Comecei a ler nestes dia o livro do Lira Neto, que aliás é grudendo, entro pela madrugada lendo e pela manhã ainda misturo letras, suco, pão e o que mais vier. Ao ler o trecho acima lembrei que nem todos os imigrantes italianos, tiveram o mesmo sucesso estrondoso do Conde Matarazzo, aliás a imensa maioria foi trabalhar nas plantações de café ou noutros ramos da agricultura em São Paulo e nos estados do sul brasileiro. Mas também lembrei duma historinha que me foi relatada sobre o diálogo entre um nordestino e um paulista descendente de italianos.
Numa mesa de bar o bambino reclamava do que ele chamava de "invasão de nordestinos" a São Paulo, todos miseráveis, até famintos, com suas famílias enormes. O nordestino, um jovem jornalista considerado brilhante, editor de uma revista especializada em aviação, não deixou por menos e, cheio de ironia, soltou essa:
"Ora vejam só, quer dizer que você tá reclamando dos nordestinos? Vai ver a sua família era de nobres italianos que de repente decidiram vir morar no Brasil. Cansaram da boa vida européia e vieram viver bem aqui, né?"
Um comentário:
A “imigrantenofobia” se torna ainda mais assustadora quando nos deparamos com a lei contra imigração e delação de imigrantes ilegais que a direita italiana tenta aprovar nesses dias, respandada pelo primeiro-ministro Berlusconi.
Se a atual política italiana não consegue enxergar seu passado e as condições que levaram tantas familias a buscar uma vida melhor nas Américas, cabe pelo menos aos descendentes desses imigrantes não renegar a história de seus pais e avós.
A propósito, o jovem jornalista citado é o Valtécio Alencar, grande amigo e filho querido de Sousa, na Paraíba.
Postar um comentário