sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Ieeeeeeeeeeeiiiii!!!!!

"Um fato curioso presenciou o repórter, quando, esgueirando-se pelas calçadas molhadas, procurava atingir o setor da redação d'O Povo. Um grupo numeroso de pessoas, logo depois de passada a chuva, se aglomerava em certo trecho de rua, usualmente bem movimentado. Quando o sol, tão bravo nestes últimos dias, ia conseguindo varar as grossas nuvens, lá no alto, num esforço desesperado para aparecer, os alegres circunstantes, olhando para o alto e apontando, começaram uma demonstração estrondosa, vaiando o astro vencido e apagado, naquele momento, num grito uníssono de várias bocas. Mas afinal o velho Rei das alturas venceu, botando todo o corpo para fora das nuvens e dispersando os vaiadores."

Foi dessa forma aí em cima que o jornal O POVO noticiou a vaia que o sol levou em plena Praça do Ferreira, no centro de Fortaleza, no dia 30 de janeiro de 1942. O acontecido virou até um livro do escritor, pesquisador e professor Gilmar de Carvalho, O Dia em que vaiaram o sol na praça do Ferreira, lançado em 1983 Hoje um turma voltou ao local e meteu a vaia no sol de novo, que por sinal nem deu as caras já choveu a manhã inteira, enquanto a turma avalhava embaixo. A idéia da mundiça era marcar a data e fazer uma espécie de campanha pra institucionalizar o Dia da Vaia.

Vou dizer uma coisa, a gaiatice eu até aprovo, esse negócio de fuleragem é mesmo com com os cearenses, mas daí a institucionalizar a esculhambação, a piada já começa a ficar sem graça. Tenho a mesma opinião do Oswald Barroso sobre assunto que falou o seguinte, no jornal O POVO:
“Esse fato sempre foi contado como uma grande brincadeira, como um fato exótico que reforça o jeito cearense. Institucionalizar isso significa exatamente o contrário do que foi a vaia. É levar muito a sério esse negócio. Que besteira! Acho que isso tem que ser uma grande brincadeira e pronto. Isso é antiinstutiucional. Acho que deveria levar uma vaia essa história de institucionalizar a vaia”.

Esse espírito moleque me faz lembrar o Mauro Coutinho, funcionário do Theatro José de Alencar, que só cumprimenta as pessoas que falam com ele dizendo: "E aí, tudo esculhambado?"



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