Num tem jeito, vou ter de cutucar o jornal O POVO mais uma vez. Ontem li meio desconfiado a primeira matéria da série que o jornal tá fazendo sobre a “a máfia das invasões de terrenos”. Até que dava pra passar, apesar da minha preocupação com a proximidade que a matéria coloca entre as lutas do povo por moradia e a bandidagem (traficantes, politiqueiros, oportunistas, etc e tal). Sei que tem muito sacana envolvido nas lutas legítimas do povo, é só ver o que aconteceu em Fortaleza com a questão das carteiras estudantis. Mas sinto que existe no ar uma tentativa de criminalização dos movimentos sociais, logo agora que há um ambiente de democracia e liberdade de ação, quando há muitas possibilidades de se conseguir vitórias em bandeiras históricas, como a redução da jornada de trabalho.
A luta por moradia é antiga no Brasil inteiro. A Federação de Bairros e Favelas de Fortaleza - FBFF surgiu no embalo das lutas por moradia, contra a carestia e por mais emprego. De lá pra cá houve muito avanço, a moradia é hoje um dos direitos fundamentais assegurados na Constituição Federal e muito se tem feito para superar esse problema grave.
Em Fortaleza qualquer um que tenha um pingo de seriedade sabe que há um esforço grande para reduzir o déficit habitacional e amenizar a vida dos que vivem em condições quase desumanas. E apesar disso o jornal diz em editorial que “é preciso que o problema habitacional seja tratado com prioridade pelo poder público, sob pena da sociedade tornar-se refém de falsos e inescrupulosos líderes”. Além de ignorar o trabalho da Habitafor, por exemplo, demonstra que num tem nenhuma preocupação com a vida do povo, mas sim em evitar que a “sociedade” vire refém de “falsos e inescrupulosos líderes”.
Sei não! Ainda vou querer ler o resto das matérias, mas já to com uma pulga atrás da orelha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário