O Washington trabalha como motorista do mandato do Chico Lopes há quase dois anos, mas o conheço a uns quatro, quando trabalhou comigo durante a campanha do Inácio Arruda, em 2004, pra prefeito de Fortaleza. Somos amigos e há sempre uma conversa agradável, mesmo quando eu resolvo "dar uns conselhos" ou mesmo uns carões nele. Hoje a gente viajava de Crateús pra Fortaleza e a prosa comia solta quando ele contou mais uma de motorista.
Inácio era candidato a senador, em 2006, e pede o Washington para pegá-lo em casa. Entra no carro e seguem pela BR 116. A certa altura, depois de mais de 50 km rodados, o motorista pergunta praonde é mesmo a viagem. Inácio diz que ia se encontrar com o Cid Gomes, candidato a governador, em Limoeiro do Norte e de lá seguiriam juntos de helicóptero. Destino atingido, Cid já tinha se mandado pra Tabuleiro do Norte e lá vão os dois por terra. Finalmente senador e governador se encontram. Antes de entrar no carro pra voltar pra Fortaleza, Washington é abordado por uma senhora que pretendia falar com Inácio, o que não foi possível porque do palanque ele seguiu pro "cabra-cego de metal" e se mandou. O mulher pede e Washington se dispõe a fazer um favor. Ela entrega um pacote e diz pra entregá-lo pro Inácio, que estava correndo muito perigo, segundo ela. Washington promete entregar, mas estranha o pacote e, cauteloso, resolve ver de que se tratava. Era um quilo de sal-grosso. Na correria da campanha, todo dia num lugar diferente, Washington num lembra se falou pro candidato sobre a tal encomenda, mas a guardou no bagageiro do carro e de lá só tirou depois da campanha que elegeu um comunista pro Senado Federal sessenta anos depois de eleger Luis Carlos Prestes em 1946 o primeiro senador comunista do Brasil.
É isso gente, eleição tem muito de articulação política e trabalho duro ao longo da campanha, principalmente quando é majoritária. Mas nunca é demais um pouco de superstição.
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