Estive pela primeira vez com João Amazonas em junho de 1982,três meses depois de ingressar no PCdoB. Era sua primeira viagem ao Ceará depois da anistia conquistada em 1979 e ele fez uma palestra na Faculdade de Direito. Depois fomos para a casa da Daciane Barreto, hoje dona, junto com seu companheiro Edson, do bar e restaurante Maria Bonita, que convidou o Camarada João para um festa de aniversário coletiva (coisa mesmo de comunista). Além da anfitriã, também faziam anos, a Noélia, a Norminha, a Noêmia e eu – todo mundo aí na foto. Pois é, mal entrei no Partido Comunista e tinha o principal dirigente na minha festa de aniversário.
Hoje é aniversário da morte do Amazonas. Há exatos seis anos, por volta das 14 horas, João faleceu e deu em todos nós um sentimento de vazio enorme. E agora, como o partido se comportaria sem aquele que o conduziu durante tantos anos, que enfrentou enormes desafios, entre eles duas ditaduras, a do Estado Novo e o regime militar; uma divisão profunda no movimento comunista internacional que o obrigou a, junto com mais uma centena de revolucionários, reorganizar o partido em 1962 e a derrocada da União Soviética e da experiência socialista na Europa? João Amazonas nunca esmoreceu e até os 92 anos trabalhou pela construção do socialismo.
Antes de João Amazonas morrer, dois episódios reforçaram ainda mais minha admiração por ele. O primeiro foi o bilhete que deixou manuscrito com seu último pedido. Com sua inconfundível letra já demonstrando o precário estado de saúde escreveu:"As cinzas devem ser espalhadas na Região do Araguaia, onde houve a Guerrilha. É uma forma de juntar-me aos que lá tombaram."
O outro episódio é narrado por Augusto Buonicore numa pequena biografia de João Amazonas. Ao final ele narra a seguinte passagem: “Segundo testemunhas, quando João estava às vésperas da morte, uma jovem enfermeira, preocupada, insistia para que comesse alguma coisa e ele, teimosamente, se recusava a atendê-la. Curiosa, perguntou-lhe: “Mas seu João, do que é então que o senhor gosta?”. E ele respondeu sorridente:Eu gosto mesmo é da Edíria*”.”
É isso, comunista é gente!
Hoje é aniversário da morte do Amazonas. Há exatos seis anos, por volta das 14 horas, João faleceu e deu em todos nós um sentimento de vazio enorme. E agora, como o partido se comportaria sem aquele que o conduziu durante tantos anos, que enfrentou enormes desafios, entre eles duas ditaduras, a do Estado Novo e o regime militar; uma divisão profunda no movimento comunista internacional que o obrigou a, junto com mais uma centena de revolucionários, reorganizar o partido em 1962 e a derrocada da União Soviética e da experiência socialista na Europa? João Amazonas nunca esmoreceu e até os 92 anos trabalhou pela construção do socialismo.
Antes de João Amazonas morrer, dois episódios reforçaram ainda mais minha admiração por ele. O primeiro foi o bilhete que deixou manuscrito com seu último pedido. Com sua inconfundível letra já demonstrando o precário estado de saúde escreveu:"As cinzas devem ser espalhadas na Região do Araguaia, onde houve a Guerrilha. É uma forma de juntar-me aos que lá tombaram."
O outro episódio é narrado por Augusto Buonicore numa pequena biografia de João Amazonas. Ao final ele narra a seguinte passagem: “Segundo testemunhas, quando João estava às vésperas da morte, uma jovem enfermeira, preocupada, insistia para que comesse alguma coisa e ele, teimosamente, se recusava a atendê-la. Curiosa, perguntou-lhe: “Mas seu João, do que é então que o senhor gosta?”. E ele respondeu sorridente:Eu gosto mesmo é da Edíria*”.”
É isso, comunista é gente!
* Edíria Carneiro, companheira de João Amazonas desde os anos 40, é baiana, artista plástica e foi, durante muitos anos, ilustradora do jornal A Classe Operária, órgão oficial do Partido Comunista do Brasil.
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