam e que cumpram suas obrigações também. Os dogmas estão desabando, né? Diferente do que disseram no início dos anos 90, a história não chegou ao fim.
Acessem esse site e verão a movimentação real de trafego aéreo em alguns aerportos da Europa, com delay de apenas 15 minutos: http://casper.frontier.nl
Luciano Filho
E quem disse que as empresas aéreas pagam seus impostos? O rombo é grande e a dívida imensa!!!
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