Os dois cabras aí na foto são, o então Presidente da Colômbia entre 2000 e 2004, Andrés Pastrana e Manuel Marulanda, codinome de Pedro Antonio Marin, também conhecido como “Tirofijo” (tiro certeiro, em espanhol – se dizia que onde o homem botava o olho, botava a bala.
Pois o cidadão bom de mira, que morreu há dois meses e teve sua morte anunciada sábado passado, era só um dos fundadores e o principal líder das FARC – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. E que esses dois tavam fazendo se abraçando? Cumé que um guerrilheiro fica de prosa com o presidente do país?
Pois é, essa foto desmente muito do que se diz das FARC e das guerrillhas, dos que fazem a luta armada. São homens e mulheres, a maioria ainda jovem, que se dispõem a enfrentar dificuldades que a gente nem imagina, arriscam a própria em nome de seus ideais, de seu povo e de sua pátria. Se hoje o Brasil tem um sindicalista, que foi preso, processado e condenado, há muitos outros países que são ou foram dirigidos por pessoas que eram acusados de terrorismo. E nem vou citar apenas os de esquerda, como Fidel Castro e Daniel Ortega. Que tal Nelson Mandela? Ainda é esquerda. E o Menahen Begin, direita pura, que junto com outros antigos “terroristas” fez luta armada, ajudou a fundar e dirigiu Israel? Se ainda for pra aumentar a lista podemos citar simplesmente George Washington, perseguido pela Inglaterra e primeiro presidente dos Estados Unidos. A lista é grande, mas vamos ficar por aqui. Acho que já fui claro, né?
Voltando pra foto, na ocasião Pastrana, quem nem de longe era de esquerda desmilitarizou uma área da Colômbia do tamanho na França só para negociar a paz. A coisa num foi pra frente porque a direita, interna e externa, fez de tudo para impedir o avanço das negociações. Hoje a Colômbia é dirigida por Álvaro Uribe, com o apoio descarado dos Estados Unidos, que é uma ameaça permanente à estabilidade da América do Sul. É só ver o que esse maluco fez para assassinar o Raul Reyes, também líder das FARC, em pleno território do Equador.
Maralunda se foi, e eu digo, fiquei muito triste porque percebia nele uma grandeza infinita, uma tranqüilidade necessária a todo grande dirigente revolucionário e uma simplicidade que só os que conhecem a alma do povo têm. Mas também seu que a revolução segue seu caminho na Colômbia. A América Latina está em movimento e o sonho de Simon Bolivar vai ficando cada dia mais real. A terra do grande Garcia “Gabo” Márquez num vai desafinar e haverá uma “Canción para Todos” a embalar o nosso sonho.
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